Cemitério dos Degolados
Localização | |
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Área |
aprox. 307 m² |
Tipo |
histórico |
Administração |
Prefeitura de Santo Augusto |
Entrada em serviço |
1923 (101 anos) |
O Cemitério dos Degolados é uma necrópole com função de registro histórico. Localiza-se na comunidade de Pedro Paiva, interior de Santo Augusto. Possui cerca de oito túmulos, com aproximadamente vinte corpos sepultados, a maioria católicos. Por sua importância histórica, o Cemitério dos Degolados é considerado uma atração turística, constando no roteiro cultural da cidade. Apresenta um Memorial inaugurado no dia 29 de janeiro de 2015.[1]
História
[editar | editar código-fonte]O Cemitério dos Degolados foi criado pela Lei Municipal nº 844 de 25 de maio de 1989. Foi inaugurado para enterrar pessoas mortas e degoladas durante um conflito no ano de 1923 (ou 1924) que envolveu todo o Rio Grande do Sul. Este conflito reuniu dois grupos políticos denominados Chimangos e Maragatos e durou 324 dias. Entre 1923 e 1924, alguns "piquetes" (grupos de pessoas) se formavam em toda a região. Em Santo Augusto, os mais destacados piquetes foram o do Cardoso, dos Marianos e dos Miquerinos. O governador do Rio Grande do Sul na época era Borges de Medeiros e o presidente da República, Arthur Bernardes. Em geral, os recrutados para formar os piquetes não tinham uma ideologia política, ou partido, apenas seguiam o líder local, seu compadre, na maioria dos casos.
Como surgiu o Cemitérios dos Degolados
[editar | editar código-fonte]Foi no ano de 1923, outros dizem que foi em 1924. O combate começou pelas nove ou dez horas da manhã, no interior do município de Santo Augusto, no Distrito de Pedro Paiva.
Distrito de Pedro Paiva
[editar | editar código-fonte]Parte da área onde está a sede do Distrito de Paiva foi uma área concedida para Pedro Paiva, onde ele possuiu uma casa comercial e dividiu a área de matos e ervais em colônias que vendeu para famílias de Ajuricaba, onde ele tinha outra casa de comércio. As famílias que vieram para essas colônias foram: Mattioni, Fitz, Speroni, Krüger, Galert, Ridner, Farezin, Radin e outros. Perto da “venda” do Pedro Paiva havia uma lagoa conhecida como Lagoa do Paiva, onde carreteiros, tropeiros, carroceiros, e viajantes costumavam passear ou pousar. Por isso foi um lugar referencial na região, por muito tempo. Com a conservação da estrada, o leito da lagoa foi aterrado, as vertentes sumiram e, hoje, não há mais sinais.
Na atualidade
[editar | editar código-fonte]Na manhã de 29 de janeiro de 2015, ocorreu a reinauguração do Memorial dos Degolados e a revitalização do Cemitério dos Degolados, ponto turístico de Santo Augusto. Atualmente, não há um plano de manutenção dos túmulos e do Memorial. [2]
Sepultados famosos e visitação pública
[editar | editar código-fonte]Ao total, oito mortos no conflito estão enterrados, todos Maragatos, que lutavam contra o governo da época. Eles eram comandados por Carlos Cardoso. Foram enterrados no Cemitério dos Degolados: Tenente João Dentista, o menino negro, Jovino Rolim que foi morto pelo irmão, o Tenente Froylan Rolim do grupo contrário. Os mortos foram sepultados pelo Tio Pequeno ou Tio Castro e pelas mulheres e crianças da vizinhança, pois os homens estavam na revolução ou escondidos nos matos para escaparem dos recrutadores. Para sepultar os degolados, aproveitaram a vala de um carreiro que foi alargada pelo Tio Castro, e na qual puseram os oitos mortos, sem caixão, velório ou outra formalidade que não o “Terço das Incelências (Excelências) rezado por Benedito de Castro, que era Capelão.
Memorial dos Degolados
[editar | editar código-fonte]O "Memorial dos Degolados" apresenta placas que descrevem aspectos da história do conflito no Rio Grande do Sul e destaca o episódio sangrento que ocorreu no final de 1923.
Referências
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- “Degolados”. Curta-metragem.
- OLIVEIRA, Odilon Gomes de. Santo Augusto-RS: 1815/20 até 1940. Porto Alegre: Evangraf, 2000.
- ENDRES, J. T. Biografia da Brigada Militar - Coronel Octacílio Rodrigues da Silva. TCC (Curso de Licenciatura em História) - UNIJUI, Ijuí, 2015.
- TOMASI, Tanize. Abotoaduras de Balbina. Santo Augusto: Editora Panaro, 2022.