Luiz Mario Gazzaneo

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Luiz Gazzaneo
Nome completo Luiz Mario Gazzaneo
Nascimento 22 de outubro de 1927
Maceió, Alagoas
Nacionalidade brasileiro
Morte 12 de outubro de 2012 (84 anos)
Rio de Janeiro
Ocupação Jornalista

Luiz Mario Gazzaneo (Maceió, 22 de outubro de 1927Rio de Janeiro, 12 de outubro de 2012), foi um jornalista brasileiro.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascido em Maceió, estado de Alagoas, no seio de uma família italiana radicada na cidade de São Paulo, Luiz Mário Gazzaneo ligou-se desde jovem ao movimento anti-fascista, aproximando-se do Partido Comunista Brasileiro (PCB) já em 1944, em plena ditadura do Estado Novo. No ano seguinte, integra o grupo que iria organizar o famoso Comício do Pacaembu, quando Luiz Carlos Prestes é praticamente apresentado ao povo de São Paulo, após cumprir nove anos de cárcere. O discurso de Prestes, nessa ocasião, entrou para o imaginário político brasileiro, tamanha a carga emotiva com que se revestiu. Além disso, o poeta comunista chileno Pablo Neruda leu, diante de uma massa composta por cerca de 110 mil pessoas, um belo poema em homenagem à liberdade recém-conquistada de Luiz Carlos Prestes. O Comício do Pacaembu entraria assim para a História.

Desde jovem, Luiz Mário Gazzaneo se interessaria pelo cinema, o jornalismo e a militância política. Mas não necessariamente nessa ordem. No que tange mais especificamente à política, destacou-se logo como secretário da célula comunista - integrada por mais de 200 pessoas - no bairro do Bom Retiro, tradicional reduto judaico de São Paulo. Isso, no imediato pós-guerra. No decorrer da década de 50, ele fixa residência no Rio de Janeiro e passa a trabalhar em jornais comunistas, como Novos Rumos, fechado pelos golpistas, em 1964. Luiz Mário Gazzaneo dividia então a redação do semanário comunista com figuras como Mário Alves e Orlando Bonfim, assassinados pela ditadura militar na década de 70. O jornal contava ainda com a colaboração voluntária de inúmeros militantes comunistas, jornalistas ou não.

Com o advento do golpe militar, Gazzaneo sofre todo tipo de perseguições e passa a colaborar, na mais absoluta clandestinidade, no jornal Voz Operária, órgão oficial do Comitê Central do PCB. Tratava-se de uma das atividades mais arriscadas sob a ditadura, conforme seria comprovado com a repressão que atingiria o jornal em meados dos anos 70. Paralelamente, Luiz Mário Gazzaneo procurou exercer uma atividade jornalística legal. Assim, atua em cotidianos importantes como O Globo e Jornal do Brasil, adotando posição de chefia ou atuando como editorialista. Com a derrocada da ditadura, em 1985, pôde finalmente trabalhar com maior liberdade e, no final da década de 90, assume a função de assessor de imprensa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais exatamente na gestão de Sérgio Besserman Vianna.

Vinculado à cultura italiana, Luiz Mario Gazzaneo traduziu para o português obras clássicas do pensamento social da península, como Maquiavel, a política e o Estado moderno, de Antonio Gramsci, e Breve história das religiões, de Ambrogio Donini. Gazzaneo sempre pautou sua atuação por uma identificação com as idéias do Partido Comunista Italiano, em particular aquelas de Antonio Gramsci, Palmiro Togliatti e Enrico Berlinguer, líderes históricos daquele partido.

Morte[editar | editar código-fonte]

Faleceu no Instituto Nacional de Cardiologia, em Laranjeiras, Cidade do Rio de Janeiro a 12 de outubro de 2012, aos 84 anos. Seu corpo foi cremado no cemitério do Caju, na zona portuária do Rio.[1]

Referências

  1. «Morre no Rio o jornalista Luiz Mario Gazzaneo, aos 84 anos». G1. 12 de outubro de 2012. Consultado em 2 de maio de 2016