Narcisa Emília O'Leary
Narcisa Emília O'Leary | |
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Nascimento | 1770 Cork |
Morte | 27 de julho de 1829 Rio de Janeiro |
Sepultamento | Convento do Carmo |
Cidadania | Reino da Irlanda, Reino de Portugal, Império do Brasil |
Cônjuge | José Bonifácio de Andrada e Silva |
Narcisa Emília O'Leary (Cork, Irlanda, 1770 — Rio de Janeiro, 1829) foi esposa de José Bonifácio de Andrada e Silva, o "Patriarca da Independência".
Biografia
[editar | editar código-fonte]Ao contrário da farta documentação sobre seu marido, os registros históricos acerca de Narcisa são escassos.[1] Sabe-se que, natural da Irlanda e órfã de pai e mãe, imigrou ainda criança para Portugal junto com sua tia, Isabel O'Leary, provavelmente devido à forte repressão dos protestantes ingleses contra os católicos da Irlanda,[2] à época sob o domínio da Inglaterra.
Conheceu José Bonifácio após este mudar-se para Lisboa, em 1788, para cursar a Universidade de Coimbra.[2] Segundo a certidão de casamento, encontrada no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, casaram-se em 31 de Janeiro de 1790, ocasião em que Narcisa contava com 20 anos.[3] Neste mesmo ano, José Bonifácio inicia uma viagem científica pela Europa que duraria dez anos. Grávida, ela permanece em Portugal, indo ao seu encontro somente em 1797[4] . Juntos, tiveram duas filhas: Carlota Emília d'Andrada e Gabriela Frederica Ribeiro d'Andrada.[3] Além delas, criou também outra filha que José Bonifácio tivera antes do casamento com uma desconhecida, Narcisa [5].
Durante suas viagens, a troca de correspondência entre Narcisa e José Bonifácio é constante, indicando uma relação carinhosa e de grande amizade. Em muitas destas cartas, d. Narcisa assinava como "A tua amante". Apesar deste contexto carinhoso, o patriarca da Independência reservava um espaço para suas relações extraconjugais [6].
Nos anos seguintes, documentos de salvo-conduto confirmam que Narcisa viajou para a Suécia e Noruega com o marido.[3] Um passaporte de 19 de agosto de 1819 registra que toda a família (exceto a filha mais velha Carlota) , mudou-se para o Brasil, após autorização do governo português,[7] permanecendo a maioria do tempo no Rio de Janeiro, capital do Império. Carlota Emília permaneceu em Portugal pois se casara com um auxiliar do pai, o Sr. Alexandre Antônio Vandelli, filho do ilustre naturalista Domenico Vandelli.[8]
Narcisa viu o marido ser preso, em 21 de novembro de 1823, após a dissolução da Assembleia Constituinte por D. Pedro I.[9] Os prisioneiros, incluindo seus irmãos, Martim Francisco Ribeiro de Andrada e Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva, foram deportados para a Europa. Narcisa foi autorizada a acompanhar o marido, e a família viveu modestamente nas imediações de Bordéus, França, até 1829, quando receberam permissão para voltar do exílio.[9] Narcisa morreria subitamente, na viagem de volta ao Brasil, a bordo do navio francês "Fênix", apenas dois dias antes deste fundear no porto do Rio de Janeiro.[10] Foi sepultada pelo marido no dia 27 de Julho de 1829, no Convento do Carmo.[10]
Os registros históricos sustentam que Narcisa foi sempre fiel e companheira do marido, apesar das conhecidas aventuras extraconjugais dele, e, de acordo com depoimentos da época, sempre foi uma esposa discreta, polida e virtuosa, acompanhando José Bonifácio durante as alegrias e adversidades de uma vida política intensa, conturbada, mas memorável.[10][11][12]
Notas
- ↑ ANDRADE, p. 11.
- ↑ a b ANDRADE, p. 12.
- ↑ a b c ANDRADE, p. 13.
- ↑ www.fundasantos.org.br http://www.fundasantos.org.br/e107_files/public/. Consultado em 7 de junho de 2020 Em falta ou vazio
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(ajuda) - ↑ «José Bonifácio - Obra Completa - De A a Z». www.obrabonifacio.com.br. Consultado em 7 de junho de 2020
- ↑ Dolhnikoff, Miriam (19 de abril de 2018). José Bonifácio. [S.l.]: Companhia das Letras
- ↑ ANDRADE, p. 14.
- ↑ seer.cgee.org.br http://seer.cgee.org.br/index.php/parcerias_estrategicas/article/viewFile. Consultado em 7 de junho de 2020 Em falta ou vazio
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(ajuda) - ↑ a b ANDRADE, p. 17.
- ↑ a b c ANDRADE, p. 22.
- ↑ ANDRADE, p. 19.
- ↑ ANDRADE, p. 23.