Perseguição religiosa no mundo muçulmano
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O sectarismo religioso no mundo islâmico é uma questão enfrentada pelas diversas religiões da região que é o berço do monoteísmo e persiste até os dias de hoje. Ela se intensificou como um precedente do inverno árabe da Guerra do Iraque a Guerra do Golfo.[1][2] Eventos relacionados mataram desde 2001 mais de 4 milhões de pessoas no Iraque, Afeganistão e Paquistão.[3] Esse conceito é muito criticado pelo fato da elite política de países como Síria não se preocuparem com a origem social dos receptores de programas sociais e que dava autonomia para que a sociedade civil se auto-regulasse, inclusive as igrejas da região.[4][5]
Perseguição por país
[editar | editar código-fonte]Birmânia
[editar | editar código-fonte]Os ruaingas desde a ascensão do fundamentalismo budista nos anos 10 do século XXI tem sido perseguidos pela sua fé em Allah.[6]
Iraque
[editar | editar código-fonte]Na cidade de Tal Afar, em março de 2007, houve o maior massacre contra xiitas no Iraque, matando 152 pessoas.[7] O EI também foi responsável por outro massacre no Iraque em 2014 quando matou 5000 yazidis em Sinjar.[8]
Síria
[editar | editar código-fonte]Os drusos foram perseguidos desde a década de 50 pelo governo de Adib Shishakli.[9] Atualmente, os ateus na Síria são perseguidos por paramilitares rebeldes da oposição síria durante o período do Inverno árabe.[10] A primavera árabe teve um forte impacto sob a oposição a ponto do lema dela ser: "Alauítas para o túmulo e os cristãos para Beirute".[11] Durante o conflito na atualidade, se teve o massacre de Sadad, o segundo maior massacre da história do Oriente Médio contra os cristãos e o maior massacre contra esta religião da história da Síria.[12] Os alauítas por terem se associado ao Estado sírio, também sofreram massacres.[13] Houve também em 2015 a extinção de 2 cidades cristãs no Levante pelo Al-jayš as-suri al-ħurr, o que levou ao deslocamento forçado de 80 mil pessoas[14] Sedqi al-Maqet, membro da minoria drusa da Síria, denunciou que a Shabak estava armando rebeldes fundamentalistas para cometerem massacres.[15] Segundo Aron Lund que escreve para a Fundação Carnegie para Desenvolvimento Internacional da Paz, não existe grupo rebelde secular ou que respeite os direitos humanos naquele país.[16] Os grupos de oposição também tem perseguido e assassinado jornalistas de outras religiões[17] e lideranças cristãs tem declarado apoio militar ao governo.[18] O EI também tem destruído o patrimônio histórico em Palmira para combater a idolatria, embora sejam ídolos de religiões extintas.[19][20] Os curdos do YPG também tem travado conflito contra cristãos[21]
Líbano
[editar | editar código-fonte]Massacres contra cristãos foram perpetrados no país ao longo das décadas de 70 e 80.[22][23][24][25] Apesar disso, os maiores massacres foram de cristãos contra muçulmanos.[26] Atualmente, devido ao envolvimento persa na política libanesa, existe uma hostilidade violente com relação aos xiitas desde a entrada do Hezbollah no conflito sírio.[27]
Jordânia
[editar | editar código-fonte]Ateus tem restrições na sua liberdade de expressão pelas leis antiblasfêmia.[28] O projeto do Estado Islâmico surgiu nesse país antes da guerra do Iraque, no ano 2000[29] e o governo jordaniano inclusive está treinando militantes do EI desde 2012.[30]
Israel
[editar | editar código-fonte]No país, devido a forte presença no imaginário da sociedade israelense a discriminação contra semitas, existe uma crescente violência contra os cristãos por serem de maioria palestina e árabe.[31]
Turquia
[editar | editar código-fonte]Massacres de alevis eram tradicionais desde o surgimento do Império Otomano,[32] mas se intensificaram desde 1978 quando um grupo paramilitar chamado de Lobos Cinzentos matou 1200 alevitas em Maraş na Turquia.[33][34][35]
Líbia e Egito
[editar | editar código-fonte]O governo de Muammar al-Gaddafi fez questão de proteger os cristãos para que em troca se evitasse o envolvimento excessivo deles na política.[36] e lideranças cristãs do país chegaram a afirmar que "Sob Gadhafi, fomos protegidos".[37] Depois dos rebeldes derrubarem Muammar para implantarem a sharia,[38] o Estado Islâmico decapitou 21 cristãos coptas naturais do Egito, levando a entrada do governo egípcio no conflito.[39]
Afeganistão
[editar | editar código-fonte]O Afeganistão desde os anos 80 tem enfrentado uma guerra sectária entre a maioria sunita comandada pelo talibã e a minoria xiita hazara. Os maiores massacres do país foram em Mazar-i-Sharif em 1997, matando 3000 pessoas[40][41] e Yakawlang em 2001, quando matou 170 pessoas.[42]
Paquistão
[editar | editar código-fonte]O Paquistão também compartilha massacres dessa natureza desde os anos 80, sendo que os principais foram em Quetta em janeiro de 2013, matando 115 pessoas e em fevereiro do mesmo ano e na mesma cidade, matando 110.[43][44][45]
Arábia Saudita
[editar | editar código-fonte]Desde que a Arábia Saudita iniciou uma campanha militar contra os xiitas do Iêmen, o Estado Islâmico tem ganho espaço em 2015 e perpetrado massacres em mesquitas, sendo que o maior deles foi em Saná, matando 150 pessoas.[46]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Arab Regionalism: A Post-Structural Perspective
- ↑ The Arab Spring Started in Iraq
- ↑ 4 Million Muslims Killed In Western Wars: Should We Call It Genocide?
- ↑ Asma al-Assad: A Rose in the Desert
- ↑ Signals of Change from Syria
- ↑ ONU denuncia ‘limpeza étnica’ contra rohingyas em Myanmar
- ↑ Al-Jazeera, Iraqi justice minister resigns
- ↑ Hopkins, Steve (14 de outubro de 2014). «Full horror of the Yazidis who didn't escape Mount Sinjar: UN confirms 5,000 men were executed and 7,000 women are now kept as sex slaves». The Daily Mail. Consultado em 13 de março de 2015
- ↑ Landis, John (1998). «Shishakli and the Druzes: Integration and Intransigence». In: Phillip, Thomas; Schäbler, Birgit. The Syrian Land: Processes of Integration and Fragmentation. [S.l.]: Franz Steiner Verlag. pp. 369–396. ISBN 9783515073097
- ↑ Liam Hill (21 de janeiro de 2014). «The International Briefing: Persecution of Atheists and Apostates». Beaver Online (em inglês). Beaver Online. Consultado em 18 de outubro de 2014. Arquivado do original em 28 de abril de 2015
- ↑ Poisons of sectarianism have seeped into Syrian character
- ↑ «Syriac Orthodox Archbishop Alnemeh: "In Sadad, the largest massacre of Christians in Syria"». Associated Press (em inglês). Agência Fides. 21 de janeiro de 2014. Consultado em 18 de outubro de 2014
- ↑ «"You Can Still See Their Blood"» (PDF). HRW (em inglês). HRW. 21 de janeiro de 2014. Consultado em 18 de outubro de 2014
- ↑ «Syria's Crumbling Pluralism» The New York Times, Kapil Komireddi, 3 de agosto de 2012
- ↑ Israel moves to cover-up its alliance with al-Qaeda in Syria
- ↑ U.S. Pins Hope on Syrian Rebels With Loyalties All Over the Map
- ↑ Syria unrest: French journalist Gilles Jacquier killed
- ↑ Bishop: Syrian Christians called to "take up arms"
- ↑ Imbert, Louis; Evin, Florence (23 de Agosto de 2015). «A Palmyre, le temple de Baalshamin détruit à l'explosif par les djihadistes» (em francês). Le Monde. www.lemonde.fr. Consultado em 2 de setembro de 2015
- ↑ Barnard, Anne; Saadaug, Hwaida (31 de agosto de 2015). «Palmyra Temple Was Destroyed by ISIS, U.N. Confirms» (em inglês). www.nytimes.com. Consultado em 2 de setembro de 2015
- ↑ Assyrian Christians Battle Kurds in Syria
- ↑ Israel undercover: secret warfare and hidden diplomacy in the Middle East By Steve Posner, ISBN 0-8156-0220-0, ISBN 978-0-8156-0220-0, p. 2
- ↑ J. Becker: The PLO: The Rise and Fall of the Palestine Liberation Organization, Weidenfeld and Nicolson, 1984, p. 124 [1] qtd in [2] [3]
- ↑ «Articles > PLO Policy towards the Christian Community during the Civil War in Lebanon». ICT. Consultado em 5 de julho de 2012
- ↑ The PLO: The Rise and Fall of the Palestine Liberation Organization, Weidenfeld and Nicolson, 1984, p. 124 [4] qtd in [5] [6]
- ↑ Malone, Linda A. (1985). «The Kahan Report, Ariel Sharon and the SabraShatilla Massacres in Lebanon: Responsibility Under International Law for Massacres of Civilian Populations». Utah Law Review: 373–433. Consultado em 1 de janeiro de 2013
- ↑ «Beirut bomb blasts kill 23: Iranian Embassy is the target in a widening war between Shia and Sunni» The Independent Retrieved 20 November 2013
- ↑ ROBERT EVANS (9 de dezembro de 2012). «Atheists around world suffer persecution, discrimination: report». Reuters (em inglês). Reuters. Consultado em 18 de outubro de 2014
- ↑ «ABU MUSAB AL-ZARQAWI: A BIOGRAPHICAL SKETCH». Consultado em 30 de setembro de 2007. Arquivado do original em 30 de setembro de 2007
- ↑ BLOWBACK! U.S. TRAINED ISLAMISTS WHO JOINED ISIS
- ↑ ROBERT ROSS (5 de setembro de 2013). «Palestinian Christians under attack». Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos (em inglês). Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos. Consultado em 18 de outubro de 2014
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- ↑ Rabasa, Angel; Larrabee, F. Stephen (2008). The Rise of Political Islam in Turkey. Santa Monica: RAND Corporation. ISBN 9780833044570.
In the 1978 Kahramanmaraş incident, rightwing “Grey Wolves” killed about 100 left-wing Alevi activists.
- ↑ Orhan Kemal Cengiz (25 de dezembro de 2012). «Why was the commemoration for the Maraş massacre banned?». Today's Zaman.
This was the beginning of the massacre; later on, angry mobs lead by grey wolves scattered into the city, killing and raping hundreds of Alevis.
- ↑ Rabasa, Angel; Larrabee, F. Stephen (2008). «The Rise of Political Islam in Turkey» (PDF). Defense Technical Information Center. p. 21.
In the 1978 Kahramanmaraş incident, right-wing "Grey Wolves" killed about 100 left-wing Alevi activists.
- ↑ «Are Christians facing extinction on the Arab street?»Massimo Franco, The Guardian, 1 de novembro de 2011
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- ↑ «Afghan powerbrokers: Who's who». BBC News. 19 de novembro de 2001. Consultado em 1 de abril de 2011
- ↑ «Sunni extremist group claims Quetta bombing - Central & South Asia». Al Jazeera English. 4 de outubro de 2011. Consultado em 11 de janeiro de 2013
- ↑ Death toll of twin blasts in Quetta, Pakistan rises to 82
- ↑ «Quetta blasts: Death toll reaches 84». Ary News. 17 de fevereiro de 2013. Consultado em 17 de fevereiro de 2013
- ↑ At least 142 killed in 'Isil' bombings of Yemen Shia mosques