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O Tenente Sedutor

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O Tenente Sedutor
The Smiling Lieutenant
O Tenente Sedutor
Cartaz promocional do filme.
 Estados Unidos
1931 •  p&b •  88 min 
Gênero comédia romântica musical
Direção Ernst Lubitsch
Produção Ernst Lubitsch
Roteiro Samson Raphaelson
Ernest Vajda
Jacques Bataille-Henri
Ernst Lubitsch (não-creditado)
Baseado em
  • Nux der Prinzgemahl
    romance de 1905
    de Hans Müller-Einigen
  • Ein Walzertraum
    opereta de 1907
    de Leopold Jacobson
    & Felix Dörmann
Elenco Maurice Chevalier
Música Oscar Straus
Adolph Deutsch
Cinematografia George Folsey
Edição Merrill G. White
Companhia(s) produtora(s) Paramount Pictures
Distribuição Paramount Pictures
Lançamento
  • 1 de agosto de 1931 (1931-08-01) (Estados Unidos)[1]
Idioma inglês

The Smiling Lieutenant (bra/prt: O Tenente Sedutor)[2][3] é um filme musical pre-Code estadunidense de 1931, do gênero comédia romântica, dirigido por Ernst Lubitsch, estrelado por Maurice Chevalier, e coestrelado por Claudette Colbert, Charlie Ruggles e Miriam Hopkins. O roteiro de Samson Raphaelson, Ernest Vajda, Jacques Bataille-Henri e do próprio Lubitsch foi baseado no romance "Nux der Prinzgemahl" (1905), de Hans Müller-Einigen; e na opereta "Ein Walzertraum" (1907), de Leopold Jacobson e Felix Dörmann.[1]

Editado com um mínimo de diálogos e um máximo de sutilezas visuais, o filme conseguiu evitar uma repentina recusa do público em comprar ingressos para produções musicais.[4]

O Tenente Nikolaus "Niki" von Preyn (Maurice Chevalier), da Guarda Real austríaca, está de serviço na Viena do século XIX, numa parada militar que saúda o Rei Adolf XV (George Barbier) e a princesa Anna (Miriam Hopkins), sua filha, do reino vizinho de Flausenthurm. Em dado momento, Niki sorri e pisca para a violinista Franzi (Claudette Colbert), sua nova namorada, que estava no meio da multidão. Todavia, a princesa Anna julga ser a destinatária da piscadela e se apaixona pelo tenente, que se vê obrigado a casar-se com ela para evitar um incidente internacional.

Niki acaba frustrado com sua nova vida, porque a princesa é muito sem graça. Certo dia, ao caminhar pelas ruas de Flausenthurm, ele revê Franzi, que o seguira. Os dois têm um breve caso, logo descoberto por Anna, que decide enfrentar a rival. Porém, Franzi, que tem bom coração, acaba por se apiedar da princesa e passa a dar-lhe lições de como conquistar o tenente.

Não-creditados

O filme não foi feito em circunstâncias agradáveis: a mudança para os estúdios de Astoria, em Nova Iorque, explica a sensação de confinamento no set.[5] Chevalier descreveu a sua performance – "sorrisos e piscadelas fofas" – como uma "demonstração mecânica da técnica" devido ao luto pela morte de sua mãe. Lubitsch também atuava como árbitro entre Colbert e Hopkins, que costumavam brigar bastante, já que ambas estavam determinadas a serem filmadas no mesmo ângulo. Lubitsch encorajava a disputa das duas durante a produção, pois achava que combinava com suas personagens na tela.[6]

Cenas do filme foram incluídas na produção promocional "The House That Shadows Built" (1931), da Paramount.

"The Smiling Lieutenant" foi a maior bilheteria da Paramount em 1931. Richard Barrios afirmou que "Lubitsch e Chevalier eram invencíveis".[5] A produção também foi eleita um dos dez melhores filmes do ano pelo jornal The New York Times, junto com "Luzes da Cidade", de Charlie Chaplin; e "Tabu: A Story of the South Seas", de F. W. Murnau.[7]

Lubitsch ainda estava aprendendo a dominar a tecnologia sonora em filmes e a combiná-la com a narrativa: James Harvey afirma que "tecnicamente, The Smiling Lieutenant é o mais realizado dos primeiros filmes sonoros de Lubitsch. Em cenários, trabalho de câmera, música de fundo, alternâncias de som e silêncio. Assim, o filme atinge um certo nível que faz The Love Parade e Monte Carlo parecerem comparativamente estúpidos".[8] Para Andrew Sarris, o filme está entre o "lirismo cadenciado" de "Love Parade" e as "ironias temperadas" presentes em "Trouble in Paradise".[9]

Devido a uma disputa contínua de direitos autorais com a versão do filme mudo, "The Smiling Lieutenant" permaneceu fora de circulação por anos e foi considerado perdido até que uma impressão foi descoberta na Dinamarca na década de 1990.[10] Quando o filme ressurgiu, a "exultação geral" foi seguida por "uma inevitável decepção" devido aos problemas técnicos da produção.[5]

"O Toque de Lubitsch"

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A noção do "Toque de Lubitsch" é usada para descrever o comentário visual ou piada que se torna uma assinatura ou uma marca registrada dos filmes de Lubitsch.[11] Billy Wilder explica a existência da noção em relação ao filme: "Foi o uso elegante da Superpiada. Contaram uma piada e você se sentiu satisfeito, e então houve mais uma grande piada após aquela. A piada que você não esperava. Esse foi o 'toque de Lubitsch'". A superpiada definitiva é que, no final do filme, "a garota errada fica com o homem".[6]

Prêmios e indicações

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Ano Cerimônia Categoria Indicado Resultado Ref.
1932 Oscar Melhor filme Ernst Lubitsch (para a Paramount Pictures) Indicado [12][13]

Referências

  1. a b «The First 100 Years 1893–1993: The Smiling Lieutenant (1931)». American Film Institute Catalog. Consultado em 18 de agosto de 2023 
  2. «O Tenente Sedutor (1931)». Brasil: CinePlayers. Consultado em 31 de outubro de 2018 
  3. «O Tenente Sedutor (1931)». Portugal: Público. Consultado em 31 de outubro de 2018 
  4. Eames, John Douglas (1985). The Paramount Story. Londres: Octopus Books (em inglês)
  5. a b c Barrios, Richard (1995). A Song In The Dark: The Birth of Musical Film, p. 344. Oxford: Oxford University Press. ISBN 0195088115.
  6. a b Eyman, Scott (2000) "Ernst Lubitsch: Laughter in Paradise. London", p. 169. The Johns Hopkins University Press, Baltimore. ISBN 0801865581.
  7. Hall, Mordaunt (3 de janeiro de 1932). «Blue-ribbon Pictures Of 1931: "The Guardsman" Heads List of Best Ten – Average for Year is High – Outstanding Foreign Productions». The New York Times (em inglês). Consultado em 18 de agosto de 2023 
  8. Harvey, James (1998) "Romantic Comedy in Hollywood: From Lubitsch to Sturges", p. 22. Da Capo Press, Nova Iorque. ISBN 0306808323.
  9. Sarris, Andrew (1972). "Lubitsch in the Thirties: All Talking! All Singing! All Lubitsch!", Film Comment 8, p. 21.
  10. Kehr, Dave (12 de fevereiro de 2008). «New DVDs»Subscrição paga é requerida. The New York Times (em inglês). Consultado em 18 de agosto de 2023 
  11. Thompson, Kristin (2005) "Herr Lubitsch Goes To Hollywood: German and American Film After World War I", p. 126. Amsterdam University Press, Amsterdã. ISBN 9053567089.
  12. «The 5th Academy Awards (1932) | Nominees and Winners». Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Consultado em 18 de agosto de 2023 
  13. «5.º Oscar – 1932». CinePlayers. Consultado em 18 de agosto de 2023 

Ligações externas

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