Paulo Hartung
Paulo César Hartung Gomes Paulo Hartung | |
---|---|
Paulo Hartung em sua posse como governador do Espírito Santo. | |
46.° e 48.° Governador do Espírito Santo | |
Período | 1°- 1º de janeiro de 2003 até 1º de janeiro de 2011 (2 mandatos consecutivos) 2°- 1º de janeiro de 2015 até 1º de janeiro de 2019 |
Vice-governadores | Lelo Coimbra (2003–2007) Ricardo Ferraço (2007–2011) César Colnago (2015–2019) |
Antecessor(a) | 1°- José Ignácio Ferreira 2°- Renato Casagrande |
Sucessor(a) | 1°- Renato Casagrande 2°- Renato Casagrande |
Senador pelo Espírito Santo | |
Período | 1º de fevereiro de 1999 até 1º de janeiro de 2003 |
Antecessor(a) | Élcio Álvares |
Sucessor(a) | João Batista Mota |
55.º Prefeito de Vitória | |
Período | 1º de janeiro de 1993 até 1º de janeiro de 1997 |
Vice-prefeito | João Antônio |
Antecessor(a) | Vitor Buaiz |
Sucessor(a) | Luiz Paulo Vellozo Lucas |
Deputado Federal pelo Espírito Santo | |
Período | 1º de fevereiro de 1991 até 1º de janeiro de 1993[a] |
Deputado Estadual pelo Espírito Santo | |
Período | 1º de fevereiro de 1983 até 1º de fevereiro de 1991 (2 mandatos consecutivos) |
Dados pessoais | |
Nome completo | Paulo César Hartung Gomes |
Nascimento | 21 de abril de 1957 (67 anos) Guaçuí, ES, Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Alma mater | Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) |
Prêmio(s) | Ordem do Mérito Militar[1] |
Primeira-dama | Cristina Gomes |
Partido | MDB (1975-1979) PMDB (1980-1988) PSDB (1988-2001) PSB (2001-2005) MDB (2005–2019) Sem partido (2019-presente) |
Religião | católico romano |
Profissão | economista, político |
Assinatura |
Paulo César Hartung Gomes GOMM (Guaçuí, 21 de abril de 1957) é um economista e político brasileiro atualmente sem partido.[2] Foi governador do estado do Espírito Santo de 1º de janeiro de 2003 até 31 de dezembro de 2010, e de 1 de janeiro de 2015 até 31 de dezembro de 2018,[3] sendo sucedido por Renato Casagrande.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Paulo Hartung é formado em economia pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Ligado ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) na época da clandestinidade da legenda durante a ditadura militar, Hartung foi eleito o primeiro presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFES.[4][5]
Em 1979, participou ativamente do processo que reestruturou a União Nacional dos Estudantes (UNE), tendo atuado como organizador da bancada capixaba e na mobilização dos delegados em todo o país para o congresso de reconstrução da entidade que representa todos os estudantes brasileiros, realizado em Salvador, capital do estado da Bahia.[6]
Paulo Hartung filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em 1979, e deu assim início à sua trajetória político-partidária. Aos 25 anos de idade, elegeu-se deputado estadual para um mandato de quatro anos (1983 a 1987), destacando-se como o mais novo parlamentar da Assembleia Legislativa do Espírito Santo.[4]
Expirado o mandato, conseguiu reeleger-se em 1986 para um novo quadriênio (1987 a 1990) e participou da elaboração da Constituição Estadual.[4] Em sua passagem pela Assembleia, preocupou-se com a defesa do funcionalismo público, e tratou de temas como meio ambiente, saúde, educação, transporte público, dentre outros.
Em 1990, Paulo Hartung conquistou o mandato de deputado federal (1991 a 1995), com a maior votação dentro do Município de Vitória, capital do estado. Sua relevante atuação fez com que assumisse o cargo de vice-líder do PSDB na Câmara dos Deputados, cuja liderança era exercida por José Serra, então deputado por São Paulo.[7]
Em 1992, elegeu-se prefeito de Vitória (1993 a 1997). No início de 1997, passou o cargo ao seu sucessor eleito, Luiz Paulo Vellozo Lucas, também do PSDB, e participou, nos Estados Unidos, a convite da Embaixada daquele país, do programa intensivo sobre Administração Pública e Sistema Políticos nos Estados Unidos.
Após o retorno ao Brasil, em junho de 1997, foi nomeado pelo então Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, seu correligionário de sigla partidária, a Diretoria de Desenvolvimento Regional e Social do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).[8] No primeiro ano de gestão, a pasta investiu 1,4 bilhão de reais em projetos sociais.[7]
Em 1998, candidatou-se ao Senado da República e foi eleito com 780 mil votos, a maior votação que um político já recebeu no Espírito Santo.[9]
Em 2002, filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) foi eleito, ainda no primeiro turno, governador do estado. Em 2005, retornou ao PMDB, se reelegendo em 2006 com a maior votação percentual do país. Após deixar o governo, voltou a trabalhar como economista, consultor e palestrante.[10] Como governador, em 2004 Hartung foi admitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao grau de Grande-Oficial especial da Ordem do Mérito Militar.[1]
Em 2014, Paulo Hartung, ainda no PMDB, foi eleito governador pela terceira vez. Disputou o governo com o então governador Renato Casagrande (PSB).[10] Hartung tomou posse como governador do estado do Espírito Santo em 1º de janeiro de 2015.[11] Em 9 de julho de 2018, o governador anunciou a secretários que não disputaria um novo mandato e que havia “[passado] a hora de passar o bastão”.[10] Desfiliou-se do MDB em 7 de novembro de 2018, pouco antes do fim do mandato.[11]
Greve da Polícia Militar do Espírito Santo
[editar | editar código-fonte]Em fevereiro de 2017 foi internado no Hospital Sírio-Libanês em São Paulo para uma cirurgia de ressecção de tumor de bexiga. Dois dias antes, não tendo passado o cargo de Governador do Estado do Espírito Santo ao seu vice César Colnago, uma greve dos Policiais Militares se instalava, levando a uma grave crise na Segurança Pública do Estado do Espírito Santo, sendo entregue cinco dias depois o comando da Segurança Pública do ES às Forças Armadas, antes nas mãos do Secretário André Garcia.[12][13][14][15] Em 9 de fevereiro de 2017, um panelaço foi feito por moradores de bairros de Vitória durante a entrevista do governador Paulo Hartung à Miriam Leitão, na Globonews.[16] No dia seguinte, em entrevista à Globo News o ex-secretário nacional de segurança José Vicente da Silva Filho disse que a hospitalização de Paulo Hartung sem antes ter passado o cargo ao seu vice facilitou que o movimento se espalhasse por todo o Estado sem um comando do governo estadual para interromper ou desmobilizar a greve da Polícia Militar.[carece de fontes]
Em outubro de 2018 o Ministério Público do Estado do Espírito Santo emitiu portaria para investigar a responsabilidade do alto comando do governo do estado na paralisação da Polícia Militar. Entre os investigados estão Paulo Hartung, o então secretário de segurança pública André Garcia e o ex-comandante da PM Nylton Rodrigues Filho. Em nota, a Associação de Cabos e Soldados (ACS) disse que "espera que o MP encontre as causas da paralisação, pois um evento daquela magnitude só ocorre pela omissão Estatal".[17]
Em outubro de 2018 o então candidato a governador que veio a ser eleito, Renato Casagrande, declarou à Folha de S.Paulo que, em relação aos militares punidos em virtude do movimento paredista, o que for perseguição política será revertido.[18]
Controvérsias
[editar | editar código-fonte]"As masmorras de Hartung"
[editar | editar código-fonte]Conforme amplamente noticiado pela mídia nacional e internacional, escandalosos presídios foram criados durante a gestão de Paulo Hartung como governador do Estado do ES. Na época, o escândalo ficou conhecido como "As masmorras de Hartung", e teve repercussão até na ONU.[19]
Benefícios fiscais
[editar | editar código-fonte]A decisão do presidente do TJES Pedro Valls Feu Rosa, relaciona Hartung aos benefícios fiscais concedidos nos últimos 10 anos a empresas localizadas no Estado e o valor de eventual dívida da administração em decorrência dos incentivos. Segundo o texto, todas as operações realizadas, num período de 90 dias, resultaram, estimativamente, em um lucro de 50 milhões de reais para os envolvidos. Pedro Valls também pede a apuração de uma operação de compra de terrenos e incentivos fiscais dados à empresa Ferrous em sua instalação em Kennedy.[20]
Reeleição
[editar | editar código-fonte]Na votação realizada no dia 1º de outubro de 2006, Paulo Hartung foi reeleito governador do Espírito Santo tendo alcançado a maior votação percentual do país para o cargo. De acordo com os resultados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral, Hartung foi reeleito com 1.326.175 votos (77,27% dos votos válidos), seguido pelo candidato do PDT, Sérgio Vidigal, que obteve 373.474 votos (21,76% dos votos válidos).[21]
Acidente de Helicóptero
[editar | editar código-fonte]Um helicóptero da Polícia Militar do Espírito Santo com o governador do Espírito Santo caiu, na tarde de 10 de agosto de 2018, dentro dos limites de Domingos Martins, região Serrana do Espírito Santo. Paulo Hartung não se machucou e a primeira-dama, que também estava na aeronave, teve luxações leves na perna. O chefe da Seção de Segurança Operacional da Secretaria da Casa Militar, do Núcleo de Operações e Transporte Aéreo (Notaer), major Paolo Quintino, explicou que a aeronave se desgovernou ao se aproximar para pouso e realizar manobra de campo. Um dos rotores, que é a parte de trás do helicóptero, colidiu com o solo. O major ainda explicou que os pilotos auxiliaram os passageiros para que todos saíssem do local o mais rápido possível. A aeronave, a princípio, teve perda total.[22]
Sobre o acidente, o deputado Sérgio Mageski criticou o uso da aeronave para, segundo ele, o governador passar o fim de semana nas montanhas. Em discurso na assembleia legislativa, Mageski afirmou que o governador Paulo Hartung não se encontrava em agenda oficial e por tanto, foi pego no pulo do gato. O deputado solicitou informações à Casa Militar sobre os planos de voos dos helicópteros que servem ao governo, para saber as origens, destinos e objetivos, porém, recebeu como reposta apenas que não existem planos de voos.[23]
Em 16 de agosto de 2018 o portal de notícias Gazeta Online exibiu reportagem com o título "Governo do Estado omite informações sobre uso de helicóptero por Hartung". Segundo a reportagem, em janeiro de 2018, a fim de saber como as aeronaves do estado são utilizadas pelo governo, o jornal Gazeta online solicitou ao executivo o detalhamento das viagens institucionais, quanto custam, quem foi transportado e quais os destinos desses traslados pagos com o dinheiro público. No entanto, mesmo tendo acionado o executivo por meio da Lei de Acesso a Informação, os dados solicitados foram omitidos, os prazos não foram respeitados. O jornal afirmou ainda que, segundo especialistas, houve um descumprimento da lei por parte do governo.[24]
Notas
Referências
- ↑ a b BRASIL, Decreto de 8 de abril de 2004.
- ↑ «O silêncio de Paulo Hartung: ex-governador não declarou voto no 2° turno | A Gazeta». www.agazeta.com.br. Consultado em 1 de abril de 2024
- ↑ «Paulo Hartung, do PMDB, é eleito governador do Espírito Santo». G1. 5 de outubro de 2014. Consultado em 17 de novembro de 2021
- ↑ a b c «Conheça o perfil de Paulo Hartung, governador eleito do ES». G1. 5 de outubro de 2014. Consultado em 17 de novembro de 2021
- ↑ Ramalhoso, Wellington (10 de novembro de 2019). «Mestre de Huck é cultuado, mas criticado por monopolizar méritos coletivos». UOL. São Paulo. Consultado em 17 de novembro de 2021
- ↑ «ES: veja a trajetória política de Paulo Hartung». 1 de outubro de 2006. Consultado em 11 de fevereiro de 2017 [ligação inativa]
- ↑ a b «Leia o perfil de Paulo Hartung, governador eleito do Espírito Santo». Folha de S.Paulo. 6 de outubro de 2002. Consultado em 17 de novembro de 2021
- ↑ «Paulo Hartung». Governo do Estado do Espírito Santo. Consultado em 11 de fevereiro de 2017 [ligação inativa]
- ↑ «Paulo Hartung é reeleito governador do Espírito Santo». Bem Paraná. 1 de outubro de 2006. Consultado em 17 de novembro de 2021
- ↑ «Paulo Hartung desiste de reeleição no governo do Espírito Santo». IstoÉ. 10 de julho de 2018. Consultado em 17 de novembro de 2021
- ↑ «Governador Paulo Hartung desliga-se do MDB nesta quarta-feira». Folha Vitória. 7 de novembro de 2018. Consultado em 17 de novembro de 2021
- ↑ «Ministério da Defesa envia mais 550 militares das Forças Armadas para o ES». G1. Globo.com. 8 de fevereiro de 2017. Consultado em 11 de fevereiro de 2017
- ↑ «Forças Armadas ficarão no ES o 'tempo que for necessário', diz Raul Jungmann». IstoÉ. 11 de fevereiro de 2017. Consultado em 11 de fevereiro de 2017
- ↑ Rodrigo Rezende (10 de fevereiro de 2017). «ES anuncia mais 500 homens das Forças Armadas, totalizando 3500». G1. Globo.com. Consultado em 11 de fevereiro de 2017
- ↑ «Forças Armadas ficarão no ES o 'tempo que for necessário', diz Raul Jungmann». Uol. 11 de fevereiro de 2017. Consultado em 11 de fevereiro de 2017
- ↑ «Panelaço é registrado durante a entrevista de Paulo Hartung». G1. Globo.com. 10 de fevereiro de 2017. Consultado em 11 de fevereiro de 2017
- ↑ «Alta cúpula do governo vai ser investigada por omissão na greve da PM | Século Diário». Alta cúpula do governo vai ser investigada por omissão na greve da PM | Século Diário. Consultado em 5 de novembro de 2018
- ↑ «O que for perseguição política será revertido, diz candidato sobre punição da PM no Espírito Santo». Folha de S.Paulo. 3 de outubro de 2018
- ↑ «Masmorras de PH podem penalizar o país». Capixabao. 4 de janeiro de 2011
- ↑ «Governo explicará em 15 dias benefícios fiscais de 10 anos». Gazeta Online. Globo.com. Consultado em 11 de fevereiro de 2017
- ↑ «Paulo Hartung é eleito governador do Estado». Gazetaonline. 5 de outubro de 2014. Consultado em 11 de fevereiro de 2017
- ↑ «Helicóptero com o governador do ES cai; Paulo Hartung não se feriu». G1
- ↑ «Majeski critica uso de helicóptero: Hartung foi pego no 'pulo do gato' | Século Diário». Majeski critica uso de helicóptero: Hartung foi pego no 'pulo do gato' | Século Diário. Consultado em 5 de novembro de 2018
- ↑ Silva, Rafael (16 de agosto de 2018). «Governo do Estado omite informações sobre uso de helicóptero por Hartung». Gazeta Online
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]
Precedido por José Ignácio Ferreira |
Governador do Espírito Santo 2003–2011 |
Sucedido por Renato Casagrande |
Precedido por Renato Casagrande |
Governador do Espírito Santo 2015–2019 |
Sucedido por Renato Casagrande |
Precedido por Vitor Buaiz |
Prefeito de Vitória 1993–1997 |
Sucedido por Luiz Paulo Vellozo Lucas |
- Nascidos em 1957
- Alunos da Universidade Federal do Espírito Santo
- Governadores do Espírito Santo
- Senadores do Brasil pelo Espírito Santo
- Deputados federais do Brasil pelo Espírito Santo
- Deputados estaduais do Espírito Santo
- Prefeitos de Vitória (Espírito Santo)
- Brasileiros de ascendência alemã
- Membros do Movimento Democrático Brasileiro (1980)
- Membros do Partido da Social Democracia Brasileira
- Membros do Partido Socialista Brasileiro do Espírito Santo
- Membros do Cidadania (partido político) do Espírito Santo
- Naturais de Guaçuí
- Maçons do Espírito Santo
- Grandes-Oficiais da Ordem do Mérito Militar
- Membros do Cidadania (partido político)