Mauser Modelo 1908
Mauser Modelo 1908 | |
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Um fuzil Mauser 1908 | |
Tipo | Fuzil de ação por ferrolho |
Local de origem | Alemanha |
História operacional | |
Em serviço | 1908-presente |
Utilizadores | Brasil Uruguai República Dominicana |
Guerras | Guerra do Contestado Revolução Constitucionalista de 1932[1] Cangaço Segunda Guerra Mundial Guerra Civil na República Dominicana em 1965 Guerrilha do Araguaia |
Histórico de produção | |
Fabricante | DWM Fábrica de armas de Itajubá |
Período de produção |
1908-1968 |
Variantes | Modelo 1908 Modelo 1908/34 Modelo 1935 M1949 M954 M968 |
Especificações | |
Peso | 3,8 kg |
Comprimento | 125 cm |
Comprimento do cano |
74,3 cm |
Cartucho | 7×57mm Mauser |
Ação | Ação por ferrolho |
Sistema de suprimento | Pente de 5 munições, carregador interno fixo |
Mira | Mira de ferro ajustável até 2.000 metros |
O Mauser Modelo 1908 era uma série de fuzis e mosquetões de ação por ferrolho baseados no Gewehr 98. Produzidos inicialmente pela Deutsche Waffen und Munitionsfabriken (DWM) e Mauser, foram exportados para o Uruguai e o Brasil. Neste último país, a Indústria de Material Bélico do Brasil produziu versões atualizadas até que o fuzil foi substituído pelo FN FAL em 1964.
Variantes
[editar | editar código-fonte]Modelo 1908
[editar | editar código-fonte]O fuzil Modelo 1908 era uma cópia do Mauser Gewehr 98, com câmara para o 7×57mm Mauser e com uma mira simples e um guarda-mão superior mais longo.[2] Uma variante também foi reduzida para uma configuração de mosquetão de 1,06 m.[3]
Modelos 1935 e 08/34
[editar | editar código-fonte]O fuzil Modelo 1935 de 7mm fabricado pela Mauser era semelhante ao Modelo 1908, mas apresentava ranhuras para empunhar.[4] Também havia uma variante de mosquetão.[5] Não deve ser confundido com o mosquetão Modelo 1908/34 de fabricação tcheca (Vz. 12/33), o mosquetão Modelo 1908/34 era uma versão atualizada do Modelo 1908 usando madeira local.[6]
M1949
[editar | editar código-fonte]O Mosquetão Itajubá M1949 era um mosquetão 08/34 com câmara para o .30-06 Springfield.
M954
[editar | editar código-fonte]O Mosquetão Itajubá M954,[6] de .30-06 Springfield, era uma variante dotada de cano de boca rosqueada, que possibilitava o uso de um quebra-chamas ou uma granada de bocal. Sua soleira foi inspirada na do Gewehr 43 (cuja cópia foi fabricada sob a mesma designação Itajubá M954 Mosquetão).[7]
M968
[editar | editar código-fonte]O Mosquetão 7,62mm Modelo 968[6] ou M968 foi um dos últimos fuzis de serviço Mauser produzidos. Este fuzil dispara o cartucho 7,62×51mm NATO, um dispositivo para granadas de bocal foi fixada em seu cano e sua coronha foi reforçada com borracha. Estes recursos também foram usados no FN FAL,[8] daí o apelido de Mosquefal.[6] Essa variante é usada nos Tiros de Guerra do Exército Brasileiro.
História e serviço
[editar | editar código-fonte]Um grande número de fuzis e mosquetões Modelo 1908 foi comprado entre 1908 e 1914.[9] Enquanto a DWM era o principal fabricante, a Mauser produziu 100.000 Modelo 1908 com selos DWM Oberndorf.[10] Alguns Mauser 1908 estiveram em combate durante a Guerra do Contestado.[11] Mais tarde, fuzis e mosquetões Modelo 1935 foram comprados em quantidades desconhecidas da Mauser.[12][5] Eles foram colocados em combate contra os cangaceiros.[6] Para melhorar a independência do país em relação aos fornecedores estrangeiros, o Modelo 08/34 foi produzido em Itajubá.[5]
O Uruguai recebeu fuzis e mosquetões modelo 1908 fabricados pela DWM antes de 1914 e os usou na década de 1950.[13] Vários Mystery Mauser, semelhantes ao Modelo 1908, mas com câmara para o 7,92×57mm Mauser, podem ser encontrados com marcações árabes ou um hexagrama.[14]
No início dos anos 1950, excedentes de fuzis e mosquetões 1908 brasileiros foram exportados para a República Dominicana.[15] As marcações brasileiras foram substituídas pelas marcações dominicanas e os fuzis foram designados como Modelo 1953.[16] Durante a intervenção dos Estados Unidos na Guerra Civil na República Dominicana em 1965, esses fuzis Mauser foram considerados muito eficazes, pois tinham alcance maior que o fuzil M16, usado pelos militares americanos.[17]
No pós-guerra, a fábrica de Itajubá produzia os mosquetões M1949 e M954 para as Forças Armadas Brasileiras.[18] Durante a Guerrilha do Araguaia, os rebeldes conseguiram adquirir Mauser 7,62 da polícia do Pará.[19] O M968 foi produzido para as forças policiais brasileiras.[8]
Referências
- ↑ Douglas de Souza Aguiar Junior (25 de junho de 2017). «O Museu de Polícia Militar de São Paulo». Armas On-Line
- ↑ Out 1992, p. 17.
- ↑ Ball 2011, p. 66.
- ↑ Out 1992, p. 18.
- ↑ a b c Ball 2011, p. 70.
- ↑ a b c d e Neto, Carlos F. P. (5 de abril de 2011). «Fuzís Mauser no Brasil e as Espingardas da Fábrica de Itajubá (Rev. 2)». armasonline.org
- ↑ Ball 2011, p. 73.
- ↑ a b Out 1992, p. 21.
- ↑ Ball 2011, p. 65.
- ↑ Ball 2011, p. 235.
- ↑ Pinto de Moura, Aureliano (1 de agosto de 2012). «Seminário 100 Anos da Guerra do Contestado». mpsc.mp.br. Ministério Público de Santa Catarina
- ↑ Ball 2011, p. 69.
- ↑ Ball 2011, p. 391.
- ↑ Ball 2011, p. 405.
- ↑ Ball 2011, p. 125.
- ↑ Ball 2011, p. 126.
- ↑ Yates, Lawrence A. (julho de 1988). Power Pack: U.S. Intervention in the Dominican Republic, 1965-1966 (PDF). Col: Leavenworth Papers, Number 15. [S.l.]: Command and General Staff College. p. 123
- ↑ Ball 2011, p. 71.
- ↑ Mendes, Matias (24 de setembro de 2012). «Conflito do Araguaia: Guerrilheiros e Soldados». Gente de Opinião
- Ball, Robert W. D. (2011). Mauser Military Rifles of the World. Iola: Gun Digest Books. ISBN 9781440228926
- Out, Roger (dezembro de 1992). «Les Mauser brésiliens». Gazette des Armes (228). pp. 17–21