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Pargeva II Amatúnio

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Pargeva II Amatúnio
Nacionalidade Reino da Armênia
Ocupação Nobre
Religião Cristianismo

Pargeva II Amatúnio (em latim: Pargeva; em armênio: Պարգեւ; romaniz.: Pargev; m. 389) foi um nobre armênio (nacarar) do fim do século IV, ativo durante o reinado do rei Cosroes IV (r. 385–389).

Nome[editar | editar código-fonte]

Pargeva[1] é a forma latinizada do armênio Pargueve (Պարգև, Pargev), que derivou do substantivo comum pargev (պարգև), "presente".[2][3]

Vida[editar | editar código-fonte]

Pargeva pertencia à família Amatúnio e era pai de Manuel. Nina Garsoïan considerou que não deva ser confundido com o homônimo que esteve ativo em meados do século IV, como proposto por Ferdinand Justi, pois o tempo no qual estiveram ativos é muito distante para que possa pensar que se trata da mesma pessoa.[3] Segundo o relato de Moisés de Corene, em 389, quando o rei Cosroes IV (r. 385–389) foi deposto sob ordens do xainxá do Império Sassânida,[a] Pargeva reuniu-se com outros nobres e formou uma pequena força de 700 cavaleiros com o intuito de atacar o comboio que transportava o rei para salvá-lo. Na batalha que se seguiu, todos os nobres armênios, exceto Pargeva, morreram em combate. Pargeva foi levado perante o xainxá, que o fez explodir como um odre de vinho e ordenou que fosse colocado perpetuamente diante de Cosroes.[4]

Notas[editar | editar código-fonte]

[a] ^ Moisés de Corene apresenta uma confusa descrição da sucessão real no Império Sassânida. No relato, afirmou que o xainxá responsável por destronar Cosroes IV foi Artaxes, que assumiu ser contemporâneo do imperador Arcádio (r. 395–408). Ocorre que esse indivíduo deve ser associado a Artaxes II (r. 379–383), o filho de Sapor II (r. 309–379) (Moisés menciona a sucessão em III.51), que estava ativo mais de uma década antes de Arcádio. Robert Thomson tentou corrigir a confusão assumindo que o Sapor citado por Moisés fosse Sapor III (r. 383–388),[5] que segundo o relato de Fausto, o Bizantino foi responsável por colocar Cosroes no trono em 385 após ocupar boa parte do país com um grande exército.[6] O real responsável por destronar Cosroes foi Vararanes IV (r. 388–399), pois começou a desconfiar de seu vassalo e o substituiu por Vararanes Sapor (r. 389–414).[7][8]

Referências

  1. Moisés de Corene 1736, p. 293.
  2. Ačaṙyan 1942–1962, p. 2313.
  3. a b Fausto, o Bizantino 1989, p. 400.
  4. Moisés de Corene 1978, p. 310.
  5. Moisés de Corene 1978, p. 310, nota 349.
  6. Fausto, o Bizantino 1989, p. 265 (VI.i.265-266).
  7. Hovannisian 1997, p. 92.
  8. Terian 2022, p. 133.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Ačaṙyan, Hračʻya (1942–1962). «Պարգև». Hayocʻ anjnanunneri baṙaran [Dictionary of Personal Names of Armenians]. Erevã: Imprensa da Universidade de Erevã 
  • Fausto, o Bizantino (1989). Garsoïan, Nina, ed. The Epic Histories Attributed to Pʻawstos Buzand: (Buzandaran Patmutʻiwnkʻ). Cambrígia, Massachusetts: Departamento de Línguas e Civilizações Próximo Orientais, Universidade de Harvard 
  • Hovannisian, Richard G. (1997). Armenian People from Ancient to Modern Times. vol. I: The Dynastic Periods: From Antiquity to the Fourteenth Century. Nova Iorque: Palgrave Macmillan. ISBN 978-1-4039-6421-2 
  • Moisés de Corene (1978). Thomson, Robert W., ed. History of the Armenians. Cambrígia, Massachusetts; Londres: Imprensa da Universidade de Harvard 
  • Moisés de Corene (1736). Historiae armeniacae libri III. Ejusdem epitome geographiae. Praemittitur praefatio de literatura ac versione sacra armenica (etc.) armeniace ediderunt, latine verterunt notisque illustrarunt Gulielmus et Georgius Whiston. Londres: Whiston 
  • Terian, Abraham (2022). The Life of Mashtots' By His Disciple Koriwn. Oxônia: Oxford University Press