Saltar para o conteúdo

Madame Underground Club

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outros significados, veja Madame Satã (desambiguação).
Madame Underground Club
Madame Underground Club
Fachada do Madame Underground Club durante a noite
Conhecido por Madame, Casarão, Satã
Localização Rua Conselheiro Ramalho, 873 - Bela Vista - São Paulo/SP
Coordenadas 23° 33' 34" S 46° 38' 38" O
Tipo Discoteca
Gênero Gótico
pós-punk
new wave
dark wave
cold wave
synth-pop
música eletrônica
EBM
underground
alternativo
Inauguração 21 de outubro de 1983
29 de fevereiro de 2012 (reabertura)
Encerramento Meados de março de 2009
Proprietário Gé Rodrigues e Igor Calmona
Estilo de Arquitetônico dominante Eclético
gótico (gárgula)
art déco (exterior)
pós-moderno (interior)
Antigos nomes The The
Morcegóvia
Madame Satã Night Club
Website http://madameclub.com.br/

Madame Underground Club, antigamente conhecido por Madame Satã Night Club, é um clube de música instalado na região conhecida como Bixiga no distrito ítalo-brasileiro de Bela Vista, região central do município de São Paulo, Brasil.

A casa fechou suas portas em 2009, quando era administrada por José Maurício Penteado, mas em outubro de 2011 foi anunciada a sua volta[1] que ocorreu em 29 de fevereiro de 2012.[2]

O nome "Madame Satã" foi inspirado em João Francisco dos Santos, também conhecido como Madame Satã. João Francisco era uma transformista brasileira que se tornou uma figura emblemática e um dos personagens mais representativos da vida noturna e marginal da Lapa carioca durante a primeira metade do século XX. Após encerrar sua primeira fase em 1993, a casa passou a ser chamada por outros nomes, como The The e Morcegóvia, até retomar oficialmente o nome de Madame Satã no final dos anos 1990.

Na década de 1980 a casa teve seu auge, aproveitando quando a new wave começou a fazer sucesso no Brasil. Ficou conhecido principalmente pela "salada cultural". Ao mesmo tempo em que funcionava majoritariamente como discoteca, também acolhia manifestações artísticas/culturais de todos os tipos.

A convivência pacífica entre pessoas de postura, classe social, etnia e ideologias diferentes presentes em um mesmo lugar era comum, o que fugia à regra dos demais pontos de encontro da época; artistas, escritores, estudantes, homossexuais assumidos, intelectuais, jornalistas, poetas, punks, góticos, socialites, transformistas, entre outros, faziam a clientela da casa.

Recebeu alguns dos primeiros shows de bandas da cidade como o RPM, Titãs, Ira!, Legião Urbana, Zero, entre outras. Além de ter sido um ponto de encontro de personalidades importantes da música e arte em geral, como Cazuza, Claudia Wonder, Grace Gianoukas, João Gordo, Kid Vinil, Marisa Orth, Rita Lee, Sandra Coutinho, Vange Leonel, entre outros.

Em outubro de 2011, os novos proprietários do Madame Satã, o DJ Gé Rodrigues e o empresário Igor Calmona, anunciaram oficialmente a volta da casa noturna em fevereiro de 2012.[3] A casa reabriu oficialmente em 29 de fevereiro de 2012, agora chamada apenas Madame.[4]

Na atual gestão, o Madame Club foi oficialmente reconhecido como patrimônio histórico pela cidade de São Paulo. O espaço passou por uma expansão, incorporando uma área de entretenimento que inclui uma hamburgueria, um espaço para shows com capacidade para 350 pessoas.

Relevância na cena underground da Cidade de São Paulo

[editar | editar código-fonte]

Nos últimos anos, o Madame Underground Club tem se destacado como o principal local para eventos dedicados à música gótica, pós-punk, dark wave e EBM no Brasil. Por meio de parcerias com produtoras independentes, a casa tem sediado shows com renomados artistas internacionais, como A Split Second, Douglas McCarthy (Nitzer Ebb), Hocico, Dirk Ivens (Absolute Body Control/Klinik/Dive) e Gin Devo (Vomito Negro). Além disso, a gravadora e produtora Wave Records, responsável pela curadoria do Wave Festival, liderado pelo pioneiro da cena eletro-wave/gótica no Brasil, Alex Twin, tem desempenhado um papel fundamental nesse contexto. Apresentando notáveis artistas do cenário darkwave mundial, como Selofan, Hante, Minuit Machine, Zanias (Linea Aspera), QUAL (Projeto solo de William Maybelline), bem como nomes clássicos, incluindo Kas Product, Pink Turns Blue, Mecano, e Opera Multi Steel.

Além das atrações internacionais, o Madame Underground Club e a produtora Post Punk Brasil, com curadoria do DJ e "agitador cultural", Felipe Zauber, têm proporcionado momentos nostálgicos e encontro de gerações, revivendo a cena musical dos anos 80. Por meio de shows realizados pela casa, bandas icônicas como Varsóvia, Finis Africae e o líder da banda Zero, Guilherme Isnard, voltaram a se apresentar no histórico casarão após muitos anos, ao lado de nomes atuais do cenário musical underground brasileiro, como Anum Preto, Escarlatina Obsessiva, Flor Concreta, Jenni Sex e Tempos de Morte.

Principais artistas a se apresentarem no Madame Satã

[editar | editar código-fonte]

Shows musicais

[editar | editar código-fonte]

Principais artistas a se apresentarem no Madame após sua reabertura

[editar | editar código-fonte]

Shows musicais

[editar | editar código-fonte]
  • A banda brasileira Nau, com Vange Leonel como vocalista, gravou o video clip da canção Imagens de Outra Guerra no Madame Satã, em 1985.
  • O filme brasileiro Cidade Oculta, de 1986, dirigido por Chico Botelho e com trilha sonora de Arrigo Barnabé, teve cenas filmadas no Madame Satã.
  • Em 19 de setembro de 2014, o cineasta independente Toninho do Diabo fez um teste de elenco no Madame para o seu próximo filme, Hospital Amaldiçoado no qual convocava "pessoas feias" para esse mesmo teste.[6]
  • Em 2015, foi feito o documentário Uma Nova Onda De Liberdade: A História do Madame Satã, com direção de Wladimyr Cruz, que conta a historia da casa. Embora seja de 2015, o filme foi lançado somente no final de 2020 e tem depoimentos de personalidades como Edgard Scandurra, Fernando Deluqui e Ciro Pessoa.[7]
  • Junto ao falido concorrente Carbono 14, o Madame é citado na letra da música "Carbono 14" do álbum MTV RPM 2002 da banda RPM. Antes da fama, os membros da banda eram frequentadores assíduos do lugar.

Referências

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]