Trafaria
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Freguesia portuguesa extinta | ||||
Vista panorâmica da Trafaria | ||||
Gentílico | Trafarienses | |||
Localização | ||||
Localização de Trafaria em | ||||
Mapa de Trafaria | ||||
Coordenadas | 38° 40′ 11″ N, 9° 14′ 20″ O | |||
Município primitivo | Almada | |||
Município (s) atual (is) | Almada | |||
Freguesia (s) atual (is) | Caparica e Trafaria | |||
História | ||||
Extinção | 2013 | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 5,83 km² | |||
População total (2011) | 5 696 hab. | |||
Densidade | 977 hab./km² | |||
Outras informações | ||||
Orago | São Pedro |
Trafaria é uma vila portuguesa que foi sede da extinta Freguesia da Trafaria do Município de Almada, freguesia que tinha 5,73 km² de área e 5 696 habitantes (2011), e, por isso, uma densidade populacional de 994,1 habitantes/km².
A freguesia foi extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, tendo sido agregada à freguesia de Caparica para formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Caparica e Trafaria com sede em Caparica.[1]
A povoação de Trafaria foi elevada à categoria de vila em 1985.[2]
A Trafaria fica localizada na margem esquerda do rio Tejo entre o Bico da Calha e o Portinho da Costa. Na Cova do Vapor (uma localidade com casas em madeira, a maioria utilizada como segunda habitação) dá-se o encontro do rio Tejo com o Oceano Atlântico. Aos habitantes da Trafaria dá-se o nome de trafarienses.
População
[editar | editar código-fonte]Nº de habitantes [3] | ||||||||||||||
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1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 | ||||||
3 186 | 3 713 | 3 361 | 3 191 | 5 796 | 6 553 | 6 785 | 5 946 | 5 696 |
Criada pelo decreto-lei nº 12.432, de 07/10/1926, com lugares da freguesia da Caparica. Pelo decreto-lei nº 37.301, de 12/02/1949, foi criada a freguesia da Costa da Caparica com lugares desta freguesia
Distribuição da População por Grupos Etários | |||||||||
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Ano | 0-14 Anos | 15-24 Anos | 25-64 Anos | > 65 Anos | 0-14 Anos | 15-24 Anos | 25-64 Anos | > 65 Anos | |
2001 | 950 | 779 | 3 149 | 1 068 | 16,0% | 13,1% | 53,0% | 18,0% | |
2011 | 895 | 709 | 2834 | 1258 | 15,7% | 12,4% | 49,8% | 22,1% |
História
[editar | editar código-fonte]Ao que tudo indica a origem da Trafaria remonta a um pequeno aglomerado de pescadores, sendo hoje aliás uma das actividades da população da Trafaria, se bem que em número reduzido.
Em 1565 (7 de agosto), o regente e cardeal D. Henrique, mandou edificar um lazareto na Trafaria. No dia 20 de Dezembro de 1695, estabeleceu-se na Trafaria, um lazareto destinado às quarentenas.
Em 23 de Janeiro de 1777, teve lugar, na Trafaria um episódio tristemente célebre. Um destacamento às ordens de Pina Manique e enviado pelo primeiro-ministro Marquês de Pombal (no reinado de D. José I) lançou fogo no aglomerado de cabanas, conhecido por "abarracamento", na Trafaria. A povoação da Trafaria foi entretanto reconstruída.
Entre a Trafaria e a Costa de Caparica existe um grande pinhal, de plantação relativamente recente (século XVIII), pertencente ao Estado, com o qual se pretendeu fixar as dunas da costa e com duas valas de drenagem enxugaram-se as terras pantanosas entre a Arriba Fóssil e o Oceano Atlântico.
Em 1873, estabeleceu-se na Trafaria, a fábrica de dinamite do engenheiro francês Combemale. No ano de 1901, a rainha D. Amélia (esposa do rei D. Carlos I) deslocou-se à Trafaria com o objectivo de inaugurar a primeira colónia balnear que existiu em Portugal.
Em 7 de Outubro é criada freguesia da Trafaria, com território desanexado da freguesia de Caparica.
Entre 1902 a 1909, construiu-se o conjunto defensivo da barra e porto de Lisboa: Alpena, 1 e 2 e Raposeira (lugar da freguesia de Trafaria) 1 e 2 que foi desativado mais tarde mas continuaram em uso as fortificações a volta do antigo lazareto. O Quartel da Trafaria foi aí inaugurado em 1905, construindo-se a seguir a Casa da Reclusão. Esta serviu de presídio militar para os monárquicos envolvidos na revolta do Monsanto, e este forte ficou associado à prisão de muitos civis e políticos que combateram a ditadura militar e o Estado Novo até a Revolução dos Cravos.[4]
Na década de 1950, acentuou-se a recessão das areias do litoral da Cova do Vapor que irá fazer perder algumas centenas de hectares de praia e floresta de pinheiros. Em 1970, a Trafaria tinha 6 145 habitantes, para dez anos depois ter 6 489. Foi elevada a vila pela lei 79/85 de 26 de Setembro de 1985.
Vida económica
[editar | editar código-fonte]Na Trafaria, as principais actividades económicas são os serviços, o comércio e a pesca. Na pesca destaca-se a apanha de amêijoa a partir das "chatas" com recurso a uma "gadanha" que é alada por intermédio dum "gingarelho". Este tipo de pesca é ilegal, e o único meio de subsistência para muitos agregados familiares da região. Esta actividade, contudo é praticada por maioria das pessoas.
Feiras, festas e romarias
[editar | editar código-fonte]- Festas populares (12, 24 e 29 de Junho)
- Festa da vila (1 a 9 de Julho)
- Festa do peixe e do marisco (Julho)
Património arquitectónico
[editar | editar código-fonte]- Capela de Nossa Senhora do Carmo (Trafaria), na localidade de Murfacém
- Capela de Nossa Senhora da Conceição
- Coreto de Trafaria
- Forte de Nossa Senhora da Saúde da Trafaria
- Igreja de São Pedro
- Igreja Matriz de Trafaria
- Monumento ao Militar
- Monumento ao Padre Baltazar
- Presídio da Trafaria
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro (Reorganização administrativa do território das freguesias). Acedido a 2 de fevereiro de 2013.
- ↑ «Lei n.º 69/85, de 26 de setembro». diariodarepublica.pt. Consultado em 24 de outubro de 2023
- ↑ Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
- ↑ «TRAFARIA: UMA VIAGEM PELA HISTÓRIA DO FORTE-PRESÍDIO». 1 de outubro de 2020. Consultado em 27 de outubro de 2024