Pereirões
Pereirões são bonecos gigantes que colorem o carnaval de Monteiro Lobato desfilando com marchinhas e batucadas. Lembram os famosos bonecos de Olinda, mas tem sua história própria cheia de curiosidades e carinhos típicos do interior paulista,com influência forte do artesanato local.
Em seu interior fica alguém (nunca se sabe quem) responsável por movimentar o boneco e agitar as brincadeiras carnavalescas e demais festejos da cidade.
Histórico
[editar | editar código-fonte]Bonecos gigantes que acompanhavam festejos, procissões e carnavais em vários pontos da Europa desde o século XIV[1]. Chegaram ao Brasil com os Portugueses e se tornaram populares, em diversas regiões do país.
Em Monteiro Lobato, a tradição tomou vida na década de 30, nas mãos do artista plástico Tião Munheca[2]. No carnaval, Tião saiu com seu boneco, o qual nomeou “Pereirão” em alusão ao personagem de Zé Pereira[1] e seus sacis, que encantou os foliões locais; motivando que o artista, no ano seguinte criasse a “Maria Pereira”, para formar o casal. Nos anos seguintes, ainda após a morte do artista, outros bonecos foram sendo criados, aumentando o grupo para uma dezena de figuras.
Em 2014 os pereirões foram declarados Patrimônio Imaterial de Monteiro Lobato
Carnaval de Monteiro Lobato
[editar | editar código-fonte]Os festejos de carnaval se concentram na Praça Comendador Freire, a popular Praça de Baixo. A rua no interior da praça é interditada e enfeitada com máscaras, brinquedos, fitas e serpentinas de todas as cores.De um lado é montado um palco para os músicos. É nesse ambiente que é realizada essa festa familiar com seus gigantes, sacis e foliões acompanhados de marchinhas e batucadas[3].
Personagens de destaque
[editar | editar código-fonte]Os bonecos Pereirão e Maria Pereira foram os primeiros confeccionados.Há também o de Monteiro Lobato e do Lobatinho (mascote da cidade), do Jeca Tatu, de Tião Munheca, de personagens do Sítio do Picapau Amarelo e de personalidades locais.
Construção
[editar | editar código-fonte]O corpo é construído de jacá, tipo de cesto de taquara,invertido[3], com um furo retangular à altura dos olhos do manuseador do boneco. Ao cesto, são fixadas duas travessas de madeira, à altura dos ombros, para a conexão com a cabeça do boneco. Esta é moldada em barro cozido, em duas metades, e empapelada com jornal. A estrutura é um tanto frágil tanto ao impacto quanto às intempéries. Por este motivo, Tião criou um grupo de garotos vestidos em trapos, mascarados e com cordas nas mãos como chicotes, para proteger os bonecões do assédio dos curiosos e crianças. Surgiu aí outra tradição lobatense chamada “Sacizada”. O corpo é vestido em chita e o boneco possui braços com luvas cheias de trapo, que balançam ao rodopiar do boneco, criando uma ginga característica.
Calendário
[editar | editar código-fonte]Os pereirões aparecem todos os dias do carnaval lobatense; uma vez ao meio da tarde e outra no começo da noite, ao ritmo de uma batucada. Também se apresentam em outras festividades e tem sido presença constante no evento “Revelando São Paulo”.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- ARAÚJO, Regina de Fátima de, PERERÃO: O ANFITRIÃO DO CARNAVAL LOBATENSE. Um meio de expressões artísticas no município de Monteiro Lobato, Universidade do Vale do Paraíba, 2012.
- CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. 10ª ed., Ediouro, Rio de Janeiro, s/d, pp. 431,432, 92
- BARRETO, André, Monteiro Lobato,cidade e escritor,Jac, São José dos Campos,2012
- MEYER, Marlyse. Caminhos do Imaginário no Brasil, Capítulo 9, “O carnaval nos folguedos populares brasileiros” 1993, pp. 176,178, 179,181, 220
- CASTRO, Maria Laura Viveiro de, FONSECA, Maria Cecília Londres, 2008, Patrimônio Imaterial no Brasil. pp. 24.
- IPHAN- Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Programa Nacional do Patrimônio Imaterial, 2000.p.4.
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Portal da prefeitura de Monteiro Lobato
- Site da TV Brasil
- Apresentação Prezi sobre oficina de Pereirões
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. Rio de Janeiro: Ediouro
- ↑ BARRETO,André (2012). Monteiro Lobato, cidade e escritor. São José dos Campos: Jac Texto "pg 106 " ignorado (ajuda)
- ↑ a b ARAÚJO, Regina de Fátima de (2012). PERERÃO: O ANFITRIÃO DO CARNAVAL LOBATENSE. Um meio de expressões artísticas no município de Monteiro Lobato (Tese). São josé dos Campos: Universidade do Vale do Paraíba