Saltar para o conteúdo

Nei Lisboa

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Nei Lisboa
Nei Lisboa
Nei Lisboa em 2012
Informações gerais
Nome completo Nei Tejera Lisbôa
Nascimento 18 de janeiro de 1959 (65 anos)
Local de nascimento Caxias do Sul, RS
Brasil
Nacionalidade brasileiro
Gênero(s) MPB, pop rock, romântico
Ocupação cantor, compositor
Instrumento(s) voz, violão
Período em atividade 1979-presente
Outras ocupações escritor
Afiliação(ões) Augusto Licks, Caetano Veloso, Selvagni Big Band
Página oficial neilisboa.com.br

Nei Tejera Lisbôa (Caxias do Sul, 18 de janeiro de 1959) é um músico e escritor brasileiro.

Nei Lisboa reside em Porto Alegre desde os seis anos de idade, tendo vivido temporadas em outras capitais brasileiras e também nos Estados Unidos, onde concluiu o segundo grau. Mas sua ligação mais forte é mesmo com a capital gaúcha, onde mantém um público fiel, e mais especificamente o bairro Bom Fim, onde cresceu e morou por mais de vinte anos.[1][2][3][4][5] É irmão mais jovem – entre sete – de Luiz Eurico Tejera Lisbôa, primeiro desaparecido político brasileiro cujo corpo pôde ser localizado, no final dos anos 70.[6][7]

Nei tem onze discos lançados ao longo de mais de três décadas, além de dois livros: uma coletânea de crônicas e um romance, este editado no Brasil e na França. A paixão pela música popular surge na infância – aos oito anos é aluno do Liceu Musical Palestrina – e se consolida ao ingressar, em 1977, no curso (inconcluso) de Composição e Regência da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Carreira artística

[editar | editar código-fonte]

Sua carreira artística inicia em 1979, com os espetáculos Lado a lado e Deu pra ti anos 70, em parceria constante com o guitarrista Augusto Licks.[8][9][10]

O primeiro disco, Pra viajar no cosmos não precisa gasolina, é uma produção independente de 1983. Um ano depois, em 1984, por intermédio de uma gravadora regional (ACIT), ele lança seu segundo disco, Noves fora. Ao final de 1986, Nei assina contrato com a gravadora EMI-Odeon, que resultaria em dois discos: Carecas da Jamaica, de 1987, pelo qual recebe o Prêmio Sharp de revelação pop/rock; e Hein?!, lançado em 1988, obra que também marca sua trajetória de forma indelével. (Ambos os discos foram relançados em CD, em 1999).[11][12][13] Em 1990, parte para sua primeira incursão na literatura, o romance Um morto pula a janela, lançado em 1991 pela editora Artes & Ofícios, e relançado pela editora Sulina em 1999, com uma tradução francesa editada pela L’Harmattan em 2000.[14][15][16]

Em 1993, depois de algumas temporadas entre Porto Alegre e Montevidéu, Nei grava ao vivo no Theatro São Pedro o disco Amém, reunindo canções próprias e clássicos da música popular uruguaia, acompanhado por nove músicos de ambos os países. É seu primeiro trabalho a sair simultaneamente em vinil e CD, distribuído pela Som Livre. (O CD é relançado em 1999, pela Paradoxx).

Nei volta ao disco em 1998, e excursiona pelo sul do Brasil embalado pelo sucesso de Hi-fi, um apanhado de clássicos da música pop e do repertório folk que influenciou o seu início de carreira nos anos 70. Lançado pela Paradoxx e gravado também ao vivo no Theatro São Pedro, em Porto Alegre, o CD provoca uma onda de relançamentos dos trabalhos anteriores.[17]

Em 2000, Nei retoma a composição, e Cena beatnik, seu primeiro trabalho em estúdio depois de mais de uma década, é lançado em maio de 2001 pelo selo Antídoto, da gravadora ACIT. Em 2002, bandas e artistas gaúchos unem-se em um CD tributo, intitulado Baladas do Bom Fim e lançado pelo selo Orbeat, com releituras de quatorze músicas do compositor.[18]

As músicas de Nei participam também da trilha de vários filmes da cinematografia gaúcha, como Deu pra ti anos 70, Verdes anos e Houve uma vez dois verões. Em Meu tio matou um cara, de Jorge Furtado, um dos principais temas é a canção Pra te lembrar, na interpretação de Caetano Veloso, música que também faz parte do CD Relógios de Sol – lançado em julho de 2003 pelo selo Antídoto.

Em 2005, a cantora carioca Simone Capeto lança o álbum Bom futuro, interpretando exclusivamente canções de Nei. Também é interpretado por Cida Moreira, Ná Ozzetti e por Zélia Duncan, que inclui a canção Telhados de Paris no CD Pelo prazer do gesto, de 2009.[19]

Translucidação, CD do artista lançado ao final de 2006, traz onze canções inéditas da autoria de Nei e também duas releituras, de Caetano Veloso e Noel Gallagher. O próprio cantor assina a produção, ao lado de Paulinho Supekóvia.[20]

Em 2007, Nei volta à literatura, reunindo crônicas suas publicadas ao longo da década na imprensa gaúcha sob o título É Foch!, lançamento da editora L&PM, indicado ao Prêmio Açorianos de Literatura no ano seguinte.[21]

Celebrando em 2009 trinta anos de carreira, a Câmara de Vereadores de Caxias do Sul concede ao filho ilustre, no dia 23 de setembro, o Título de Cidadão Emérito, em "reconhecimento aos relevantes serviços prestados a comunidade caxiense".[22]

Nei em foto de 2010.

Nei revisita no palco o repertório de todas essas diferentes épocas, em 2010, circulando com a turnê de Vapor da Estação por nove cidades brasileiras, projeto contemplado pelo Programa Petrobras Cultural. Os shows foram realizados em Curitiba (28/09), Florianópolis (30/09), Itajaí (01/10), Belo Horizonte (06/10), São Paulo (08/10), Brasília (14/10), Belém do Pará (28/10), São José do Rio Preto (11/11) e Rio de Janeiro (23/11),[23][24][25]

Em dezembro de 2013, lança seu décimo álbum de canções inéditas. Gravado em Porto Alegre, A Vida Inteira foi viabilizado através de um financiamento coletivo na plataforma Catarse, em campanha que se encerrou em 5 de julho daquele ano, com quase 900 apoiadores do projeto.

Em junho de 2015, grava ao vivo em Porto Alegre Telas, tramas & trapaças do novo mundo, com patrocínio do projeto Natura Musical. O CD chegou às lojas ao final daquele ano, com shows de lançamento em Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba, entre outras cidades do sul do país, e segue sua trajetória desde então.

Em paralelo, Nei Lisboa & Salvagni Big Band estreia ao final de 2016, no Teatro Bourbon, em Porto Alegre, reunindo Nei e a nascente SBB, uma formação de dezessete músicos, sob a batuta do maestro Gilberto Salvagni, em torno do repertório clássico das big bands norteamericanas dos anos 30 e 40 do século passado.

Nei abre 2017 com a oitava edição de sua temporada de verão (NeilisPoa) em Porto Alegre, no Theatro São Pedro. Segue ao longo do ano mostrando seu trabalho autoral, com apresentações por todo o estado, além de Belém do Pará, Brasília e Curitiba, dentro da nona edição do projeto Série Solo, nos teatros da Caixa Cultural.

  • Pra Viajar no Cosmos Não Precisa Gasolina (1983)
  • Noves Fora (1984)
  • Carecas da Jamaica (1987)
  • Hein?! (1988)
  • Amém (1993)
  • Hi-Fi (1998)
  • Cena Beatnik (2001)
  • Relógios de Sol (2003)
  • Translucidação (2006)
  • A Vida Inteira (2013)
  • Telas, Tramas & Trapaças do Novo Mundo (2015)
  • Eu Visito Estrelas (1992)
  • Vapor da Estação (2010)
  • Baladas do Bom Fim (vários, 2002)
  • Bom Futuro (Simone Capeto, 2005)
  • Um Morto Pula a Janela (romance, ed. Artes & Ofícios, 1991)
  • É Foch! (crônicas, ed. L&PM, 2007)

Prêmios e indicações

[editar | editar código-fonte]
Ano Categoria Indicação Resultado
1987 Revelação Masculina de Pop/Rock Nei Lisboa[26] Venceu
Ano Categoria Indicação Resultado
1991[27] Espetáculo Petit Subversão Venceu
1992[28] Letrista Nei Lisboa Venceu
Compositor[29] Nei Lisboa Indicado
Espetáculo Nei Lisboa Indicado
1993[30] Espetáculo A Festa do Senhor do Bom Fim Venceu
Disco[31] Amém Indicado
Compositor Nei Lisboa Indicado
Letrista Nei Lisboa Indicado
1998[32] Cantor Nei Lisboa Venceu
Espetáculo Nei Lisboa Venceu
1999[33] Destaque Especial pelo Conjunto da Obra Nei Lisboa Venceu
2000[34] Compositor de MPB Nei Lisboa Indicado
2001[35] Compositor de Pop/Rock Nei Lisboa Venceu
Intérprete de Pop/Rock[36] Nei Lisboa Indicado
Música ou Canção Zarpar Pro Futuro Indicado
2010[37] Espetáculo do Ano Vapor da Estação Indicado

Referências

  1. Paulo C. O. Teixeira (janeiro de 2009). «Nei Lisboa, versão 5.0» (PDF). Porto Alegre: Via Design. Revista Aplauso (98). Consultado em 31 de maio de 2014 
  2. Nicole Isabel dos Reis (2002). 'Deu Pra Ti Anos 70' - Rede Social e Movimento Cultural em Porto Alegre Sob Uma Perspectiva de Memória e Geração (Tese de Monografia de conclusão de graduação). Porto Alegre: UFRGS. Consultado em 31 de maio de 2014 
  3. Nicole Isabel dos Reis (2005). Dançar nos fez pular o muro: Um estudo antropológico sobre a profissionalização na produção artística em Porto Alegre (1975-1985) (PDF) (Tese de Mestrado). Porto Alegre: UFRGS. Consultado em 31 de maio de 2014 
  4. Nei Lisboa (22 de março de 2012). «Nei Lisboa com seu violão suave» (Vídeo). Zoombido (entrevista). Paulinho Moska. São Paulo: Canal Brasil. Consultado em 31 de maio de 2014 
  5. Rita de Cássia Cavalcante (2004). «Constelação formadora (ou de onde viemos?)». Porto Alegre em Canto e Verso: Vinte e Poucos Anos de Canção Popular Urbana (PDF) (Tese de Mestrado). Porto Alegre: UFRGS. p. 59-63,96,99. Consultado em 31 de maio de 2014 
  6. Nei Lisboa (1 de junho de 2011). «Depoimento De Nei Lisboa - Amor & Revolução SBT 01/06/2011». Novela Amor & Revolução (Vídeo) (entrevista). São Paulo: SBT 
  7. «E a Revolução meu irmão?». Resistência em Arquivo. 16 de maio de 2014. Consultado em 31 de maio de 2014 
  8. Nei Lisboa (2010). «Papo de Camarim com Nei Lisboa». Papo de Camarim (Vídeo) (entrevista). Morgana Kretzmann. Porto Alegre: TVE-RS 
  9. Nei Lisboa (1991). «Os elefantes não esquecem - Nei Lisboa». Os elefantes não esquecem (Vídeo) (entrevista). Paula Gazzoni e Margarete Noé. Porto Alegre: RBS TV 
  10. Lucio Fernandes Pedroso (2009). Transgressão do Bom Fim (PDF) (Tese de Mestrado). Porto Alegre: UFRGS. Consultado em 31 de maio de 2014 
  11. Ruy Carlos Ostermann (30 de junho de 2005). «Histórias do paternal Nei Lisboa». Encontros com o Professor. Consultado em 31 de maio de 2014 
  12. Nei Lisboa (25 de janeiro de 2010). «Entrevista: Nei Lisboa» (Transcrição). Zero Hora (entrevista). Luis Bissigo. Porto Alegre: RBSTV. Consultado em 31 de maio de 2014 
  13. Nei Lisboa (3 de junho de 2013). «Ao Pé da Letra - Nei Lisboa comenta trechos da música Verão em Calcutá» (Vídeo). Segundo Caderno (entrevista). Porto Alegre: RBS. Consultado em 31 de maio de 2014 
  14. Aramis Millarch (8 de novembro de 1991). «Depois da música, romance de Lisboa». Curitiba. Estado do Paraná. 20 páginas. Consultado em 31 de maio de 2014 
  15. Aramis Millarch (19 de fevereiro de 1989). «Nei Lisboa, o marginal assumido do som gaúcho». Curitiba. Estado do Paraná. 12 páginas. Consultado em 31 de maio de 2014 
  16. «Nei Lisboa - Biografia». Sítio da Sulina. Consultado em 31 de maio de 2014 
  17. Assessoria Ajuris (agosto de 2010). «Nei Lisboa revisita duas décadas de música». Rio Grande. Jornal Agora. Consultado em 31 de maio de 2014 
  18. Márcio Pinheiro (20 de outubro de 2000). «Nei Lisboa volta a fazer suas canções». Clique Music - UOL. Consultado em 31 de maio de 2014 
  19. Cristiane Marçal (16 de junho de 2009). «Zélia Duncan lança álbum Pelo Sabor do Gesto». Porto Alegre. Zero Hora. Consultado em 31 de maio de 2014 
  20. Nei Lisboa (2007). «Entrevista com Nei Lisboa exibida no Radar TVE RS». Radar (Vídeo) (entrevista). Karoline Denardin. Porto Alegre: TVERS 
  21. Nei Lisboa (11 de junho de 2013). «Entrevista: Nei Lisboa» (Transcrição). SCREAM & YELL 2.0 (entrevista). Marcelo Costa. Porto Alegre. Consultado em 31 de maio de 2014 
  22. «Decreto Legislativo Nº 249/A» (PDF). Câmara Municipal de Caxias do Sul. 23 de setembro de 2009. Consultado em 31 de maio de 2014 
  23. «Vapor da Estação». Recheio Digital. 30 de setembro de 2010. Consultado em 31 de maio de 2014 
  24. Nei Lisboa (13 de outubro de 2010). «Metrópolis - Entrevista Nei Lisboa - Parte 1 e 2» (Vídeo). Metrópolis (entrevista). São Paulo: TV Cultura. Consultado em 31 de maio de 2014 
  25. Nei Lisboa (3 de junho de 2013). «Entrevista: Nei Lisboa» (Transcrição). MonkeyBuzz (entrevista). Carlos Eduardo Lima. São Paulo. Consultado em 31 de maio de 2014 
  26. Monkeybuzz (24 de fevereiro de 2014). «Cadê: "Carecas da Jamaica" - Nei Lisboa (1987)». Consultado em 16 de abril de 2018 
  27. Prefeitura Municipal de Porto Alegre. «Vencedores do Prêmio Açorianos de Música - 1991». Consultado em 16 de abril de 2018 
  28. Prefeitura Municipal de Porto Alegre. «Vencedores do Prêmio Açorianos de Música - 1992». Consultado em 16 de abril de 2018 
  29. Prefeitura Municipal de Porto Alegre. «Indicados ao Prêmio Açorianos de Música - 1992». Consultado em 16 de abril de 2018 
  30. Prefeitura Municipal de Porto Alegre. «Vencedores do Prêmio Açorianos de Música - 1993». Consultado em 16 de abril de 2018 
  31. Prefeitura Municipal de Porto Alegre. «Indicados ao Prêmio Açorianos de Música - 1993». Consultado em 16 de abril de 2018 
  32. Prefeitura Municipal de Porto Alegre. «Vencedores do Prêmio Açorianos de Música - 1998». Consultado em 16 de abril de 2018 
  33. Prefeitura Municipal de Porto Alegre. «Vencedores do Prêmio Açorianos de Música - 1999». Consultado em 16 de abril de 2018 
  34. Prefeitura Municipal de Porto Alegre. «Indicados ao Prêmio Açorianos de Música - 2000». Consultado em 18 de abril de 2018 
  35. Prefeitura Municipal de Porto Alegre. «Vencedores do Prêmio Açorianos de Música - 2001». Consultado em 18 de abril de 2018 
  36. Prefeitura Municipal de Porto Alegre. «Indicados ao Prêmio Açorianos de Música - 2001». Consultado em 18 de abril de 2018 
  37. Prefeitura Municipal de Porto Alegre. «Indicados ao Prêmio Açorianos de Música - 2010». Consultado em 3 de maio de 2018 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]