Orfeon Académico de Coimbra
O Orfeon Académico de Coimbra (OAC) ComSE • OIC • ComB • GOB • ComIP é o coro mais antigo de Portugal em actividade e um dos mais antigos da Europa. É também um dos oito Organismos Autónomos da Associação Académica de Coimbra, sendo ainda anterior à formação desta.
Com mais de uma centena de anos, o Orfeon Académico de Coimbra brota juventude. Constituído essencialmente por estudantes de todas as Faculdades da Universidade de Coimbra e Institutos Superiores, encontra-se em permanente empenho para manter e continuar a construir esta longa e gloriosa História.
Fundação
[editar | editar código-fonte]Nasceu a 29 de Outubro de 1880, com 60 coralistas e com o nome de "Sociedade Choral do Orpheon Académico", sob os auspícios do temperamento artístico do estudante de Direito João Arroyo. Fez a sua primeira apresentação ao público a 7 de Dezembro do mesmo ano, no Teatro Académico Príncipe Real, em Coimbra, por ocasião das comemorações do tricentenário da morte de Camões.
O espírito republicano que presidiu às referidas comemorações - a que aderiram nomes como Teófilo Braga e Antero de Quental - foi imbuído de todo um culto que ofereceu ao recém-criado Orfeon a oportunidade de se projectar. Preocupado em trazer a público autores contemporâneos, João Arroyo, com uma visão inovadora, mostrou pela primeira vez em Portugal a grandiosa música de Wagner.
Maestros
[editar | editar código-fonte]Depois de João Arroyo, o OAC ressurgiria animado por Luís Stockler.
Foi depois, com António Joyce, que se cantou "Ámen" de Berlioz pela primeira vez, no Teatro Aveirense, sendo de destacar também a continuidade dada aos compositores românticos (Grieg, Brahms, ...).
O Padre Elias de Aguiar foi o regente seguinte do OAC. Nesta altura o Orfeon passou algumas dificuldades no recrutamento de vozes, devido à participação portuguesa na 1.ª Guerra Mundial, que ocupou grande parte da juventude de então. Contudo, estava lançado o Orfeon Académico de Coimbra para um futuro auspicioso.
Após Elias de Aguiar, seguiram-se as épocas de Raposo Marques, Joel Canhão, Cândido Lima e Carlos Brito que o elevaram na vertente de embaixada cultural.
Artur Carneiro, Virgílio Caseiro, Edgar Saramago e Artur Pinho foram os maestros subsequentes que incrementaram a base artística do organismo, já como legítimo representante da Academia, da Universidade, da Cidade e do País. Entre 2006 e 2008, esta responsabilidade esteve a cargo do Maestro Paulo Bernardino. A partir de Setembro de 2008, o maestro Artur Pinho voltou a assumir a regência do coro.
Digressões
[editar | editar código-fonte]Em 1911, o OAC actuou no Trocadero, em Paris, naquela que foi a sua primeira digressão ao estrangeiro.
A epopeia das grandes viagens, bordada com a Academia, conduziu o Orfeon por todo o mundo. Na Europa, apresentou-se em Itália, Alemanha, Holanda, França, Hungria, citando alguns exemplos; mas esteve também presente no continente Americano, actuando no Canadá, EUA e Brasil; em África, em países tão diversos como África do Sul, Angola e Moçambique; e na Ásia, da qual é exemplo o Japão.
No território nacional já cantou um pouco por todo o continente e ilhas. Representou Portugal ao mais alto nível no Festival Europália 91, na Expo'98, na UNESCO, e foi o primeiro coro português a cantar na Basílica de São Pedro.
Estrutura
[editar | editar código-fonte]O Orfeon Académico de Coimbra foi criado como coro masculino.
No entanto, as características de uma população universitária em constante mutação reflectiram-se no organismo, após o 25 de Abril de 1974, com modificações internas incluindo a admissão de elementos femininos.
Outras actividades desenvolvidas
[editar | editar código-fonte]Podem-se destacar ao longo dos tempos, entre muitas outras, a dinamização de uma escola de Jazz, a realização de palestras, cursos de regência coral e de canto, a criação de um Grupo Complementar de Música Popular Portuguesa e um outro de Fado de Coimbra. Por este último passaram vários dos grandes nomes da canção de Coimbra como Luiz Goes, José Afonso, Fernando Machado Soares, Sutil Roque e Fernando Rolim, citando apenas alguns.
Condecorações
[editar | editar código-fonte]- Sócio de Honra da "Academia Mondial Degli Artisti e Profesionisti" de Roma
- Membro de Honra do Clube "Ateneo" da Faculdade de Letras de Poitiers
- Comendador da Ordem da Instrução Pública (5 de Outubro de 1931)[1]
- Comendador da Ordem de Benemerência (5 de Outubro de 1933)[1]
- Comendador da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico (10 de Dezembro de 1940)[1]
- Oficial da Ordem do Império Colonial (16 de Maio de 1950)[1]
- Grande-Oficial da Ordem de Benemerência (7 de Maio de 1955)[1]
- Medalha de Ouro da Cidade de Coimbra
- Medalha de Prata de Espinho
- Sócio de Mérito dos Jardins-Escolas João de Deus
- Benemérito da Cidade de Coimbra
- Sócio Benemérito das Creches de Coimbra
- Sócio Benemérito da Associação de Socorros Mútuos
- Sócio Benemérito dos Artistas de Coimbra
- Sócio Benemérito da Casa dos Pobres de Coimbra
- Sócio Honorário do Orfeão Português do Rio de Janeiro
- Sócio Honorário do Orfeão Portugal do Rio de Janeiro
Referências
- Orfeon Académico de Coimbra (2008). Site oficial do Orfeon Académico de Coimbra <https://web.archive.org/web/20081021191312/http://orfeon.pt.to/>. Visitado em Fevereiro de 2008.
- Caseiro, VIRGÍLIO Alberto Valente. O Orfeon Académico de Coimbra desde 1880: causas determinantes, objectivos e evolução. 1992. Dissertação de mestrado em Ciências Musicais. Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Coimbra.
Este artigo contém uma lista de referências no fim do texto, mas as suas fontes não são claras porque não são citadas no corpo do artigo, o que compromete a confiabilidade das informações. (Maio de 2014) |