Museu Casa Maria Mariá
Museu Casa Maria Mariá | |
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Tipo | museu, património histórico |
Inauguração | 1994 (30 anos) |
Geografia | |
Coordenadas | |
Localização | Alagoas, União dos Palmares - Brasil |
Patrimônio | bem de interesse histórico em Alagoas |
O Museu Casa Maria Mariá é um museu localizado em União dos Palmares (Alagoas) e que contém o espólio da professora, historiadora, jornalista e folclorista Maria Mariá de Castro Sarmento.
Fundado em 1993, constituiu-se primeiro numa sociedade cultural mantida pela família da historiadora,[1] no casarão onde ela residiu.
O museu contém móveis, utensílios, artesanato, artigos jornalísticos e fotografias colecionados e catalogados por Maria Mariá e que são a base do espólio atualmente exposto. Forma, ao lado do Memorial do Poeta Jorge de Lima e do Parque Memorial Quilombo dos Palmares, a contribuição de União dos Palmares[2] para a cultura brasileira.
Depois de uma profunda reforma levada a cabo pela prefeitura municipal, o Museu Casa Maria Mariá passou a ser gerido, desde 2011, pela Secretaria de Cultura do município.
No ano 2013, a Casa-Museu Maria Mariá participou das atividades incluídas na 7ª Primavera dos Museus,[3] programa gerido pelo Instituto Brasileiro de Museus,[4] órgão do Ministério da Cultura do Brasil.
Quem foi Maria Mariá
[editar | editar código-fonte]Maria Mariá (União dos Palmares, 16 de junho de 1917 - União dos Palmares, 28 de fevereiro de 1993), figura polêmica da sociedade palmarina, foi uma das primeiras mulheres a abraçar o feminismo em Alagoas.[5] Destacou-se na defesa das liberdades femininas (foi primeira mulher a usar calças compridas e maiôs), na busca de uma educação moderna (aboliu, nas suas aulas, a "palmatória" e as pedrinhas que os alunos tinham de mostrar à professora à hora de ir ao banheiro) e se posicionou publicamente contra o descaso público com a educação.[6]
Também defendeu a preservação das práticas culturais e do patrimônio arquitetônico da cidade, opondo-se à derrubada da antiga matriz de Santa Maria Madalena.[6]
Nas palavras de Jorge Baleeiro de Lacerda:
“ | Maria Mariá ainda não mereceu a consagração nacional de uma Bertha Lutz, de uma Nísia Floresta Brasileira Augusta ou de Maria Lacerda de Moura. Sua fama se restringe à União dos Palmares, quando muito a Alagoas. (...) Maria Mariá fez-se cedo autodidata e rebelde. Lia muito e, logo passou a ser uma referência cultural na acanhada União dos Palmares, terra de Zumbi e do quilombo dos Palmares, na serra da Barriga. Não sei se chegou a ler Han Ryner, autor predileto das feministas dos anos 20. Era consultada sobre os mais diversos assuntos. Usava, nos anos 40, calça, shorts e maiô para pasmo do vigário de União dos Palmares. Espantou tanto a cidade até que um dia, já nos anos 60, o pároco da matriz e mais algumas beatas conseguiram expulsá-la da cidade em nome do pundonor público e da sacrossanta e tradicional família de União dos Palmares. | ” |
Ao morrer, em 1993, deixou um acervo composto de objetos que representam o cotidiano da sociedade alagoana da primeira metade do século XX, além de um amplo acervo fotográfico que retratam sua atitude demasiado moderna para os tempos de então (festas populares - padroeira, juninas, carnaval, folguedos - , vestuário, hábitos), sua atuação como educadora e a vida na cidade, com suas figuras políticas, intelectuais e religiosas.[6]
Acervo
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Tabuleiro com nomes das ruas da União antiga
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Cadeiras do salão
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Corredor
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Pilão, usado para pilar o milho e o café
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Gramafone
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Quarto
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Cômoda com santos populares
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Utensílios
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Salão
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Artesanato local
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Armário do salão
Referências
- ↑ http://gazetaweb.globo.com/gazetadealagoas/acervo.php?c=69896
- ↑ http://www.ama.al.org.br/municipio/uniao-dos-palmares/
- ↑ Palmares, Secult União Dos. «Secretaria Municipal de Cultura de União dos Palmares: 7ª Primavera dos Museus»
- ↑ http://www.museus.gov.br/acessoainformacao/acoes-e-programas-2/primavera-dos-museus/
- ↑ SOUSA, Bernardina S. Araújo. Maria Mariá de Castro Sarmento: uma fala que denuncia as discriminações e desigualdades no início do século XX, em Alagoas. In: I SEMINÁRIO NACIONAL DE GÊNERO E PRÁTICAS CULTURAIS: DESAFIOS, HISTÓRICOS E SABERES INETRDISCIPLINARES, 1997, João Pessoa. ANAIS Campina Grande, EDUEP, 2007.p. 246.
- ↑ a b c ROSA E SILVA, Enaura Quixabeira & BOMFIM, Edilma Acioli. DICIONÁRIO MULHERES DE ALAGOAS ONTEM E HOJE. 2007, Maceió, UFAL. Pag. 279.
- ↑ «Jornal de Beltrão»