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Palácio do Portão Dourado

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Palácio do Portão Dourado (em árabe: باب الذهب; romaniz.: Bāb al-Dhahab) ou Palácio da Cúpula Verde (em árabe: القبةالخظراء; romaniz.: al-Qubbat al-Khaḍrāʾ) era a residência oficial do califa em Bagdá durante o início do Califado Abássida.

Cidade Redonda no tempo de Almançor e o palácio ao centro

Bagdá foi fundada em 762 pelo segundo califa abássida, Almançor (r. 754–775). A parte principal da cidade original era a Cidade Redonda, com o Palácio do Portão Dourado e a adjacente Grande Mesquita de Almançor no centro.[1] Além da mesquita, não foi permitido construir outros edifícios perto do palácio, que era cercado por um amplo espaço; somente no noroeste, em direção ao Portão da Síria, dois edifícios foram construídos ao lado da muralha do palácio: um quartel para a guarda de cavalos do califa e uma galeria de duas partes, originalmente concebida como sala de audiências para saíbe da xurta e o capitão da guarda do cavalo, respectivamente, mas mais tarde passou a ser usado como um espaço público de oração.[2] Em torno desse amplo espaço aberto, foram construídos os palácios dos filhos mais novos de Almançor, os aposentos dos funcionários do palácio e os escritórios dos vários departamentos administrativos.[3]

O palácio originalmente ocupava uma área de 170 metros quadrados, com um edifício central encimado por uma cúpula verde de 48,36 metros de altura, que dava ao palácio o nome alternativo de Palácio da Cúpula Verde (al-Qubbat al-Khaḍrāʾ).[4] No topo da cúpula estava a efígie de um cavaleiro carregando uma lança, que mais tarde foi creditada com propriedades mágicas: alegadamente viraria sua lança na direção de onde os inimigos estavam se aproximando.[3] Debaixo da cúpula havia uma câmara quadrada de audiência de 9,1 metros, com um teto abobadado da mesma altura; e acima disso, no interior da cúpula, havia outra câmara de dimensões semelhantes. Em frente à câmara de audiência havia uma alcova, chamada aywan, que era encimada por um arco de 14 metros de altura e 9,1 metros de largura.[5]

O palácio e a mesquita parecem ter sido concluídos em 763, um ano após o início da construção, permitindo que Almançor se estabelecesse na cidade.[3] Enquanto o Palácio do Portão Dourado permaneceu a residência oficial dos califas, Almançor e seus sucessores também passaram muito tempo no Palácio Culde, nas proximidades, construído logo depois. Diz-se que Harune Arraxide (r. 786–809) preferia o Culde, mas seu filho Alamim (r. 809–813) o restaurou como sua residência, acrescentando uma nova ala e uma grande praça (maydan).[5] Como principal reduto de Alamim e seus partidários, sofreu extensos danos devido ao bombardeio por catapulta durante o Cerco de Bagdá (812–813). O palácio deixou de ser usado como residência real e foi negligenciado.[3][6]

O palácio permaneceu de pé, no entanto; parte da estrutura foi demolida para facilitar a expansão da Grande Mesquita nas proximidades, sob Almutadide (r. 892–902), mas o Grande Domo permaneceu em pé até a noite de 9 de março de 941 (7/8 Jumada II 329 AH), quando fortes chuvas e, possivelmente, um golpe de raio, levaram ao colapso da cúpula.[7] Os muros da cúpula sobreviveram até o Saque de Bagdá pelos mongóis em 1258.[3]

Referências

  1. Le Strange 1900, p. 15–19.
  2. Le Strange 1900, p. 30–31.
  3. a b c d e Le Strange 1900, p. 31.
  4. Duri 1960, p. 896.
  5. a b Le Strange 1900, p. 32.
  6. Le Strange 1900, p. 32–33.
  7. Le Strange 1900, p. 33.
  • Duri, A. A. (1960). «Baghdad». In: Gibb, H. A. R.; Kramers, J. H.; Lévi-Provençal, E.; Schacht, J.; Lewis, B. & Pellat, Ch. The Encyclopaedia of Islam, New Edition, Volume I: A–B. Leida: E. J. Brill. pp. 894–908 
  • Le Strange, Guy (1900). Baghdad during the Abbasid Caliphate: from contemporary Arabic and Persian sources. Oxônia: Imprensa Clarendon