Lucas Santtana

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Lucas Santtana
Lucas Santtana
Informação geral
Nome completo Lucas Mascarenhas Santana[1]
Nascimento 18 de outubro de 1970 (53 anos)
Origem Salvador
País Brasil
Gênero(s) Electro-acoustic
Instrumento(s) Voz
Guitarra
Baixo
Cavaquinho
Gravadora(s) Diginois Records
No Format!

Lucas Santtana nome artístico de Lucas Mascarenhas Santtana (Salvador, Bahia, em 18 de outubro de 1970), é um cantor, compositor e produtor musical brasileiro.[2][3]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Lucas Santtana [4] é filho de Roberto Sant'Ana nome forte do Tropicalismo, trabalhou na indústria da música e foi diretor artístico da Polygram, tendo produzido álbuns como "Refavela" (Gilberto Gil), "Muitos Carnavais" (Caetano Veloso) e outros. Além disso, Lucas é sobrinho do cantor e compositor Tom Zé.

Seus instrumentos são a guitarra e o violão, mas também toca flauta transversal, baixo e cavaquinho. Como instrumentista colaborou com Chico Science e Nação Zumbi, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Marisa Monte. Suas canções já foram gravadas por nomes como Céu, Marisa Monte e Arto Lindsay. Tem canções nas trilhas sonoras de filmes como Deus é Brasileiro, de Cacá Diegues, e Surf Adventure 2, de Roberto Moura, e assina a trilha do longa-metragem de animação Morte e Vida Severina (baseada no livro de mesmo nome de João Cabral de Melo Neto) ao lado de Rica Amabis, e do monólogo O Bispo, encenado pelo ator João Miguel. Ao lado do diretor Bruno Barreto e de Gal Costa, Santtana assinou a direção musical do projeto Trilhando, que uniu música e cinema no SESC Pompéia. Dirigiu também o show Re:mixando Tom Zé, com suas versões para músicas do compositor.[5]

Lucas também integrou trilhas sonoras de novelas. Já no início da carreira, em seu primeiro álbum, teve sua versão bossa nova de "Mensagem de Amor"[6](de autoria de Herbert Vianna e já gravada pelos Os Paralamas do Sucesso e Léo Jaime) na trilha sonora do sucesso de audiência Laços de Família do ano de 2000, fazendo com que seu nome se popularizasse e consequentemente o seu álbum de estreia, Eletro Ben Dodô.[7] Em 2015, teve o cover de "Amor, Meu Grande Amor", sucesso na voz de Angela Ro Ro, na trilha sonora da novela Babilônia.[7]

Seu quarto CD, Sem Nostalgia, foi lançado pela gravadora Mais um Discos na Europa em 2011. Tocou no Barbican Theater, em Londres, e participou do programa de rádio Worldwide, do DJ de nu jazz Gilles Peterson, transmitido para mais de 20 países, com cerca de meio milhão de ouvintes a cada semana.[5]

Em 2012, Lucas Santtana lançou seu quinto disco, O deus que devasta mas também cura. Foram 10 faixas unidas por camadas orquestrais de Letieres Leite, Gui Amabis, Guizado, Gilberto Monte, Rica Amabis e pelo próprio Santana, que também assinou a produção, e samples de Beethoven, Ravel e Debussy.[5]

Além de oito faixas autorais e em parceria, o trabalho trouxe uma versão em português para "This is Not The Fire", da banda inglesa My Tiger My Timing, e uma releitura de "Músico", de Tom Zé, Herbert Vianna e Bi Ribeiro. As gravações contaram com participações de Céu, Letieres Leite & Orkestra Rumpilezz, Curumin, Kassin, Gustavo Ruiz, Gui Amabis, Guizado, Maurício Fleury (Bixiga 70), Marcos Gerez (Hurtmold), Rica Amabis e Josué Santtana, filho de Lucas.[5]

Sobre Noites e Dias é o sexto trabalho do artista e foi lançado em 2014. Em novembro Lucas Santtana embarcou em sua quarta turnê pela Europa para divulgar o novo trabalho.

Em 2015, participou da canção "Trono de Estudar", composta por Dani Black em apoio aos estudantes que se articularam contra o projeto de reorganização escolar do governo estadual de São Paulo. A faixa teve a participação de outros 17 artistas brasileiros: Chico Buarque, Arnaldo Antunes (ex-Titãs), Tiê, Dado Villa-Lobos (Legião Urbana), Paulo Miklos (Titãs), Tiago Iorc, Lucas Silveira (Fresno), Filipe Catto, Zélia Duncan, Pedro Luís (Pedro Luís & A Parede), Fernando Anitelli (O Teatro Mágico), André Whoong, Miranda Kassin, Tetê Espíndola, Helio Flanders (Vanguart), Felipe Roseno e Xuxa Levy.[8]

Seu álbum O Céu É Velho Há Muito Tempo[9] foi eleito um dos 25 melhores álbuns brasileiros do segundo semestre de 2019 pela Associação Paulista de Críticos de Arte.[10]

Álbuns[editar | editar código-fonte]

Eletro Ben Dodô[editar | editar código-fonte]

Registro da turnê Le Paradis

Em 2000, Lucas lançou seu primeiro álbum, "Eletro Ben Dodô" [11], gravado e produzido por Chico Neves e mixado no Real World Studio, na Inglaterra. O álbum foi fortemente influenciado pelo grupo Timbalada de Carlinhos Brown, assim como pelo pop internacional de nomes como Bjork.

Parada de Lucas[11][editar | editar código-fonte]

Em 2003, Lucas lançou "Parada de Lucas",[11] produzido por Ramiro Musotto, André T, Jongui e Plínio Profeta. O álbum buscava uma fusão do universo dos bailes funks cariocas com a axé music e o pop internacional.

3 Sessions in a Greenhouse[editar | editar código-fonte]

Em 2006, Lucas lançou o albúm "3 Sessions in a Greenhouse",[12] gravado ao vivo por Duda Mello e Buguinha Dub em 3 dias no estúdio AR, no Rio de Janeiro. Acompanhado da banda Seleção Natural, composta por Gil de Oliveira, Ricardo Dias Gomes, Leo Leobons, David Cole, Bruno Resende, João Gabriel e Leo Saad. O álbum foi produzido por Lucas Santtana em parceria com Buguinha Dub, que também fez a mixagem Dub do álbum.

Sem Nostalgia[editar | editar código-fonte]

Em 2009, Lucas lançou "Sem Nostalgia",[13] seu quarto álbum de estúdio, foi produzido por Lucas Santtana em parceria com outros produtores: Berna Ceppas, Gilberto Monte, Buguinha Dub, Gustavo Lenza, João Brasil e Chico Neves. O projeto foi lançado em 2009 pela gravadora Diginois Records no Brasil e em 2011 n pela gravadora londrina, Mais um Discos.

Em 2011, Lucas lotou o Barbican Theater,[13] em Londres, e participou do programa de rádio "Worldwide", do lendário DJ de nu jazz Gilles Peterson, transmitido para mais de 20 países, com cerca de meio milhão de ouvintes a cada semana.

"Sem Nostalgia"[14] angariou quatro estrelas na revista Rolling Stone americana. O disco ficou em primeiro lugar no Top-5 da World Music no site da Womex 2011, sendo indicado ao German Critic Awards (prêmio que equivale ao APCA na Alemanha) e ao Songlines Music Awards (UK). O álbum permaneceu seis meses no Top 3 da WMCE, World Music Charts Europe, associação de radialistas que abrange 12 países da Europa. Além disso, foi eleito o melhor disco estrangeiro de 2011 pelo jornal francês Liberation e o sexto melhor disco do ano pela revista francesa Les Inrockuptibles.[15] A Com “Sem Nostalgia”, Lucas Santtana fez sua primeira turnê pela Europa.

O Deus Que Devasta Também Cura[editar | editar código-fonte]

Em 2012, Lucas lançou "O Deus Que Devasta Também Cura"[16] no Brasil, e sua versão internacional, "The God Who Devastates Also Cures". Produzido por Lucas Santtana e mixado por Buguinha Dub, o álbum tem como base a banda formada por Marcelo Calado, Ricardo Dias Gomes, Gustavo Benjão e Lucas Vasconcellos.

Sobre Noites e Dias[editar | editar código-fonte]

Lançado em 2014, o álbum "Sobre Noites e Dias"[17] é o primeiro produzido pela gravadora parisiense No Format. A proposta do álbum nasceu durante a grande turnê de verão europeia que Lucas realizou em 2013, junto com os músicos Bruno Buarque e Caetano Malta. Nessa turnê, eles desenvolveram um tipo de música brasileira eletrônica, mesclando sons sintéticos de bateria eletrônica e sintetizadores com guitarras cheias de pedais de efeitos, cavaquinho e baixos synth sub graves.

Modo Avião[editar | editar código-fonte]

Em 2017, Lucas lançou seu sétimo álbum, "Modo Avião",[18] produzido em parceria com Fabio Pinczowski. O álbum é chamado por Lucas de "áudio-filme" por juntar música, trilha de cinema, literatura, arte dramática, ambiente sonoro e podcast ao mesmo tempo. Grande parte do áudio-filme foi gravado com microfonação binaural. O projeto foi acompanhado de livro homônimo, criado em parceria com o escritor João Paulo Cuenca e o desenhista Rafael Coutinho.

A história de Modo Avião começa no embarque do personagem principal para um voo internacional. Nessa viagem existencial, ele encontra outros personagens e tem com eles conversas sobre as inquietações contemporâneas: ansiedade, conectividade, solidão, escolhas e relações humanas. No final da história, uma grande surpresa é revelada. Até lá, tudo parecerá um dia meio 'estranho' na vida desse personagem.

O Céu É Velho Há Muito Tempo[editar | editar código-fonte]

Após as eleições presidenciais de 2018, Lucas começou a compor o que viria a ser seu álbum "O Céu É Velho Há Muito Tempo,[19] produzido por Gilberto Monte. O álbum traz canções políticas e amorosas. O álbum ultrapassou a marca de 10 milhões de plays nas plataformas de música e o single "Meu Primeiro Amor"[20] atingiu  mais de 1 milhão de visualizações nas plataformas de música.

O Paraíso[editar | editar código-fonte]

Em 2023, Lucas Santtana lançou seu nono álbum, "O Paraíso",[21] um álbum militante, com temas urgentes, como a crise climática e a consciência ambiental. O álbum é o reconhecimento do planeta Terra como sendo o único com enorme profusão de vida, um verdadeiro paraíso dentre as galáxias. O álbum foi todo gravado em Paris e contou com a participação de músicos locais. Foi produzido a quatro mãos por Lucas Santtana e Fred Soulard.[22]

Eleito pela revista Télérama como um dos melhores álbuns do ano, ganhou o selo German Music Critics Award e ficou entre os 40 melhores álbuns do ano pelo Prix Joséphine 2023. Também figurou entre os melhores álbuns do ano pela APCA/Brasil.

Discografia[editar | editar código-fonte]

  • Eletro Ben Dodô (Natasha Records, 2000)
  • Parada de Lucas (Diginois Records, 2003)
  • 3 Sessions in a greenhouse (Diginois Records, 2006)
  • Sem Nostalgia (Diginois Records/Yb, Mais Um Discos, 2009)
  • O deus que devasta mas também cura (Diginois Records, Mais Um Discos, 2012)
  • Sobre Noites e Dias (No Format, Diginois Records, 2014)
  • Modo Avião (Natura Musical, 2017)
  • O Céu É Velho Há Muito Tempo (No Format, Diginois Records, 2019)
  • Paraíso (2023)[23]

Trilha sonora original para o cinema[editar | editar código-fonte]

  • Alguma Coisa Assim dos diretores Esmir Filho e Mari Bastos,[24]
    • Eu e ela do diretor Gustavo Moura
    • Democracia em vertigem[25] da diretora Petra Costa
    • Morte e Vida Severina do diretor Afonso Serpa,
    • A noite escura da alma do diretor Henrique Dantas[26]
    • Tropykaos do diretor Daniel Lisboa

Prêmios e indicações[editar | editar código-fonte]

MTV Video Music Brasil[editar | editar código-fonte]

Ano Categoria Indicação Resultado
2000 Artista Revelação Lucas Santtana Indicado
Edição em Videoclipe De Coletivo ou de Metrô Indicado
2004 Videoclipe de MPB Samba Cubano Indicado
2010 Videoclipe de MPB Indicado

Prêmio Multishow[editar | editar código-fonte]

Ano Categoria Indicação Resultado
2012 Música Compartilhada O Deus que Devasta Mas Também Cura Indicado
Melhor Disco O Deus que Devasta Mas Também Cura Indicado
2013 Nova Música Now No One Has Anything Indicado
2014 Novo Hit Funk dos Bromânticos Indicado

Prêmio Contigo! MPB FM[editar | editar código-fonte]

Ano Categoria Indicação Resultado
2012 Melhor Álbum Independente O Deus que Devasta Mas Também Cura Venceu

Referências

  1. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome aa
  2. Souza, Rodrigo (24 de julho de 2023). «Teatro XP: Lucas Santtana apresenta pela primeira vez no Rio o álbum "O Paraíso", dia 26». Jornal Expresso Carioca. Consultado em 22 de maio de 2024 
  3. Mascari, Felipe (12 de fevereiro de 2020). «Lucas Santtana apresenta disco contra o neofascismo». Rede Brasil Atual. Consultado em 22 de maio de 2024 
  4. «Lucas Santtana é o convidado do Cultura Live desta sexta (26)». TV Cultura. Consultado em 22 de maio de 2024 
  5. a b c d «Dados artísticos». Dicionário Cravo Albin. Consultado em 28 de fevereiro de 2014 
  6. «CD alenta ao suprimir vulgaridade baiana». Folha de S.Paulo. 17 de abril de 2000. Consultado em 10 de junho de 2021 
  7. a b Camila Salles (12 de junho de 2015). «Lucas Santtana faz sucesso na trilha de Babilônia com releitura de RoRo». Gshow. Consultado em 18 de março de 2021 
  8. «Chico Buarque e outros 18 artistas gravam faixa e clipe em apoio aos estudantes de SP». Rolling Stone Brasil. Spring. Consultado em 3 de janeiro de 2016 
  9. «"Eles sabem que a cultura desarma e traz consciência", afirma Lucas Santtana». Brasil de Fato. 9 de janeiro de 2020. Consultado em 23 de abril de 2024 
  10. Antunes, Pedro (7 de dezembro de 2019). «Os 25 melhores discos brasileiros do 2º semestre de 2019, segundo a APCA [LISTA]». Rolling Stone Brasil. Grupo Perfil. Consultado em 2 de janeiro de 2021 
  11. a b c «Lucas Santtana | Dana Social». Consultado em 23 de abril de 2024 
  12. «Lucas Santtana, "3 Sessions In A Green House"». URBe | por Bruno Natal. 18 de maio de 2006. Consultado em 23 de abril de 2024 
  13. a b «Lucas Santanna é a atração de dezembro do Estéreo MIS | Recanto Adormecido». recantoadormecido.com.br. 11 de dezembro de 2012. Consultado em 30 de abril de 2024 
  14. «Lucas Santtana - NOIZE | Música do site à revista». NOIZE | Música do site à revista -. 11 de março de 2010. Consultado em 30 de abril de 2024 
  15. «Reconstruindo o trabalho de Lucas Santtana». O Globo. 10 de agosto de 2012. Consultado em 30 de abril de 2024 
  16. ARAÚJO, PEDRO HENRIQUE (13 de fevereiro de 2012). «O Deus que Devasta mas Também Cura». Rolling Stone. Consultado em 30 de abril de 2024 
  17. Matuoka, Ingrid Yurie Paes (12 de janeiro de 2015). «As muitas camadas no som de Lucas Santtana». Faculdade Cásper Líbero. Consultado em 30 de abril de 2024 
  18. Cavalcanti, Paulo (21 de setembro de 2017). «Modo Avião». Rolling Stone. Consultado em 30 de abril de 2024 
  19. «"Eles sabem que a cultura desarma e traz consciência", afirma Lucas Santtana». Brasil de Fato. 9 de janeiro de 2020. Consultado em 30 de abril de 2024 
  20. Facchi, Cleber (9 de setembro de 2019). «Lucas Santtana: "Meu Primeiro Amor" (ft. Duda Beat)». Música Instantânea. Consultado em 22 de maio de 2024 
  21. «Lucas Santtana propõe reflexões sobre o papel do Homem na Terra com o inspirado álbum 'O paraíso'». G1. 10 de janeiro de 2023. Consultado em 22 de maio de 2024 
  22. «Consolidado na cena independente, Lucas Santtana abre espaço no exterior». CartaCapital. 13 de janeiro de 2023. Consultado em 22 de maio de 2024 
  23. «Lucas Santtana propõe reflexões sobre o papel do Homem na Terra com o inspirado álbum 'O paraíso'». G1. 10 de janeiro de 2023. Consultado em 15 de abril de 2024 
  24. Rio, Festival do. «Alguma coisa assim». Festival do Rio. Consultado em 15 de abril de 2024 
  25. «O som de 'Democracia em Vertigem': trilha foi planejada durante vários anos, diz pianista». G1. 9 de fevereiro de 2020. Consultado em 15 de abril de 2024 
  26. «A noite escura da alma | FECIBA - Festival de Cinema Baiano.6». Consultado em 15 de abril de 2024 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]