Pimenta-da-guiné
- Não deve ser confundida com a variedade de Capsicum frutescens, pimenta-malagueta.
Pimenta-da-guiné | |||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Aframomum melegueta K. Schum. |
Aframomum melegueta é uma espécie de planta da família do gengibre, Zingiberaceae. A especiaria conhecida como grão-do-paraíso, malagueta (não confundir com a pimenta malagueta) ou pimenta-da-guiné, de sabor pungente e apimentado, é obtida a partir das suas sementes moídas. É nativa da África Ocidental.
Características
[editar | editar código-fonte]A. melegueta é uma planta herbácea perene nativa de habitats pantanosos ao longo da costa da África Ocidental. As suas flores púrpuras em forma de trompete desenvolvem-se em frutos com 5 a 7 cm de comprimento, contendo numerosas pequenas sementes castanho-avermelhadas.
O sabor pungente e apimentado das sementes é devido a cetonas aromáticas, como (6)-paradol. Os óleos essenciais, componentes dominantes no aroma e sabor do seu parente próximo, o cardamomo, ocorrem apenas de modo vestigial.
História e usos
[editar | editar código-fonte]A pimenta-da-guiné é usada de modo corrente nas culinárias da África Ocidental e da África do Norte,.
Em 1469, Afonso V, Rei de Portugal concedeu o monopólio do comércio do Golfo da Guiné ao mercador lisboeta Fernão Gomes,[1] incluindo o exclusivo do comércio da pimenta-da-guiné, então chamada "malagueta" - que lhe foi concedido por 100 000 reais anuais- em troca de explorar 100 léguas da costa da África por ano durante cinco anos.[2] A pimenta-da-guiné era então muito popular como substituto da valiosa pimenta-preta asiática.[3]
Quando Cristóvão Colombo chegou ao Novo Mundo em 1492 e trouxe os primeiros exemplares de Capsicum frutescens, o picante da capsaicina deve ter despertado o interesse dos portugueses que há décadas buscavam a rara pimenta da Ásia. O nome malagueta foi então adoptado para esta nova "pimenta".[3]
O Ménagier de Paris recomenda a pimenta-da-guiné para melhorar o vinho que "cheira a velho". Passado algum tempo, a especiaria perdeu interesse, e o seu uso ficou limitado à aromatização de cerveja e salsichas. No século XVIII a sua importação para a Grã-Bretanha colapsou devido a uma lei parlamentar de Jorge III ter proibido o seu uso no licor de malte, aqua vita e tónicos.[4] Apesar das suas qualidades, hoje em dia é quase desconhecida fora da África Ocidental[5] e do Norte, excepto pelo seu uso em algumas cervejas e gins.
Notas
[editar | editar código-fonte]- ↑ «O Contrato de Fernão Gomes». Consultado em 24 de dezembro de 2006. Arquivado do original em 3 de dezembro de 2013
- ↑ Thorn, Rob. «Discoveries After Prince Henry». Consultado em 24 de dezembro de 2006
- ↑ a b Daniel F. Austin, "Florida ethnobotany", p. 170, CRC Press, 2004, ISBN 0-8493-2332-0
- ↑ Peter Kup, A history of Sierra Leone, 1400-1787 (Cambridge University)
- ↑ E. A. Weiss, "Spice crops", p.187 CABI, 2002, ISBN 0-85199-605-1
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Dybas, Cheryl Lyn, Ilya Raskin, photographer, "Out of Africa: A Tale of Gorillas, Heart Disease... and a Swamp Plant" BioScience, 57 (May 2007) pp. 392–397.
- Weiss, E. A., "Spice crops", p. 187 CABI, 2002, ISBN 0-85199-605-1
- Austin, Daniel F. , "Florida ethnobotany", p. 170, CRC Press, 2004, ISBN 0-8493-2332-0