Saltar para o conteúdo

Maria Eufrasia della Croce

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Maria Eufrasia della Croce
Nascimento 1597
Roma, Estados Papais
Morte 1676 (79 anos)
Roma, Estados Papais
Nacionalidade italiana
Área Pintura
Movimento(s) Barroco

Maria Eufrasia della Croce (Roma, 15971676) foi uma freira carmelita e pintora italiana.

Vinda de uma próspera família romana, Maria tornou-se freira em 1628, tendo trabalhado em muitas pinturas para o convento de San Giuseppe a Capo le Case, da Ordem dos Carmelitas Descalços.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascida Flavia Benedetti, em Roma, em 1597, seu pai era um patrício romano e Maria teve também três irmãos, um deles monge capuchinho e o outro, Abbott Elpidio, foi secretário do cardeal Jules Mazarin, colecionador de arte e arquiteto amador. Tornou-se freira em 1628, tendo trabalhado em muitas pinturas para o convento de San Giuseppe a Capo le Case, da Ordem dos Carmelitas Descalços.[1][2]

Maria ingressou no convento em 3 de maio de 1627 e tornou-se freira no ano seguinte. Ainda criança, aprendeu a pintar e a desenhar com tutores particulares. Seus trabalhos apresentam alguma similaridade com o grupo artístico de Bolonha, além de ter conexões com o trabalho da miniaturista Anna Angelica Allegrini e com a arquiteta Plautilla Bricci.[2] Ela pode ter ajudado a treinar Plautilla, que morou com ela por um longo período. Seu irmão, Elpidio, chegou a encomendar uma vila para Plautilla.[3][4]

Em algum momento, Maria se tornou prioresa do convento. Pintou o altar com a cena da Natividade com a ajuda de Plautilla, na Igreja de San Giuseppe, hoje destruída.[3] Registros indicam que ela também pintou a Virgem com a Criança e Catarina de Alexandria e uma pequena cena de Maria, Jesus, João Batista e o apóstolo André. Para seu irmão, Elpidio, ela pintou uma imagem da Virgem Maria do Rosário.[1][2][5]

Os registros de suas pinturas foram mencionados no guia de arte de Filippo Titi.[1][6] Dentro de seu convento, ainda há murais com pinturas de Deus, a Anunciação, Maria Madalena e Cristo com uma mulher em comunhão, a Virgem Maria e João Evangelista. Há também santos carmelitas flanquando a cruz com símbolos relacionados à ressurreição. Alguns murais hoje destruídos incluíam A Última Ceia, O Êxtase de Santa Teresa, Cristo com uma samaritana e a Noli me tangere.[1][2]

Há também uma tela existente representando Santa Teresa protegendo freiras carmelitas atribuídas a Maria, também semelhante a imagens impressas. Para suas pinturas em murais, Maria usava óleo sobre gesso, uma técnica mais fácil do que o verdadeiro afresco.[1]

Morte[editar | editar código-fonte]

Maria Eufrasia morreu em 1676, em Roma, aos 79 anos.[1]

Referências

  1. a b c d e f g Trinchieri Camiz, Franca (1997). «'Virgo-non sterilis...' Nuns as Artists in Seventeenth-Century Rome». Picturing Women in Renaissance and Baroque Italy. [S.l.]: Cambridge University Press. pp. 140–151. ISBN 9780521565806 
  2. a b c d Lirosi, Alessia (2015). «L'influenza della spiritualita spagnola sull'arte monastica romana: il caso di San Giuseppe a Capo le Case». I rapporti tra Roma e Madrid nei secoli XVI e XVII: arte diplomazia e politica. [S.l.]: Gangemi Editore. pp. 126–128. ISBN 978-8849227697 
  3. a b Verdier, Thierry (2018). «La villa Benedetta et la difficile carrière de Plautilla Bricci, femme architecte dans la Rome du XVIIe siècle». Livraisons d'Histoire et de l'Architecture. 35: 41-56. doi:10.4000/lha.924 
  4. Consuelo Lollobrigida (ed.). «Plautilla Bricci (1616–1705): A Talented Woman Architect in Baroque Rome». Art Herstory. Consultado em 5 de outubro de 2021 
  5. Donovan, Jeremiah (1844). Rome, Ancient and Modern and its Environs. [S.l.]: J. Donovan. 199 páginas 
  6. Titi, Filippo (1987). Studio di pittura, scoltura, et architettura, nelle chiese di Roma (1674–1763). [S.l.]: Centro Di. 181 páginas