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Museu do Estado do Pará

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Museu do Estado do Pará
Museu do Estado do Pará
Tipo museu histórico, museu
Página oficial (Website)
Geografia
Coordenadas 1° 27' 22.622" S 48° 30' 10.991" O
Mapa
Localização Belém - Brasil
Patrimônio bem tombado pelo IPHAN

O Museu Histórico do Estado do Pará (abraviado MHEP), ou Museu do Estado do Pará, é um museu governamental brasileiro criado em 1981, atualmente sediado no Palácio Lauro Sodré no bairro da Cidade-Velha da cidade brasileira de Belém (estado do Pará), que abriga exposições variadas de artistas contemporâneos.[1] Promovendo a documentação, pesquisa das coleções, divulgação científica e, preservação da memória social e histórica paraense.[2] E sede do Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM).[3][4]

Este somente iniciou suas atividades em 1986, ainda localizado no Centro Tancredo Neves (Centur), com acervo construído de doações de peças particulares e também vindas de outros órgãos governamentais do estado. Em 1987, a sede do museu foi transferida para o Palacete Bolonha e, em 1994, enfim para o Palácio Lauro Sodré, sede do governo estadual.[1]

O palácio onde funciona o museu é um exemplar da arquitetura clássica do arquiteto italiano Antoio Landi, construído em 1680 para abrigar a sede da então Capitania do Grão-Pará, a pedido do governador, Marçal Nunes da Costa, quando ocoria a transferencia da capital do Brasil, da cidade de Salvador para a cidade do Rio de Janeiro.

O museu é formado por galerias, ateliê, arquivo, auditório,[2] biblioteca e, diversos salões temáticos,[1] como o pompeiano, império renaiscence, art nouveau e, neoclássico com influências do revivalismo do século XIX. E també contém inúmeros exemplares de mobília, pintura e artes decorativas dos séculos XIX e XX.

Esta instituição museuológica é dirigida pelo Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM), subordinada à Secretaria Executiva de Estado de Cultural do Pará (Secult).[2] Possui as função de: preservar, incentivar, e divulgar, o acervo de sua área de competência, visando ao desenvolvimento e aprimoramento cultural do Estado do Pará” (conforme decreto nº 1434/2004).[2]

No contexto do século XVIII, portugueses e espanhóis assinaram o Tratado de Madri (João V de Portugal e Fernando VI de Espanha em 1750),[2][5] documento que definiu os limites entre as respectivas colônias sul-americanas findando as disputas territoriais,[5] e que permitiu a vinda de técnicos da Europa ao Pará - processo mediado pelo General Francisco Xavier de Mendonça Furtado (irmão de Marques de Pombal) - onde esta comissão foi composta por geólogos, matemáticos, arquitetos, entre outros, destacando-se Antônio José Landi, contratado para arquitetar um palácio governamental.[2] O prédio atualmente denominado Museu do Estado do Pará, foi projetado entre 1762 e 1771 como um palácio, para atender a Corte Portuguesa que viria residir na Amazônia, conforme as decisões do Marquês de Pombal (então Ministro do Rei Dom José I).[2]

Em 1762, a construção do Palácio Lauro Sodré (primeiro Governador republicano do Pará) foi erguida com mão de obra indígena no governo de Bernardo de Mello e Castro, com inauguração em 21 de novembro de 1772,[1][2] no governo de João Pereira Caldas, servindo de sede governamental do recem-criado Estado do Grão-Pará e Rio Negro (a partir da divisão do Estado do Grão-Pará e Maranhão em duas unidades administrativas) e[6] moradia de governadores e capitães-generais da capitania do Grão-Pará (1621–1820).[2] Local de onde sairia a primeira procissão do Círio de Nazaré em 1793,[2][7] uma devoção religiosa herdada dos colonizadores portugueses — celebrado em Portugal em setembro na vila de Nazaré[8]

Seguindo para o século XIX, dois episódios marcaram o Palácio, a oficialização da Adesão do Pará a independência do Estado do Brasil em agosto de 1823 e a morte de Bernardo Lobo de Souza durante a Guerra dos Cabanos, em janeiro de 1835, pelo cabano tapuio Domingos Onça no contexto da província do Grão-Pará (1821–1889).[2]

O palácio posteriormente recebeu dversas interferências políticas em determinados momentos de história, sofreu alterações na sua estrutura arquitetônica, como por exemplo, no início do século XX, a pedido do governador Augusto Montenegro (1904-1908), o prédio passou por alterações, com a criação de cincos salões nobres.[2]

Nesse setor cultural governamental, em novembro de 1975 ocorreu outro evento importante para as políticas culturais no estado do Pará, com a criação da Secretaria de Estado de Cultura, Desportos e Turismo (SECDET).[9] Antes desta as políticas culturais eram inexistentes no estado, apesar da existencia de uma Secretaria de Estado de Educação e Cultura, criada em 1951, sua atuação era centrada muito na área de educação, consequentemente, a pasta de educação era detentora de todos os recursos orçamentários destinados à Secretaria, até ocorrer o desmembramento do setor cultural e da educação.[9] Os debates da criação da secretaria no Pará ocorreram quase exclusivamente por intelectuais na capital paraense, demonstrando a centralização das questões culturais do estado subordinados aos interesses das elites belenenses, representados pela Academia Paraense de Letras e Conselho Estadual de Cultura, ambas as instituições tinham intervenção direta na política cultural da SECDET.[10]

Um período marcado por modificações como o governo estadual lida com a cultura, um momento de iniciativas na área cultural e diminuição do uso da força física;[11] a criação da SECDET acontece em meio à ditadura militar no Brasil, em um momento histórico caracterizado pela abertura gradual do regime ditatorial (que culminaria em 1985 com seu fim no país).[9] Surge também em 1975 à nível federal o primeiro Plano Nacional de Cultura, além da criação de várias instituições, como a Fundação Nacional das Artes (1975), o Centro Nacional de Referencia Cultural (1975), o Conselho Nacional de Cinema (1976), a Fundação Pró-Memória (1979).[10]

As reforma estruturais do governador Augusto Montenegro, transformado o palácio no Museu do Estado do Pará, no ano de 1983, tendo suas atividades iniciadas apenas em 1986, no quarto pavimento do Centro Cultural Tancredo Neves (Centur, 1986).[2] Durante a história de seu funcionamento, doações de peças de vários órgãos do estado e doações particulares (famílias que garantiam o nome na obra doada) foram sendo efetuadas para composição do acervo.[1][2]

Após a criação do museu, este ocupou alguns outros endereços além do Centur, em 1987 funcionou no Palacete Bolonha e, em 1994 foi transferido para o Palácio Lauro Sodré, onde atualmente funciona.[2] Atualmente a instituição faz parte do Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM), que é vinculado à Secretaria Executiva de Estado de Cultural do Pará (Secult).[2]

Características

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Ao entrar no atual prédio do museu, o visitante depara-se com uma grande escada que dá acesso ao acervo, que é composto por utensílios, como por exemplo: conjuntos de chá e café, tinteiros, porta-jóias e portas-cartão, mas principalmente, por obras de arte e mobiliários.[2] Os objetos que decoravam o palácio hoje fazem parte do acervo do museus, são eles: vasos, floreiras, candelabros, esculturas, mobiliário, pinturas, lustres, que foram produzidas para compor a sede do Governo e, que retrata a riqueza dos governantes no Pará na década setentista.[2]

O prédio é formado por auditório, biblioteca e, diversos salões,[1] como o “Salão Eclético”, que funcionou como o gabinete particular do governador, decorado pelo artista francês Joseph Cassé ao estilo neo-renascentista, onde incorporou elementos de decoração, baseados em linhas históricas da tradição ocidental, com elementos neoclássicos e neogóticos.[2] Neste estão armários, louças, estantes, mesas, esculturas e lustres.[2]

O salão Renascença, o mais importante do Palácio, é decorado por aço fundido proveniente dos Estados Unidos e adquirido pelo Governador Lauro Sodré em 1894.[2] Neste está presente a tela “A conquista da Amazônia”, do pintor Antônio Parreiras, encomendada pelo Governador Augusto Montenegro para decorar um determinado salão.[2] Tem também o salão Império, decorado por Joseph Cassé, concebido como ante-sala para o salão de “Honra do palácio”, possui um conjunto de monumentos que retratam os ideais modernos.[2] Neste sentido, os salões “Renascença e Império” são os salões nobres do palácio.

O museu possui ainda, a “galeria dos governadores”, a sala “Vicente Sales”, o “Ateliê Aberto”, a sala “Antônio Landi”, a sala “Plácido de Souza”, o salão “Art Noveau” e, o salão “Pompeiano”, além do arquivo e da biblioteca especializados em arte e, também obras sobre a criação deste museu.[2]

Na prática da disseminação das informações, esta ocorre de três modos: redes Sociais, jornais impressos e, site do Sistema Integrado de Museus e Memoriais.[2]

Um acervo mobiliário e objetos de decoração residências oficiais formado por: floreiras, candelabros, esculturas, mobiliário, pinturas, lustres, que compõem a sede do Governo.[2][12]

O acervo numismática formado por 802 moedas de cobre com carimbo do governo cabano,[13][3] tombado como patrimônio histórico paraense pelo Departamento de Patrimônio do Pará (DPHAC), orgao ligado à Secretaria Estadual de Cultura (Secult).[3]

A coleção Motoki foi adquirido por doação em 1986, com origem nas atividades de demolição de edificações, existentes na cidade de Belém nas décadas de 1960/70, realizadas pelo japonês Kenichiro Motoki.[12] Possui uma tipologia variada: arquivístico, bibliográfico e museológico.[12]

Um coleção formada por aproximadamente 100 retratos na técnica de pintura à óleo, telas encomendadas pelo Governo do Pará representando governantes, militares e, religiosos, como: capitães-gerais, governadores, presidentes e, imperadores.[12]

Célia Bassalo

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A coleção composta por utensílios de toucador, utensílios de cozinha e, objetos de decoração, doadas pela colecionadora Célia Bassalo, uma colecionadora de objetos de art nouveau em Belém.[12]

Referências

  1. a b c d e f Benigna Soares (21 de novembro de 2014). «Palácio Lauro Sodré é tema de documentário exibido em voo regular da TAP Portugal». Rede Pará. Consultado em 22 de fevereiro de 2022 
  2. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z Martins, Eliane Epifane (19 de abril de 2017). «Práticas de preservação da memória social nas instituições-memória da cidade de Belém do Pará» (PDF). Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Consultado em 26 de maio de 2023. Resumo divulgativo 
  3. a b c «Belém – Acervo Numismático de 802 Moedas de Cobre». iPatrimônio. Consultado em 13 de setembro de 2024 
  4. «Museu do Estado do Pará». Secretaria Estadual de Cultura do Pará. Consultado em 13 de setembro de 2024 
  5. a b Garcia, Eugênio Vargas, 1967- (2005). Cronologia das relações internacionais do Brasil 2a ed., rev., atualizada e ampliada ed. Rio de Janeiro, RJ, Brasil: Contraponto. OCLC 76820567 
  6. «No tempo das fábricas». Arquivo Nacional. Consultado em 19 de outubro de 2015 
  7. Duran, Sabrina (7 de outubro de 2011). «Círio de Nazaré: por dentro da maior festa religiosa do Brasil». Turismo. Consultado em 16 de julho de 2018 
  8. Duran, Sabrina (7 de outubro de 2011). «Círio de Nazaré: por dentro da maior festa religiosa do Brasil». Turismo. Consultado em 16 de julho de 2018 
  9. a b c DE FREITAS, ANA PAULA NAZARÉ (2010). POLÍTICAS CULTURAIS E CONSUMO CULTURAL: um estudo dos públicos da Estação das Docas em Belém/PA (PDF). FORTALEZA: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ 
  10. a b DE FREITAS, ANA PAULA NAZARÉ (2010). POLÍTICAS CULTURAIS E CONSUMO CULTURAL: um estudo dos públicos da Estação das Docas em Belém/PA (PDF). FORTALEZA: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ 
  11. DE FREITAS, ANA PAULA NAZARÉ (2010). POLÍTICAS CULTURAIS E CONSUMO CULTURAL: um estudo dos públicos da Estação das Docas em Belém/PA (PDF). FORTALEZA: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ 
  12. a b c d e «Coleções». Secretaria Estadual de Cultura do Pará. Consultado em 13 de setembro de 2024 
  13. Caderno de educação patrimonial, o Pará e sua diversidade cultural (PDF). [S.l.]: Departamento de patrimônio histórico, artístico e cultural (DPHAC) 

Ligações externas

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