Naja
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Classificação científica | |||||||||||||||
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Espécies | |||||||||||||||
Naja é um gênero de cobras-capelo, serpentes peçonhentas da família Elapidae (cobras). Seu habitat estende-se a toda a África, Sudoeste da Ásia, Sul da Ásia e Sudeste Asiático. Apesar de vários outros gêneros de cobras-capelo poderem ser designados, na língua corrente, por naja, as najas propriamente ditas são as cobras-capelo do gênero Naja, o grupo mais reconhecido e mais difundido de cobras-capelo. O gênero Naja consiste de 20 a 22 espécies, mas sofreu várias revisões taxonômicas nos últimos anos, portanto, as fontes variam muito.[1] São animais peçonhentos, agressivos e bastante perigosos[2]. Algumas espécies têm a capacidade de elevar grande parte do corpo e/ou de cuspir o veneno para se defender de predadores a distâncias de até dois metros. Outras espécies, como por exemplo a Naja tripudians, dilatam o pescoço quando o animal é enraivecido[3]. A artimanha serve para "aumentar" seu tamanho aparente e assustar um possível predador. Atrás da cabeça, a naja também pode possuir um círculo branco parecido com um olho, também eficaz em amedrontar agressores que a confundam com um animal maior e mais perigoso.
As najas são os animais tipicamente utilizados pelos célebres encantadores de cobras da Índia.
Etimologia
[editar | editar código-fonte]Do Indo-ariana nāga, cognato de 'Snake' (cobra) em Inglês, Germânico: * snēk-a-, Proto-IE: *(s)nēg-o-.[4]
Tamanho
[editar | editar código-fonte]As diferentes espécies Naja existentes variam de comprimento e são, na sua maioria, de corpo delgado. Grande parte são capazes de atingir comprimentos de 1,84 m. O comprimento máximo de algumas das maiores espécies de cobra-capelo são em torno de 3,1 m, com a Naja ashei (2,7 m), sendo a maior da espécie e encontrada na Quênia de acordo com a ONG que cuida da preservação de répteis WildlifeDirect. Ainda de acordo com a organização, a referida espécie possui veneno suficiente para matar 15 humanos adultos.[5] Outra com tamanho avantajado é a Naja melanoleuca (1,50 m), que pode crescer até cerca de 3,0 m.[6] Todas têm uma capacidade característica de levantar os quartos dianteiros de seus corpos do chão e achatar seus pescoços para parecer maior para um predador em potencial.
Veneno
[editar | editar código-fonte]Todas as espécies do género Naja são capazes de entregar uma mordida mortal em um ser humano. A maioria das espécies têm um veneno fortemente neurotóxico, que ataca o sistema nervoso, causando paralisia, mas muitos também têm características citotóxicos que provoca inchaço e necrose e tem um significativo efeito anticoagulante. Alguns também têm componentes cardiotóxicos ao seu veneno.
Várias espécies da Naja, referidas como cobras-cuspideiras, desenvolveram um mecanismo de entrega de veneno especializado, em que os seus dentes da frente, em vez de libertar veneno através das pontas (semelhante a uma agulha hipodérmica), têm uma abertura estriada na superfície frontal que permite que a cobra impulsione o veneno para fora da boca. Embora normalmente referido como "cuspir", a ação é mais como "esguichar". O alcance e a precisão com que eles podem disparar seu veneno varia de espécie para espécie, mas é utilizado principalmente como um mecanismo de defesa. Uma vez pulverizado sobre a pele de uma vítima, o veneno actua como um irritante grave. Se for introduzido no olho, pode causar uma sensação de queimação severa e cegueira temporária ou mesmo permanente se não for limpo imediatamente e completamente.
Espécies
[editar | editar código-fonte]- Naja anchietae (Bocage, 1879)
- Naja annulifera (Peters, 1854)
- Naja annulata (Buchholz e Peters, 1876)
- Naja arabica (Scortecci, 1932)
- Naja ashei (Wüster e Broadley, 2007)
- Naja atra (Cantor, 1842)
- Naja christyi (Boulenger, 1904)
- Naja dewarycam (Cantor, 1842)
- Naja haje (Linnaeus, 1758)
- Naja kaouthia (Lesson, 1831)
- Naja katiensis (Angel, 1922)
- Naja mandalayensis (Slowinsk e Wüster, 2000)
- Naja mantenus (Mady, 1994)
- Naja melanoleuca (Hallowell, 1857)
- Naja mossambica (Peters, 1854)
- Naja naja (Linnaeus, 1758)
- Naja nigricincta (Bogert, 1940)
- Naja nigricollis (Reinhardt, 1843)
- Naja nivea (Linnaeus, 1758)
- Naja nubiae (Wüster e Broadley, 2003)
- Naja oxiana (Eichwald, 1831)
- Naja pallida (Boulenger, 1896)
- Naja philippinensis (Boulenger, 1896)
- Naja ryccpuder (Peters, 1861)
- Naja sagittifera (Wall, 1913)
- Naja sanches (Emb, 2011)
- Naja samarensis (Peters, 1861)
- Naja senegalensis (Trape, Chirio e Wüster, 2009)
- Naja siamensis (Laurenti, 1768)
- Naja sputatrix (Boie, 1827)
- Naja sumatrana (Müller, 1890)
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «Naja». Integrated Taxonomic Information System. Consultado em 3 de julho de 2012
- ↑ Wüster, W. & D.G. Broadley (2007) Get an eyeful of this: a new species of giant spitting cobra from eastern and north-eastern Africa (Squamata: Serpentes: Elapidae: Naja). Zootaxa 1532: 51-68
- ↑ Broadley, D.G. & W. Wüster (2004) A review of the southern African ‘non-spitting’ cobras (Serpentes: Elapidae: Naja). African Journal of Herpetology 53:101-122.
- ↑ «Indo-European etymology : Naja». starling.rinet.ru. Consultado em 3 de julho de 2012
- ↑ «Quênia: encontrada maior cobra naja do mundo». Terra. 7 de dezembro de 2007. Consultado em 3 de julho de 2012
- ↑ Naja melanoleuca, General Details