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Operação Soberania (Panamá)

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A Operação Soberania (em castelhano: Operación Soberanía) foi um evento ocorrido em 2 de maio de 1958 na antiga Zona do Canal do Panamá onde um grupo de jovens universitários, em uma operação clandestina e secreta, surpreenderam as autoridades dos Estados Unidos que administravam o Canal do Panamá e hastearam a bandeira panamenha em vários lugares simbólicos.[1]

Um grupo de estudantes universitários panamenhos liderados por Carlos Arellano Lennox e organizado pela União dos Estudantes Universitários do Panamá decidiram, em 2 de maio de 1958, espalhar setenta e cinco bandeiras panamenhas de forma pacífica, cívica e silenciosa, ao mesmo tempo e nos principais pontos da Zona do Canal do Panamá, principalmente na área próxima ao prédio administrativo do Canal[2], que foram imediatamente recolhidas pela Polícia da Zona e devolvidas ao Governo do Panamá.[3]

Com esta ação, exigiu-se a revisão dos tratados do Canal do Panamá e da soberania panamenha no local.

Consequências

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A Operação Soberania foi o início de outras façanhas patrióticas que conseguiram espalhar a bandeira panamenha na Zona do Canal em 3 e 4 de novembro de 1959 e em 9 de janeiro de 1964. Como resultado dessas lutas, foram cunhadas as frases “El que siembra banderas cosecha soberanía” e “Un solo territorio, una sola bandera”.[3]

Nos eventos de 3 de novembro de 1959, a chamada "Siembra de Banderas", liderada pelo Deputado Aquilino Boyd e pelo Dr. Ernesto Castillero Pimentel, professor da Universidade do Panamá, o povo panamenho foi convidado, de maneira pacífica a entrar na Zona do Canal do Panamá, portando a bandeira panamenha como ato de reafirmação da soberania. A princípio, o protesto foi pacífico, mas quando o governo da Zona ordenou a proibição da entrada de manifestantes, houve uma violenta repressão e até a violação de uma bandeira panamenha por alguns policiais estadunidenses. Isso alterou os ânimos dos panamenhos, a ponto de ser necessário mobilizar um destacamento do exército dos Estados Unidos. Houve pessoas feridas em ambos os lados.[4]

Após uma luta popular e diplomática do Governo do Panamá e de seu povo, em 17 de setembro de 1960, o presidente dos Estados Unidos, Dwight D. Eisenhower, reconheceu que a bandeira panamenha deveria ser hasteada juntamente com a bandeira estadunidense, e assim iniciaram-se as negociações, que foram consumadas no Acordo Chiari-Kennedy de 1962[5][6], que concedeu mais liberdades sociais e econômicas aos panamenhos dentro da Zona do Canal. Também com esse acordo, foi criada uma comissão bipartidária que resolveria a questão da bandeira.

Referências

  1. Reyes, Alejandro (2 de maio de 2016). «Realizarán homenaje a patriotas por 58 años de la 'Operación Soberanía'». TVN 
  2. ACP (Dezembro de 2013). «9 de enero de 1964: El día que cambió nuestra historia» (PDF). Revista El Faro 
  3. a b «Conmemoran el 58 aniversario de la Operación Soberanía». La Prensa. 3 de maio de 2016 
  4. «La operación Siembra de Banderas». Panamá Vieja Escuela 
  5. Trascendencia Histórica del 9 de enero - Educa Panamá
  6. ¿Qué tenemos que sembrar? - La Prensa. (19 de janeiro de 2019)
  • Historia de Panamá, Castillero Reyes, Ernesto J, 12 edición, Panamá, Producciones ERLIZCA, 2003.

Ligações externas

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