Pacto de Punto Fijo
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O Pacto de Punto Fijo foi um acordo político firmado em 31 de outubro de 1958 entre os três principais partidos políticos da Venezuela à época: a Ação Democrática (AD), de ideologia social-democrata e posicionado à centro-esquerda, o Comitê de Organização Política Eleitoral Independente (COPEI), de ideologia democrata cristã e posicionado à centro-direita e a União Republicana Democrática (URD), de ideologia social-liberal e posicionado ao centro do espectro político. O propósito do acordo era assegurar a estabilidade política do país após a derrocada do governo ditatorial do general Marcos Pérez Jiménez a alguns meses das eleições, marcadas para dezembro do mesmo ano.[1] Seus efeitos se fizeram sentir até o início dos anos 1990.
Durante o ano de 1958 várias tentativas de golpe de estado haviam sido feitas contra Pérez Jiménez.[2] O risco de uma regressão militar levou à formação de uma frente civil, visando retomar o caminho da normalização democrática. O pacto obrigava os partidos signatários a respeitar os resultados das eleições, de modo a assegurar alguma estabilidade à incipiente democracia representativa venezuelana, bem como possibilitar a alternância de poder - excluído o Partido Comunista da Venezuela, que viria a ser proscrito.[3] A denominação Punto Fijo refere-se ao nome da residência da família do líder do Copei, Rafael Caldera.
Em 1962, a URD deixa o pacto, por discordar da política adotada com relação a Cuba.
O pacto permitiu à Venezuela trinta anos de estabilidade política, durante os quais a Ação Democrática e a Copei foram efetivamente os únicos partidos a governar o país, alternando-se no poder conforme o resultado das eleições, a cada cinco anos.[4][5].
O equilíbrio se rompeu com o desenvolvimento de um forte clientelismo, acompanhado de intensa corrupção e a diminuição dos rendimentos advindos do petróleo. Afinal, a insatisfação diante da política de austeridade fiscal adotada pelo Carlos Andrés Pérez culminou com a revolta denominada Caracazo, em 1989. A opinião pública deixara de apoiar o Pacto.
A tentativa de tomada do poder por Hugo Chávez, em 1992, insere-se nesse quadro de insatisfação geral da população com relação aos "beneficiários e perpetuadores do sistema instaurado algumas décadas antes".[6]
Referências
- ↑ Pacto de Punto Fixo Arquivado em 10 de dezembro de 2005, no Wayback Machine. (em castelhano).
- ↑ El Puntofijismo Arquivado em 19 de setembro de 2008, no Wayback Machine., por Ysrrael Camero (em castelhano). 31 de outubro de 2000.
- ↑ Le Monde « Ancien président du Venezuela, Rafael Caldera », por Paulo Antônio de Paranaguá, 30 de dezembro de 2009.
- ↑ «El Pacto de Puntofijo». VenezuelaTuya.com. Consultado em 9 de setembro de 2016
- ↑ Projet de loi autorisant l'approbation de l'accord entre la France et le Venezuela sur l'encouragement et la protection réciproques des investissements, Rapport n° 344 (2001-2002), apresentado por Hubert Durand-Chastel, em nome da comissão de relações exteriores. 3 de julho 2002.
- ↑ Antécédents historiques du chavisme, por Frédérique Langue. L'Ordinaire latino-américain, n°177, julho-setembro de 1999, pp. 103-109.
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Venezuela: mudanças políticas na era Chávez. Por Rafael Duarte Villa. Estudos Avançados vol. 19 n° 55. São Paulo, set. - dez. 2005 ISSN 0103-4014