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Maria de La Tour de Auvérnia

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Maria
Maria de La Tour de Auvérnia
A duquesa pintada em 1639 por Jean Ducayer, em pintura atualmente localizada no Museu Henri Barrré.
Duquesa de Thouars e de La Trémoille
Princess de Talmond e Tarento
Reinado 19 de janeiro de 161924 de maio de 1665
Antecessor(a) Carlota Brabantina de Nassau
Sucessor(a) Madalena de Créquy, Princesa de Poix
 
Nascimento 17 de janeiro de 1601
  Turenne, Viscondado de Turenne, Reino da França (atualmente na Nova Aquitânia, França)
Morte 24 de maio de 1665 (64 anos)
  Thouars, Ducado de Thouars, Reino da França (atualmente na Nova Aquitânia, França)
Sepultado em Capela de Nossa Senhora de Thouars
Cônjuge Henrique III de La Trémoille
Descendência Henrique Carlos de La Trémoille
Luís Maurício
Isabel
Maria Carlota, Duquesa de Saxe-Jena
Armando Carlos, Conde de Taillebourg
Casa La Tour de Auvérnia
La Trémoille
Pai Henrique de La Tour de Auvérnia, Duque de Bulhão
Mãe Isabel de Nassau
Religião Calvinismo

Maria de La Tour de Auvérnia (em francês: Marie; Turenne, 17 de janeiro de 1601 – Thouars, 24 de maio de 1665)[1][2] foi uma nobre francesa. Ela foi duquesa de Thouars, de La Trémoille, além de princesa de Talmon e Tarento como esposa de Henrique III de La Trémoille. Foi responsável pela renovação do Castelo de Thouars, e era conhecida na sua época como uma figura proeminente defensora do Protestantismo

Maria foi a segunda filha e criança nascida de Henrique de La Tour de Auvérnia, Duque de Bulhão, e de sua esposa, Isabel de Nassau.

Os seus avós paternos eram Francisco III de La Tour de Auvérnia, visconde de Turenne e Leonor de Montmorency, que era filha do famoso general Anne de Montmorency, católico, que serviu a cinco reis franceses. Já a sua bisavó paterna, Madalena de Saboia, esposa de Anne, era neta de Filipe II, Duque de Saboia, pela linhagem ilegítima.

Os seus avós maternos eram Guilherme I, Príncipe de Orange e sua terceira esposa, Carlota de Bourbon.

Ele teve sete irmãos, entre eles: Juliana Catarina, esposa de Francisco de La Rochefoucauld, conde de Roucy; Frederico Maurício, duque de Bulhão e marido de Leonor Catarina Febronis, condessa de Bergh; Henrique, visconde de Turenne e marido de Carlota de Caumont, senhora de Saveilles, etc.

Maria foi criada pela mãe no Principado de Sedan,[3] onde recebeu uma rígida educação calvinista.

Em 19 de janeiro 1619, Maria se casou com o primo, Henrique de La Trémoille, 3.º duque de Thouars, filho de Cláudio de La Trémoille, 2.º duque de Thouars e de Carlota Brabantina de Nassau. A noiva tinha 18 anos, e o noivo, 20.

Poucos meses depois da sua instalação no Castelo de Thouars, Henrique permitiu que a esposa voltasse a viver com a sua família em Sedan. No entanto, a duquesa regressou a Thouars e instalou-se nos apartamentos do antigo castelo dos viscondes.[4]

Gravura de Maria feita por Balthasar Moncornet.

Em 1626, o seu marido encarregou-a da venda das propriedades e, aparentemente, da gestão dos negócios do ducado.[4] Durante os anos de 1625 a 1628, a duquesa pretendeu renovar o castelo medieval de Vitré e reconstruir o de Thouars, obra iniciada em 1638, segundo os planos do arquiteto Jacques Lemercier. Lemercier empreendeu, ao mesmo tempo, a construção do Castelo de Richelieu. Ele também é reconhecido por seu trabalho no Palácio do Louvre e na Capela da Sorbonne, em Paris.[5]

Do local do castelo medieval, apenas se conserva a igreja colegiada. O restante do local foi destruído à medida que a construção avançava, sendo os materiais reaproveitados. A obra estrutural foi concluída apenas no ano de 1645.[5] Com uma fachada com mais de 110 m de comprimento, precedida por um pátio principal rodeado por uma galeria pórtica de 70 m de cada lado, o Castelo de Thouars é um dos mais importantes da França, nesta primeira metade do século XVII.[4] Desde 2013, o castelo também é conhecido como Maison des Illustres (Casa da Ilustre) em sua homenagem.[5]

Apesar da conversão do marido ao catolicismo em 1628, a duquesa permaneceu fiel à religião calvinista, e assumiu o papel de protetora das comunidades huguenotes de Poitou e da Bretanha. Ao longo de sua vida, ela demonstrou uma grande força de caráter. Maria foi uma figura eminente do protestantismo em meados do século XVII, tendo sido, por isso, muitas vezes apelidada de "a papisa dos huguenotes".[5]

A primeira dama de honra de Maria foi Leonor Desmier d'Olbreuse, futura esposa de Jorge Guilherme de Brunsvique-Luneburgo, e, portanto, avó do rei Jorge II da Grã-Bretanha. Posteriormente, concedeu esta prerrogativa à sua nora, Emília de Hesse-Cassel.

Por volta de 1662, a saúde de Maria piorou, mas ela recusou-se a converter-se, apesar da pressão da rainha mãe. Quando morreu, no dia 24 de maio de 1665, num domingo, seu corpo foi levado para a capela ducal de Thouars sem qualquer cerimônia, onde foi enterrado.[5][1]

Descendência

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Referências

  1. a b «Marie de La Tour d'Auvergne». Find a Grave. Consultado em 18 de Setembro de 2024 
  2. «Marie de la Tour d'Auvergne». The Peerage. Consultado em 18 de Setembro de 2024 
  3. «Marie de La Tour d'Auvergne (1601-1665)». image-est.fr. Consultado em 18 de Setembro de 2024 
  4. a b c «Marie de la Tour d'Auvergne - 2016.1.1». alienor.org (Conseil des Musées). Consultado em 18 de Setembro de 2024 
  5. a b c d e «Maria de la Tour d'Auvergne». thouars.fr (Ville de Thouars). Consultado em 18 de Setembro de 2024