Na Mira
Na Mira | |
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Logotipo utilizado na sua segunda fase, na Rede Brasil Bahia | |
Informação geral | |
Formato | programa jornalístico |
Gênero | policialesco |
Criador(es) | Uziel Bueno |
Elenco | Léo Bala Toni Júnior Gil Lima |
País de origem | Brasil |
Idioma original | português |
Temporadas | 2 |
Produção | |
Diretor(es) | Uziel Bueno |
Apresentador(es) | Uziel Bueno[1] Analice Salles (2012-2015)[2] Silvio Mendes(2012-2015)[2] |
Localização | Salvador, Bahia |
Exibição | |
Emissora original | TV Aratu (2008-2010; 2012-2015) Rede Brasil Bahia (2017-2018) |
Formato de exibição | 480i (SDTV) |
Transmissão original |
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Cronologia | |
Programas relacionados | Se Liga Bocão |
Na Mira foi um programa jornalístico brasileiro com o formato de jornalismo policial local transmitido pela TV Aratu entre 17 de novembro de 2008 e 28 de agosto de 2015.[2] Voltou ao ar no dia 11 de dezembro de 2017, sendo exibido pela Rede Brasil Bahia, mas voltou a ser descontinuado em 9 de março de 2018, após a emissora ser extinta por não ter autorização para gerar programas.[3]
Enquanto exibido pela TV Aratu, o programa se destacou devidos aos bons índices de audiência na medição do IBOPE em Salvador, na primeira fase.[2] Mas também pelas críticas por violar de forma sistemática uma série de direitos fundamentais, conforme denúncia do Ministério Público da Bahia. Quanto a isso, ainda ficou em quarto lugar na campanha feita por telespectadores, "Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania", com denúncias fundamentadas sobre "sensacionalismo, apologia à violência e desrespeito à pessoa humana".[4]
Em abril de 2009 o Ministério Público da Bahia entrou com uma ação civil pública pedindo que o programa fosse suspenso do ar por usar "o pretexto de mostrar a vida real" e "apresentar diariamente cenas de extrema violência e reportagens constrangendo, ilegalmente e de forma humilhante, pessoas negras e pobres que são presas pela polícia, ofendendo, dessa forma, direitos e garantias fundamentais da pessoa humana." Também foi destacado pelos promotores o uso de cenas com cadáveres ensanguentados, pessoas torturadas e assassinadas em um horário muito acessível por crianças.[5]
Segundo os promotores Almiro Sena e Isabel Adelaide o Na Mira "viola de forma sistemática, reiterada e ostensiva, uma série de outros direitos fundamentais igualmente importantes (…) ao realizar a execração pública, inclusive com xingamentos de pessoas suspeitas, processadas ou condenadas pela prática de algum crime, o programa fomenta a discriminação desses e de todos que se encontrem em situação semelhante, mormente a população afrodescendente moradora de bairros periféricos, por ser essa a que é, quase exclusivamente, mostrada diariamente (…) [O programa], além de não prestar qualquer serviço dessa natureza, utiliza-se covardemente da justificativa de servir ao interesse público, para fazer exatamente o oposto. Ou será que humilhar, xingar, ridicularizar e expor indevidamente, e da pior forma possível, a imagem de pessoas pobres ou paupérrimas presas nas Delegacias de Polícia é atender ao interesse público?"[5]
Após a notificação do Ministério Público, a produção do Na Mira não melhorou o conteúdo e passou a fazer referências de que iria continuar com seu formato original, além de provocar o Ministério chamando-os de "homens de capa preta".[5] Dos DVD enviados para análise no Ministério Público, o juiz Manuel Bahia informou que encontrou facilmente "quadros chocantes, pavorosos, tétricos, macabros e dantescos." Foi determinada a suspensão temporária do programa, sob pena de multa diária de 10 mil reais em caso de desobediência.[6]
Referências
- ↑ «O sistema é bruto: Uziel Bueno deixa a TV Aratu e o Na Mira». www.geraldojose.com.br. 26 de maio de 2010. Consultado em 19 de setembro de 2016
- ↑ a b c d Gabriel Vaquer (28 de agosto de 2015). «Bahia: Programa "Na Mira" é cancelado pela TV Aratu/SBT». netelinha.uol.com.br. Consultado em 20 de setembro de 2016
- ↑ «Uziel Bueno volta à TV com o lendário "Na Mira"». 11 de dezembro de 2017. Consultado em 29 de dezembro de 2017
- ↑ «Campanha divulga 16º ranking da baixaria na televisão». espaco-vital.jusbrasil.com.br. Agosto de 2009. Consultado em 20 de setembro de 2016
- ↑ a b c Maiama Cardoso, Almiro Sena e Isabel Adelaide (8 de abril de 2009). «"Na Mira" é alvo de ação do MP». www.mpba.mp.br. Consultado em 20 de setembro de 2016
- ↑ «Juiz acata pedido do MP e determina suspensão do programa Na Mira». mp-ba.jusbrasil.com.br. 2009. Consultado em 20 de setembro de 2016