Norte do Paraná
O Norte do Paraná é uma região localizada na parte setentrional do estado brasileiro do Paraná. Abrange as áreas correspondentes das antigas mesorregiões do Norte Pioneiro, Norte Central e Noroeste,[1] extintas em 2017. Suas cidades mais populosas são Londrina, Maringá, Sarandi, Paranavaí, Apucarana, Arapongas, Rolândia, Cambé, Cornélio Procópio, Jacarezinho, Santo Antônio da Platina, Umuarama e Cianorte.[2]
História e ocupação
[editar | editar código-fonte]Nos séculos XVI e XVII, grande parte do território paranaense, o que inclui o norte do Paraná (exceto a metade leste do Norte Pioneiro), foi ocupada pelo Império Espanhol, que denominou essas terras de "Guairá", e ali cria missões jesuíticas para a catequese dos indígenas tupis-guaranis e caingangues e fundam-se algumas cidades, como Vila Rica do Espírito Santo e Cidade Real do Guairá. A partir de 1628, bandeirantes paulistas como Raposo Tavares começam a atacar as vilas e missões do Guairá, para a captura de indígenas para a escravização e, nas décadas seguintes, essa possessão vai sendo gradualmente abandonada pela coroa espanhola e os poucos espanhóis e mestiços de espanhóis e indígenas que habitam a região se retiram para o Paraguai.
Em meados e final do século XIX, no contexto da expansão do cultivo do café, paulistas e mineiros iniciam a ocupação de uma área entre os rios Paranapanema, Rio das Cinzas e Itararé (o "norte pioneiro"), ali criando fazendas. Consequentemente, começam a surgir as primeiras cidades nessa região, como Tomazina (1865), Santo Antônio da Platina (1866), Wenceslau Braz (1867) e Jacarezinho. Ainda decorrente dessa fase, surgem, também no Norte Pioneiro, Cambará (1904), Bandeirantes (1921), Cornélio Procópio (1924) e Andirá (1926).
Na década de 1920, começa uma nova etapa na colonização do Norte do Paraná, que perdura pelas décadas seguintes. Companhias de colonização, como a Companhia de Terras Norte do Paraná, e o próprio Estado começam a divulgar e vender terras na região. Muitas famílias de migrantes, em sua maioria vindas de São Paulo, mas também de Minas Gerais, de outras partes do Sul do Brasil e do Nordeste do Brasil, se fixam na região, além de famílias de imigrantes italianos, espanhóis e japoneses. As companhias de colonização também criam lotes urbanos, nos quais surgem cidades, como Londrina, Maringá, Umuarama, Cianorte e Apucarana.
Até a década de 1970, o cultivo de café era a base econômica do Norte Paranaense. A partir de então, a economia local passa a ser baseada na policultura mecanizada e, com o uso de máquinas da agricultura e o fim do cultivo cafeeiro, houve grande êxodo rural para as cidades dessa região.[3][4]
Geografia
[editar | editar código-fonte]O relevo do Norte do Paraná, pertencente ao Terceiro Planalto Paranaense, é formado por baixas altitudes no vale do Paranapanema e elevações significativas no sul da quinta e última unidade geomorfológica do Paraná.[5] As três mesorregiões constituintes do Norte do Paraná fazem fronteira ao sul com as demais.[1]
O clima do Norte do Paraná é subtropical com verões quentes e invernos frios e chuvas torrenciais com boa distribuição.[6] A principal formação vegetal é de floresta tropical.[7] As principais bacias hidrográficas são as do Tibaji, do Paranapanema e do Ivaí.[8]
Localização
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b «IPARDES» (PDF). Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social. ITCG. 2010. Consultado em 11 de fevereiro de 2014
- ↑ IBGE. «Resultados divulgados no Diário Oficial da União em 4 de novembro de 2010» (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de Fevereiro de 2014
- ↑ Domingues, Maria Salete da Silva (2011). Análise socioespacial de Barbosa Ferraz: do processo de colonização às transformações recentes (PDF). Campo Mourão: Seed-PR. p. 48
- ↑ «Catálogo da Correspondência Ativa de George Craig Smith». UEL. Consultado em 28 de dezembro de 2022. Arquivado do original em 26 de março de 2009
- ↑ IPARDES. «Mapa hipsométrico do Paraná» (PDF). Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social. Consultado em 11 de Fevereiro de 2014
- ↑ WONS, Iaroslaw. Geografia do Paraná: com fundamentos de geografia geral. 6. ed. Curitiba: Ensino Renovado, 1994. p. 74
- ↑ IPARDES. «Cobertura vegetal nativa do Paraná» (PDF). Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social. Consultado em 11 de Fevereiro de 2014
- ↑ IPARDES. «Mapa hidrográfico do Paraná» (PDF). Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social. Consultado em 11 de Fevereiro de 2014