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Na Mira

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Na Mira
Na Mira
Logotipo utilizado na sua segunda fase, na Rede Brasil Bahia
Informação geral
Formato programa jornalístico
Gênero policialesco
Criador(es) Uziel Bueno
Elenco Léo Bala
Toni Júnior
Gil Lima
País de origem  Brasil
Idioma original português
Temporadas 2
Produção
Diretor(es) Uziel Bueno
Apresentador(es) Uziel Bueno[1]
Analice Salles (2012-2015)[2]
Silvio Mendes(2012-2015)[2]
Localização Salvador, Bahia
Exibição
Emissora original TV Aratu (2008-2010; 2012-2015)
Rede Brasil Bahia (2017-2018)
Formato de exibição 480i (SDTV)

1080i (HDTV)

Transmissão original
26 de novembro de 2018
Cronologia
Programas relacionados Se Liga Bocão

Na Mira foi um programa jornalístico brasileiro com o formato de jornalismo policial local transmitido pela TV Aratu entre 17 de novembro de 2008 e 28 de agosto de 2015.[2] Voltou ao ar no dia 11 de dezembro de 2017, sendo exibido pela Rede Brasil Bahia, mas voltou a ser descontinuado em 9 de março de 2018, após a emissora ser extinta por não ter autorização para gerar programas.[3]

Enquanto exibido pela TV Aratu, o programa se destacou devidos aos bons índices de audiência na medição do IBOPE em Salvador, na primeira fase.[2] Mas também pelas críticas por violar de forma sistemática uma série de direitos fundamentais, conforme denúncia do Ministério Público da Bahia. Quanto a isso, ainda ficou em quarto lugar na campanha feita por telespectadores, "Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania", com denúncias fundamentadas sobre "sensacionalismo, apologia à violência e desrespeito à pessoa humana".[4]

Em abril de 2009 o Ministério Público da Bahia entrou com uma ação civil pública pedindo que o programa fosse suspenso do ar por usar "o pretexto de mostrar a vida real" e "apresentar diariamente cenas de extrema violência e reportagens constrangendo, ilegalmente e de forma humilhante, pessoas negras e pobres que são presas pela polícia, ofendendo, dessa forma, direitos e garantias fundamentais da pessoa humana." Também foi destacado pelos promotores o uso de cenas com cadáveres ensanguentados, pessoas torturadas e assassinadas em um horário muito acessível por crianças.[5]

Segundo os promotores Almiro Sena e Isabel Adelaide o Na Mira "viola de forma sistemática, reiterada e ostensiva, uma série de outros direitos fundamentais igualmente importantes (…) ao realizar a execração pública, inclusive com xingamentos de pessoas suspeitas, processadas ou condenadas pela prática de algum crime, o programa fomenta a discriminação desses e de todos que se encontrem em situação semelhante, mormente a população afrodescendente moradora de bairros periféricos, por ser essa a que é, quase exclusivamente, mostrada diariamente (…) [O programa], além de não prestar qualquer serviço dessa natureza, utiliza-se covardemente da justificativa de servir ao interesse público, para fazer exatamente o oposto. Ou será que humilhar, xingar, ridicularizar e expor indevidamente, e da pior forma possível, a imagem de pessoas pobres ou paupérrimas presas nas Delegacias de Polícia é atender ao interesse público?"[5]

Após a notificação do Ministério Público, a produção do Na Mira não melhorou o conteúdo e passou a fazer referências de que iria continuar com seu formato original, além de provocar o Ministério chamando-os de "homens de capa preta".[5] Dos DVD enviados para análise no Ministério Público, o juiz Manuel Bahia informou que encontrou facilmente "quadros chocantes, pavorosos, tétricos, macabros e dantescos." Foi determinada a suspensão temporária do programa, sob pena de multa diária de 10 mil reais em caso de desobediência.[6]

Referências

  1. «O sistema é bruto: Uziel Bueno deixa a TV Aratu e o Na Mira». www.geraldojose.com.br. 26 de maio de 2010. Consultado em 19 de setembro de 2016 
  2. a b c d Gabriel Vaquer (28 de agosto de 2015). «Bahia: Programa "Na Mira" é cancelado pela TV Aratu/SBT». netelinha.uol.com.br. Consultado em 20 de setembro de 2016 
  3. «Uziel Bueno volta à TV com o lendário "Na Mira"». 11 de dezembro de 2017. Consultado em 29 de dezembro de 2017 
  4. «Campanha divulga 16º ranking da baixaria na televisão». espaco-vital.jusbrasil.com.br. Agosto de 2009. Consultado em 20 de setembro de 2016 
  5. a b c Maiama Cardoso, Almiro Sena e Isabel Adelaide (8 de abril de 2009). «"Na Mira" é alvo de ação do MP». www.mpba.mp.br. Consultado em 20 de setembro de 2016 
  6. «Juiz acata pedido do MP e determina suspensão do programa Na Mira». mp-ba.jusbrasil.com.br. 2009. Consultado em 20 de setembro de 2016