Mafalala
A Mafalala é um bairro localizado em Maputo, Moçambique, no Distrito Urbano de KaMaxaquene. É um dos bairros mais famosos de Moçambique, associado à emergência da identidade moçambicana, nomeadamente à oposição cultural e política africana à administração colonial portuguesa.
História
[editar | editar código-fonte]O bairro da Mafalala é um bairro recente, originalmente habitado por muçulmanos que vinham de Nampula. A sua toponímia, Mafalala, provém de uma brincadeira de saltar à corda, realizada pelos muçulmanos de Nampula, em que cantavam a música "Falala"[1].
Devido à sua proximidade a zonas comerciais como o Alto Maé e áreas residenciais e turísticas como Sommerschield e Polana, muitos residentes do bairro trabalhavam nas áreas da hotelaria e restauração. Existiam, igualmente, muitos operários[2].
A construção de hotéis neste bairro exigiu a contratação de operários especializados, muitos contratados nas Ilhas Comoros. A sua permanância na Mafalala criou uma comunidade muçulmana comoreana que se tornou bastante dinâmica[3].
Personalidades do bairro
[editar | editar código-fonte]Muitas personalidades notáveis de Moçambique nasceram e cresceram neste bairro:
- Hilário Rosário da Conceição, jogador de futebol
- José Craveirinha, poeta
- Eusébio da Silva Ferreira, jogador de futebol
- Noémia de Sousa, poetisa
- Samora Machel, político
- Ricardo Chibanga, toureiro
- Fany Mpfumo, músico
- Joaquim Chissano, político
- Pascoal Mocumbi, médico e político
Influências
[editar | editar código-fonte]Mafalala inspirou, entre outros, músicos como Fany Mpfumo, António William ou escritores como Aldino Muianga. Deste último autor, um dos exemplos mais conhecidos autor é a obra Xitala Mati (1987) que, em ronga, quer dizer lugar das inundações pois a Mafalala é um lugar de inundações cíclicas[4].
Pontos de interesse
[editar | editar código-fonte]Através do trabalho de uma ONG moçambicana[5], o bairro pode ser visitado, com uma visita guiada aos principais pontos de património cultural, tais como:
Casas relevantes
[editar | editar código-fonte]- Casa Noémia de Sousa;
- Casa Nuno Caliano;
- Casa Panachande;
- Casa Samora Machel;
- Casa José Craveirinha (Comoreanos);
- Casa Joaquim Chissano;
- Casa Pascoal Mocumbi;
- Casa Fany Mpfumo;
- Casa Ricardi Chibanga;
- Casa Eusébio da Silva Ferreira;
- Casa Rui de Noronha;
- Casa-Museu José Craveirinha;
Mesquitas
[editar | editar código-fonte]- Mesquita Iti Faque;
- Mesquita Baraza;
- Mesquita Cadria;
- Mesquita Chadulia
Desporto
[editar | editar código-fonte]- "Campinho" de Futebol da Mafalala;
Cultura
[editar | editar código-fonte]- Tufo da Mafalala;
- Cantina Mufundisse;
- Cantina Gato Preto;
- Mercado da Mafalala;
Educação
[editar | editar código-fonte]- Escola Primária Unidade 23;
- Escola Primária Unidade 22;
Outros
[editar | editar código-fonte]- Antiga zona da lixeira ("Bucaria");
- Bairro da Munhuana;
- Praça da Paz;
- Entrada da antiga Praça de Touros;
- Praça 21 de Outubro;
- Bairro de Mikandjuine;
- Bairro da Malhangalene.
Referências
- ↑ João Santa Rita (21 de Setembro de 2012). «Bairro histórico de Mafalala torna-se atracção turística em Maputo». Consultado em 2 de Julho de 2019
- ↑ Domingos, Nuno (2013). “Dos Subúrbios da Lourenço Marques Colonial aos Campos de Futebol da Metrópole”, uma Entrevista com Hilário Rosário da Conceição, ISCTE.
- ↑ Gonçalves, Nuno (2016). The Urban Space of Mafalala: Origin, Evolution, and Characterization, Universidade de Coimbra
- ↑ Ribeiro, Margarida & Rossa, Walter (2016). Mafalala: memórias e espaços de um lugar, Imprensa da Universidade de Coimbra.
- ↑ Associação IVERCA. «Mafalala Walking Tour». Consultado em 3 de Julho de 2019