Newton Bernardes
Newton Bernardes | |
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Nascimento | 2 de maio de 1931 Igarapava, São Paulo, Brasil |
Morte | 25 de novembro de 2007 (76 anos) Campinas, São Paulo, Brasil |
Residência | Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Alma mater | Universidade de São Paulo (1952) |
Instituições | |
Campo(s) | Física |
Newton Bernardes (Igarapava, 2 de maio de 1931 – Campinas, 25 de novembro de 2007), cientista de destaque mundial, um dos mais renomados físicos do Brasil, Bernardes foi professor do ITA, do Instituto de Física da USP e da Unicamp.
Carreira[editar | editar código-fonte]
Em 1955, bacharel licenciado em Física pela USP, contemplado com bolsa de estudos Bernardes foi para os Estados Unidos, onde concluiu o mestrado na Universidade de Illinois e o doutorado pela Universidade de Washington em Saint Louis. Sua Tese de Mestrado, sob a orientação de John Bardeen,[1] na Universidade de Illinois, em Urbana (EUA), teve grande repercussão em publicações da área, como a “Physical Review” e a “Physical Review Letters”. Foi classificado no dicionário “American Men of Science” (1960) e no “Directory of Academic Physicists” (1959-1960).[2] Newton Bernardes consta da relação dos “físicos brasileiros mais citados no exterior” publicada pelo jornal Folha de S. Paulo em 11 de setembro de 1999.[3][4] No final de 1956, Bernardes deixou a Universidade de Illinois para trabalhar na Universidade de Washington, mas continuou mantendo contato com Bardeen sobre a supercondutividade.[5][6] John Bardeen foi um dos ganhadores do Prêmio Nobel de Física de 1972, juntamente com os físicos norte-americanos Leon Neil Cooper e John Robert Schrieffer pelo desenvolvimento da Teoria da Supercondutividade, a hoje famosa Teoria BCS, publicada em 1957 (Physical Review 108, p. 1175, Bardeen, Cooper e Schrieffer); o artigo de Bernardes é citado neste trabalho.[7] Bernardes chefiou o Grupo de Física dos Sólidos da Comissão de Energia Atômica dos Estados Unidos, de 1960 a 1962. [8] Em 1962, foi convidado por Mário Schenberg (1914-1990) a voltar para o Brasil para participar da implantação e do desenvolvimento do Departamento de Física do Estado Sólido da USP. Posteriormente, Bernardes foi diretor do Instituto de Física da USP, professor catedrático de mecânica quântica e mecânica estatística, professor catedrático de Física da Faculdade de Farmácia e Bioquímica da USP e professor titular do Instituto de Química, tendo se aposentado em 1993. [7] A partir de 1976, como professor colaborador do Instituto de Física Gleb Wataghin da Unicamp, foi chefe do Departamento de Eletrônica Quântica e membro fundador do Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência (CLE) da Unicamp.
Reconhecimento[editar | editar código-fonte]
Por ocasião do seu falecimento em 2007, colegas e amigos assim manifestaram na mídia seu reconhecimento por sua contribuição à ciência:
“ | Newton Bernardes foi um cientista destacado mundialmente e solidário com seus colegas e amigos. Foi também um excelente professor. Licenciado do ITA, trabalhou na década de 50 na Universidade de Washington, nos Estados Unidos, onde escreveu um importante e imaginativo trabalho sobre supercondutividade que foi citado no paper de Bardeen, Cooper e Schrieffer sobre a Teoria BCS, que resultou no Prêmio Nobel de 1972.(Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP). [8] | ” |
"Bernardes trabalhou com H. Primakoff (das transformações de Holstein-Primakoff), fazendo cálculos para o comportamento termodinâmico a baixíssimas temperaturas de fluidos e sólidos quânticos. Um desses trabalhos é citado no famoso texto didático de Kittel sobre física do estado sólido" (Silvio Salinas, físico). [9]
“Seus trabalhos trouxeram contribuições reconhecidas como de expressiva originalidade e relevância, especialmente em física do estado sólido, sendo freqüentemente citados em publicações internacionais na área. No CLE, ele fez, nos últimos anos, pesquisas importantes em fundamentos da física, como em termodinâmica e em mecânica quântica” (Silvio Seno Chibeni, professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp e coordenador da biblioteca do CLE). [8]
“O professor Bernardes deu excelente contribuição à física brasileira, fazendo bela ciência e também instigando gerações mais jovens em várias instituições, como o ITA, a USP e a Unicamp” (Carlos Henrique de Brito Cruz, físico). [8]
“Newton Bernardes fala do BCS como aquele Prêmio Nobel que era dele e que de fato é ele que é citado no artigo original descrevendo líquidos binários”. (Antonio Carlos Pavão, professor da Universidade Federal de Pernambuco e diretor-presidente da Associação Brasileira de Museus e Centros de Ciência (CBMCC). [10]
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- “On the Different Crystallographic Phases of Solid Helium”, N. Bernardes, Ames Laboratory, Iowa State University, Atomic Energy Commission, Contract W-7405-eng-82, 3 April 1961. A.E.C. IS-285.
- Termodinâmica, Linguagem e Indeterminação, Newton Bernardes. Data de publicação: 1999/01, Editor: Unicamp, Coleção CLE; v.26 ISBN: 0103-3147
- Introdução à teoria da relatividade com aplicações à física nuclear, Newton Bernardes. Campinas: UNICAMP, Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência, 2005. Coleção CLE; v.40. ISSN 0103-3147.
Referências
- ↑ http://www.library.illinois.edu/archives/ead/ua/1110020/1110020series3.html
- ↑ http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=4351&bd=4&pg=1&lg=
- ↑ http://www.fisica.net/fisico/onde_estao_os_melhores_fisicos_do_brasil.php
- ↑ http://www.ift.unesp.br/users/adhikari/ranking.html
- ↑ http://www.bassalo.com.br/cf9_curiosidade171.pdf[ligação inativa]
- ↑ http://www.seara.ufc.br/folclore/folclore181.htm
- ↑ a b http://www.agencia.fapesp.br/materia/8079/noticias/fisico-newton-bernardes-morre-aos-76-anos.htm
- ↑ a b c d http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=52591[ligação inativa]
- ↑ http://www.fisica.seed.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=76
- ↑ http://www.espacociencia.pe.gov.br/espacociencia/artigos/A10.html[ligação inativa]