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Platitude

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Platitude é uma declaração trivial, sem sentido ou prosaica, frequentemente usada como um clichê que termina o pensamento, com o objetivo de suprimir o desconforto social, emocional ou cognitivo.[1] A declaração pode ser verdadeira, mas seu impacto se perde devido ao uso excessivo.[2]

As platitudes têm sido criticadas por transmitirem uma falsa impressão de sabedoria, facilitando a aceitação de inverdades:

Uma platitude é ainda mais repreensível do que um clichê. Trata-se de uma expressão banal e convencional, caracterizada por uma atitude moralista e imperativa. [...] Platitudes ostentam uma qualidade aforística, apresentando-se como lições morais intemporais. Assim, influenciam nossa perspectiva do mundo e podem nos levar a aceitar conceitos que, na realidade, são falsos e desprovidos de sentido.[1]

As platitudes frequentemente assumem a forma de tautologias, por exemplo, "é o que é", fazendo com que pareçam verdadeiras de forma vazia. No entanto, a expressão é usada para significar "não há como mudar isso", o que já não é uma tautologia: "Estruturar o sentimento como uma tautologia permite que ele pareça inescapável." Ao mesmo tempo, algumas frases que se tornaram platitudes podem fornecer orientação moral útil, como "faça aos outros o que gostaria que fizessem a você". Outras, embora amplamente banalizadas, podem ser provocativas, como "Seja a mudança que deseja ver no mundo".[1]

Etimologia[editar | editar código-fonte]

A palavra "platitude" tem sua origem no francês "platitude", que por sua vez deriva do adjetivo "plat" (que significa "plano", "superficial" ou "banal"). Nesse contexto, "platitude" remete à ideia de "planura". Seu uso figurado foi primeiramente registrado na língua francesa em 1694, com a conotação de "a qualidade da banalidade", e posteriormente, em 1740, com o sentido de "uma observação comum". É atestado pela primeira vez em inglês em 1762.[3]

Exemplos[editar | editar código-fonte]

  • Pensamentos e orações
  • Não importa quem marca, contanto que a equipe vença.[2]
  • Sacrifique hoje por um amanhã melhor.[2]
  • Ninguém é perfeito.[4]
  • Coisas boas vêm para aqueles que esperam.[4]
  • A vida é um mistério.[4]
  • Isso é apenas a minha opinião pessoal.[4]
  • Queria eu saber naquela época o que sei agora.[4]
  • Às vezes coisas ruins levam a coisas boas.[4]
  • O que não te mata te fortalece.[4]
  • Todos nós morremos um dia.[4]
  • Todas as pessoas mudam.[4]
  • Realmente é assim que acontece às vezes.[4]
  • Leve o bom junto com o ruim.[4]
  • Nem tudo é sempre o que parece.[4]
  • Tudo acontece por uma razão.[4]
  • O que tiver de ser, será.[4]

Na filosofia[editar | editar código-fonte]

Na filosofia, as platitudes são crenças ou afirmações sobre um tópico que são geralmente aceitas como senso comum. Em algumas abordagens de análise conceitual, elas são tomadas como ponto de partida. A conjunção das platitudes sobre um tópico pode resultar em uma sentença de Ramsey. Analisar platitudes faz parte do Plano de Canberra da metodologia filosófica.[5]

Referências

  1. a b c Nathan J. Robinson (23 de agosto de 2017). «The Uses of Platitudes». Current Affairs 
  2. a b c "Platitude", Cambridge Dictionary
  3. Oxford English Dictionary 🔗. s.v. 3ª edição ed. [S.l.: s.n.] 
  4. a b c d e f g h i j k l m n «Platitude». Literary Terms 
  5. Daniel Nolan (2009). «Platitudes and metaphysics». Conceptual Analysis and Philosophical Naturalism (PDF). [S.l.]: MIT Press 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Jay J. Smith, A Plethora of Platitudes: A collection of cliches and an assortment of adages, Writers Club Press (self-published), 2000. ISBN 1462089666
  • James A. Chapman, Handbook of Grammar and Composition. Pensacola, FL: Beka Book Publications, 1985.