Luisa Capetillo
Luisa Capetillo | |
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Nome completo | Luisa Capetillo Perón |
Nascimento | 28 de outubro de 1879 Arecibo, Porto Rico |
Morte | 10 de outubro de 1922 (42 anos) Río Piedras, Porto Rico |
Causa da morte | tuberculose |
Nacionalidade | porto-riquenha |
Ocupação | Escritora, ativista anarquista e sindicalista |
Luisa Capetillo (28 de outubro de 1879 — 10 de outubro de 1922) foi uma anarquista portoriquenha, pioneira em seu país do feminismo e sindicalismo. Lutou pelos trabalhadores e os direitos das mulheres. Se distinguiu como intelectual, escritora, jornalista e líder operária. Fez resistência aos convencionalismos sociais e chamou a atenção a suas posições ideológicas de múltiplas maneiras.
Primeiros anos
[editar | editar código-fonte]Luisa nasceu em Arecibo, Porto Rico. Seus pais eram Luis Capetillo, de origem espanhola, e Margarita Peróin, de origem francesa.[1] Luis Capetillo chegou ao Porto Rico na mesma época que Margarita, viajando com sua família.[2]
Em Arecibo, ela foi criada e educada em casa pelos seus pais, que ambos foram bastante liberais em relação às suas ideologias filosóficas e políticas.
Em 1898, Luisa teve o primeiro de seus dois filhos fora do casamento. Na sua terra natal, trabalhou como leitora em uma fábrica de charuto. Após a Guerra Hispano-Americana, a American Tobacco Company, que tinha ganhado o controle da maior parte de plantações de tabaco da ilha, iria contratar pessoas para ler romances e acontecimentos atuais aos trabalhadores. Foi na fábrica de tabaco que Luisa teve seu primeiro contato com os sindicatos. Em 1904, Luisa começou a escrever ensaios, intitulados "Mi Opinión" (Minha Opinião), sobre suas ideias, que foram publicados em jornais sindicais e radicais.[3][4]
Líder trabalhista e ativista pelos direitos das mulheres
[editar | editar código-fonte]Durante uma greve dos trabalhadores agrícolas em 1905, Luisa escreveu a propaganda e mobilizou os trabalhadores à greve, e logo se tornou líder da "FLT" (American Federation of Labor [Federação Americana do Trabalho]) e viajou por todo o Porto Rico para educar e introduzir as mulheres ao sindicalismo. Sua cidade natal, Arecibo, passou a ser a área mais sindicalizada do país.
Em 1908, durante a convenção "FLT", Luisa pediu ao sindicato para aprovar o projeto pelo sufrágio feminino, insistindo que todas as mulheres deveriam ter o mesmo direito ao voto que os homens. Luisa é considerada uma das primeiras sufragistas de Porto Rico.[5]
Em 1912, Luisa viajou até Nova Iorque, onde mobilizou os trabalhares de tabaco cubanos e porto-riquenhos. Mais tarde, foi até à cidade de Tampa, na Flórida, onde também mobilizou os trabalhadores. Na Flórida publicou a segunda edição de "Mi Opinión". Também viajou a Cuba e República Dominicana, onde se juntou aos trabalhadores grevistas em sua causa.
Em 1919 desafiou a sociedade mainstream por se tornar a primeira mulher porto-riquenha a usar calças em público. Luisa foi mandada para prisão por aquilo que então era considerado como um "crime", mas o juiz, mais tarde, retirou as acusações contra ela. Nesse mesmo ano, junto com outros ativistas, ajudou a aprovar uma lei de salário mínimo na legislatura porto-riquenha.[6]
Legado
[editar | editar código-fonte]Luisa morreu em 10 de outubro de 1922, em Porto Rico, vítima de tuberculose. Está sepultada no Cemitério Municipal de Arecibo.[7]
Em 1990, foi feito um telefilme sobre ela, intitulado Luisa Capetillo, pasión de justicia (Luisa Capetillo, a paixão de justiça), dirigido por Sonia Fritz e os arranjos musicais ficaram por conta de Zoraida Santiago.[8] Em Arecibo existe uma Casa Protegida Luisa Capetillo, que é uma organização sem fins lucrativos, cujo objetivo é defender as mulheres que foram maltratadas fisicamente ou mentalmente. A Universidade de Porto Rico criou o "Centro de Documentação Luisa Capetillo" em março de 1990 como parte do projeto de estudos feministas desenvolvido em 1986 pela Universidade e recebeu ajuda financeira da Fundação Ángel Ramos.
Leitura adicional
[editar | editar código-fonte]- The Puerto Rican Nation on the Move: Identities on the Island and in the United States, de Duany, Jorge. Chapel Hill: Imprensa da Universidade de Carolina do Norte, 2002.
- Puerto Rican Women and Work: Bridges in Transnational Labor, de Ortiz, Altagracia; Filadélfia: Imprensa da Universidade Temple, 1996.
- "Whose Legacy?: Voicing Women's Rights from 1870s to 1930s", de Romero-Cesáreo, Ivette; Callaloo 17, nº 3 (1994).
- "Feminism and Its Influence on Women's Organizations in Puerto Rico." Em The Puerto Rican Woman: Perspectives on Culture, History and Society, 2ª edição, de: Valle Ferrer, Norma. Editado por Edna Acosta-Belén, 75–87. Nova Iorque: Praeger, 1986.
- The Story of Luisa Capetillo: A Pioneer Puerto Rican Feminist, de Valle Ferrer, Norma; Volume 4 de Nuestra Voz. Nova Iorque: Lang, 2004.
- Luisa Capetillo Biography – (1879–1922), leitor, Federação Americana do Trabalho, Ensaios Literários http://www.jrank.org/cultures/pages/3684/Luisa-Capetillo.html#ixzz0aU7c58Mg
Referências
- ↑ «Biografia de Luisa Capetillo». Bookrags
- ↑ Luisa Capetillo, Pioneer Puerto Rican Feminist: With the Collaboration of ... De Norma Valle Ferre.
- ↑ Amazon
- ↑ Luisa Capetillo Was Early Puerto Rican Labor Leader She Lived Life on Her Own Terms
- ↑ «Cópia arquivada». Consultado em 3 de junho de 2016. Arquivado do original em 17 de dezembro de 2003
- ↑ «Luisa Capetillo Perone». Consultado em 3 de junho de 2016. Arquivado do original em 7 de setembro de 2008
- ↑ Find a Grave
- ↑ Luisa Capetillo: Pasión de justicia (1995). no IMDb.