Pedro Tovar de Lemos
Pedro Tovar de Lemos | |
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Nome completo | Pedro Tovar de Lemos |
Nascimento | 4 de janeiro de 1888 Paris, França |
Morte | 16 de novembro de 1961 (73 anos) Estoril, Portugal |
Nacionalidade | Portuguesa |
Ocupação | Diplomata |
Pedro Tovar de Lemos, também conhecido como Conde de Tovar (Paris, França, 4 de Janeiro de 1888 – Estoril, Portugal, 16 de novembro de 1961)[1] foi um diplomata e investigador português.
Pedro Tovar de Lemos nasceu em Paris a 4 de janeiro de 1888, provavelmente durante uma das missões diplomáticas de seu pai, António Maria Tovar de Lemos, primeiro conde de Tovar. A sua mãe era Maria Emília Torres (1858-1929), filha de Cândido José Rodrigues, barão de Itambi.[2] Licenciou-se em Filosofia e Letras pela Universidade de Lovaina, enveredando depois pela carreira diplomática como o pai.[3]
Em 1912 foi elevado a primeiro secretário de Legação, e colocado na embaixada portuguesa em Londres a partir de Setembro desse ano, exercendo por várias vezes a função de encarregado de negócios interino. Passou à disponibilidade em finais de 1919, regressando novamente às funções diplomáticas em 1933.[3][4]
Em 1938 era vice-secretário-geral da Academia Portuguesa de História.[5] Era académico de número da mesma associação, na qual ocupava em 1951 a cadeira número cinco.[6]
A 29 de novembro de 1939 foi-lhe concedido o grau de Comendador, sendo então ministro plenipotenciário de segunda classe e presidente da Associação dos Arqueólogos.[7]
A partir de 4 de julho de 1940, por ordem de Salazar, chefiou juntamente com o diplomata Francisco de Paula Brito Júnior uma investigação sobre os vistos e passaportes assinados por Aristides de Sousa Mendes, cônsul geral em Bordéus, contra as normas do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, e o subsequente processo disciplinar. Ambos eram considerados de reputação pró-Eixo.[8]
Foi Chefe da Repartição das Questões Económicas do Ministério dos Negócios Estrangeiros em Lisboa. Entre 1941 e 1945 foi ministro plenipotenciário em Berlim. Nessa qualidade enviou a António de Oliveira Salazar um relatório sobre a "Nova Ordem" germânica, datado de 15 de Novembro de 1941, que abordava do seguinte modo a "questão judaica":[9]
Outro aspecto da política alemã que não tem contrapartida em Portugal e cai mal na opinião pública portuguesa é o procedimento do Governo Alemão para com os Judeus. Maior ainda seria se em Portugal se conhecessem os pormenores de requintada crueldade com que está sendo executada uma política já de si desumana e antipática.
Nesta questão já não posso exprimir o mesmo optimismo que manifestei nos problemas anteriores. Tenho a impressão de que a "limpeza do judaísmo" é aqui considerada como ponto fundamental da Nova Ordem, sobre o qual é essencial que se uniformize em todo o espaço europeu o procedimento dos governos. É indubitável que, mesmo na Alemanha, a perseguição dos Judeus é profundamente antipática a uma grande parte da população […]. Mas o certo é que o Führer não perde ocasião para lhe dar o seu apoio pessoal, pelo que temos de prever que, na hipótese de uma vitória alemã, venha a ser este um dos problemas para o qual seja solicitada a nossa colaboração.
Casou com Maria Luísa de Freitas de Meireles do Canto e Castro, nascida a 20 de Fevereiro de 1880, filha do também diplomata Francisco de Meneses Meireles do Canto e Castro, visconde de Meireles.
Morreu no Estoril a 16 de novembro de 1961.[1]
Deixou vários trabalhos publicados na revista "Arquivo Histórico de Portugal", com a qual colaborou em vários projectos de investigação.[1]
Referências
- ↑ a b c Lima 1964, p. 475.
- ↑ APH 1965, p. 16.
- ↑ a b Ramalho 1998, p. 126.
- ↑ «O Portal da História - Memórias: João Chagas». arqnet.pt. Consultado em 18 de fevereiro de 2016
- ↑ Braga da Cruz 1981, p. 442.
- ↑ APH 1951, p. 20.
- ↑ «Pedro Tovar de Lemos (Conde de Tovar) (Ministro Plenipotenciário de 2ª classe e Presidente da Associação dos Arqueólogos) - Presidência da República - Archeevo». Consultado em 18 de fevereiro de 2016
- ↑ Wheeler 1998, p. 125.
- ↑ Nunes 2010, p. 464.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Boletim. 15-18. [S.l.]: Academia Portuguesa da História. 1951
- Elogio do Conde de Tovar. [S.l.]: Academia Portuguesa da História. 1965. 79 páginas
- Braga da Cruz, Guilherme (1981). Obras Esparsas. Col: Estudos de História do Direito. II. [S.l.]: UC Biblioteca Geral
- Lima, A. (1964). Arquivo Histórico de Portugal. [S.l.: s.n.]
- Nunes, João Paulo Avelãs (2010). O Estado novo e o volfrâmio (1933-1947). Actividade mineira, "Grande Depressão" e Segunda Guerra Mundial. [S.l.]: Imprensa da Univ. de Coimbra. 575 páginas
- Ramalho, Miguel Nunes (1998). Sidónio Pais, diplomata e conspirador (1912-17). [S.l.]: Edições Cosmos. 190 páginas
- Wheeler, Douglas (1989). «And Who Is My Neighbor? A World War II Hero of Conscience for Portugal». Luso-Brazilian Review, University of Wisconsin Press (em inglês). 26: 119–139. Consultado em 18 de Fevereiro de 2016