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Parada do Orgulho LGBT de Dili

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Manifestante durante a parada de 2019

A Parada do Orgulho LGBT de Dili é uma parada LGBT celebrada todos os anos desde 2017 na cidade de Dili, capital de Timor-Leste. Consiste numa manifestação com um desfile que procura visibilizar e abogar pelos direitos do coletivo LGBT, isto é, de lesbianas, gais, bissexuais e transsexuais no país do Sudeste Asiático.

História[editar | editar código-fonte]

No dia 29 de junho de 2017, quinze anos após a independência do país, um grupo de cerca de quinhentas pessoas, incluindo membros da comunidade LGBT na companhia de hétero aliados, principalmente familiares e amigos heterossexuais que os apoiavam, exibiu uma bandeira arco-íris gigante e marcharam pelo centro da cidade, com faixas e telas alusivas ao mesmo assunto ao seu redor.[1] Da mesma forma, a presença de algumas freiras católicas foi destacada pela imprensa, sendo uma delas uma renomada ativista pelos direitos LGBT no país, que oficiou uma oração de início do evento e passou a fazer parte das atividades todos os anos.[2] Para esta ocasião, o Presidente da República, Francisco Guterres, emitiu um comunicado de apoio à manifestação. Por seu lado, o Primeiro-Ministro, Rui Maria de Araújo, apelou à aceitação das diferenças na orientação sexual dos cidadãos adultos, afirmando:

“A discriminação, o desrespeito e o abuso contra as pessoas com base na sua orientação sexual ou identidade de género não traz nenhum benefício para a nossa nação”... “Permitir que todos os cidadãos contribuam para o desenvolvimento de Timor-Leste irá tirar o máximo partido da independência pela qual todos lutamos”.[3]

Pese à posição oficial da Igreja católica em Timor-Leste, a religião maioritária professada no país, de opor-se a permitir o casal entre pessoas do mesmo sexo e de equiparar outros direitos outorgados a heterossexuais para a diversidade sexual, viram-se acções e sinais de apoio dentro do clero a nível individual que têm sido significativos para a opinião pública.[4][5]

Para a segunda versão da marcha de 2018 contabilizaram-se ao redor de 1.500 manifestantes, três vezes mais que sua primeira versão. Ao ano seguinte, os assistentes duplicaram-se com para perto de três mil manifestantes.

Em 2022, a marcha culminou em frente ao Palácio presidencial Nicolau Lobato, momento no qual o Presidente Jose Ramos-Horta foi a receber aos manifestantes. Para dita ocasião, o mandatário exhortó aos heterossexuais timorenses de que Timor-Leste deve ser «um exemplo de tolerância e respeito para os filhos e irmãos que pertençam a esta comunidade [LGBT]».[6]

Veja-se também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Lih Yi, Beh (20 de julio de 2017). «Asia's youngest nation offers glimmer of hope for LGBT rights» (em inglés). Asiapacific.unwomen.org. ONU Mujeres. Consultado em 30 de septiembre de 2023  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  2. Rinaldi, Adi (21 de mayo de 2019). «Asia's Newest Nation of Timor-Leste Is Fighting for LGBTQ Rights» (em inglés). Vice.com. Vice News. Consultado em 30 de septiembre de 2023  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  3. «East Timor Holds First LGBTQ Pride Parade». Nbcnews.com. NBC News. 5 de julio de 2017. Consultado em 30 de septiembre de 2023  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  4. «Gender relations and the establishment of the LGBT movement in Timor-Leste». Women's Studies International Forum (em inglés). 93. 102613 páginas. 1 de julio de 2022  |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda); Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda);
  5. «Prime Minister & Catholic Nun among those showing support for LGBTQ+ community in Timor-Leste» (em inglés). Medium.com. 17 de mayo de 2018. Consultado em 30 de septiembre de 2023  |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda); Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  6. «Timor-Leste president supports LGBT rights» (em inglés). Ucanews.com. 3 de agosto de 2022. Consultado em 30 de septiembre de 2023  |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda); Verifique data em: |acessodata= (ajuda)