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Palacio del Marqués de la Encomienda

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O Palacio del Marqués de la Encomienda (Palácio do Marquês da Encomienda), em Almendralejo (Província de Badajoz, Espanha) é um edifício de nobre porte e grandes proporções, situado no centro da localidade e ocupando lugar privilegiado no seu casco histórico. A proximidade com a Praça de Santo António, situada junto ao convento, cuja remodelação iminente irá convertê-la num dos focos urbanísticos e sociológicos mais destacados da unidade, e com a Rua Real e restantes limites do seu centro tradicional, faz do Palacio del Marqués de la Encomienda um marco fundamental da cidade quanto à sua articulação morfológica e no que concerne à determinação dos seus sinais de identidade mais genuinas.

Descrição[editar | editar código-fonte]

Estruturalmente, o palácio consiste num edifício de dois pisos organizadas de acordo com o modelo característico das residências nobres do século XVII, em torno dum pátio de claustro central de formosa execução. As suas proporções fazem dele o maior dos edifícios da sua espécie entre todos os que existem na Estremadura. A galería baixa consta de três amplos arcos de volta perfeita em cada lado, sobre colunas toscanas de granito, com cobertura cheia de caixotões e vistosa azulejaria sevilhana configurando o rodapé e os contornos dos vãos. A adequada alvenaria de tradição castelhana, o mobiliário de estilo de grande valor que se revela na mesma e a variada vegetação que brilha no centro, em torno do poço tradicional, fazem deste claustro um conjunto verdadeiramente atraente, além de ser altamente representativo das realizações do seu género.

A galeria alta configura-se como uma loggia fechada com os seus arcos de volta perfeita de menores proporções que os de baixo, também sobre as colunas graníticas, fechadas com vitrais de reconhecido valor. A cobertura, alvenaria e azulejos do rodapé, assim como o mobiliário, repetem os esquemas de qualidade ambiental e estilística que caracterizam a galeria baixa. Um atraente telhado de pedras vidradas resolve a cobertura e forma uma interesante cornija entre as duas alturas.

A comunicação entre as galerias baixa e alta é feita através duma escadaria de grande porte com duplo lanço, toda recoberta de azulejaria, cujo remanso central é dominado pelo vistoso escudo heráldico da família titular do palácio, realizado em estuque. A partir do exterior, o acesso ao palácio realiza-se através dum duplo átrio de transição com abóbadas de aresta e porta de rendilhado de ferro forjado ao gosto andaluz, de artística lavra, destacando o conjunto da fachada principal, de formosa arquitectura, na qual sobresai, pela sua rica configuração formal, a portada que enfatiza o vão de entrada e o balcão que se situa por cima, em cujos costados luzem os emblemas heráldicos da família Fernández Daza. Coroando o conjunto, exibe-se um remate em tímpano com pináculos e cristas. Do mesmo estilo resulta a marcada cornija que percorre toda a parede e as molduras dos restantes vãos, os quais se fecham com bons rendilhados em ferro forjado e guarda-pós de ladrilhos esmaltados compondo um conjunto de sóbria e equilibrada arquitectura segundo a traça barroca.

As dependências residenciais do palácio estendem-se em torno do claustro central, todas de amplas proporções, correspondentes a diferentes estilos, entre os quais predominam o Clássico Espanhol e o Romântico. Peças de valor singular são as numerosas mesas de grande estilo que compoem a colecção da casa; caixotões de interesse, pratos de Talavera, cobres, excelentes pinturas históricas e outros componentes completam o repertório dos motivos que conferem ao interior do edifício o seu notável valor ambiental como testemunho histórico dos palácios fidalgos do passado. Merece especial menção o salão principal, de sóbrio estilo classicista; a capela e a biblioteca, em cujas prateleiras se guarda uma das colecções bibliográficas de maior interesse da região.

Anexa à zona nobre, abre-se a área de serviços em direcção aos currais, da qual se conservam as características mais representativas da arquitectura e usos tradicionais da Estremadura. Elemento de interesse particular é a chaminé de grande corpo coberta de grafitos, que preside este pátio interior.

Prova dos acertados critérios adoptados ao longo do tempo para adequar o velho edifício às exigências de cada época é a escada de caracol e galeria dispostas no século passado no pátio posterior para permitir a comunicação entre as zonas alta e baixa do edifício.

Uma terceira zona bem diferenciada dos interiores fica definida pelo pátio chamado "De Naranjos", que se abre no costado esquerdo do edifício, originando uma zona recolhida e agradável, de marcado sabor ambiental.

Diversas partes dos paramentos exteriores conservam restos dos antigos grafitos que os decoravam, de acordo com os usos próprios da época. Sobre o corpo construtivo principal, resolvido com alvenaria de pedra e cal, nota-se a adição de outros elementos dispostos posteriormente nas zonas lateral e traseira até ultimar o conjunto actual.

O palácio foi submetido a sucessivas remodelações de ordem secundária em épocas posteriores ao século XVII, sendo importantes, sobretudo, as intervenções de intenção decorativa efectuadas durante os séculos XIX e XX, sem afectar o corpo e disposições principais do edifício.

Referências[editar | editar código-fonte]

O conteúdo deste artigo incorpora material da declaração do Bien de Interés Cultural, publicado no BOENº 41, de 17 de Fevereiro de 1998 (texto), que se encontra no domínio público em conformidade com o disposto no artigo 13 da Lei de Propriedade Intelectual espanhola.