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Playcenter

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Grupo Playcenter
Atividade Parques de diversão
Fundação 1973 (51 anos)
Fundador(es) Marcelo Gutglas
Proprietário(s) Cacau Show
Empregados 500 (2023)[1][2][3]
Faturamento R$ 100 milhões (2023)[1][2][3]
Website oficial «Sítio oficial» 

Grupo Playcenter é uma empresa brasileira especializada em parques de diversão.

Em 27 de julho de 1973, a empresa abriu o primeiro grande parque de São Paulo, fundado com base nos parques das grandes cidades dos Estados Unidos e da Europa. Localizava-se em uma área de 85 mil e recebia em torno de 1,6 milhão de pessoas anualmente. O parque teve as atividades encerradas em 29 de julho de 2012.[4][5][6][7]

Com a construção do Hopi Hari (encomendada pelos próprios donos do Playcenter),[8][9] o parque teve alguns de seus recordes batidos das atrações: Turbo Drop, Boomerang, Evolution, Waimea, Looping Star entre outros.

Waymea, uma das atrações do parque

Playcenter era o nome de um tobogã inaugurado em 1971 na cidade de São Paulo pelo empresário Ricardo Amaral. O brinquedo foi construído na Rua Jundiaí, em frente ao Ginásio do Ibirapuera. É considerado o embrião do parque erguido na Marginal Tietê. Posteriormente, o empresário boliviano Marcelo Gutglas, que dividia o local com uma montanha russa metálica (a primeira no Brasil) importada da Itália chamada Ciclone,[10] comprou o tobogã e a marca Playcenter de Amaral e alugou um terreno na região da Barra Funda, em frente à Marginal.[11][8][12]

As portas do Playcenter, um dos primeiros parques de diversões do Brasil, foram abertas em São Paulo, em 27 de julho de 1973. Nesse primeiro ano, o parque ocupava 32 mil m² de área, tinha 150 funcionários e 15 atrações, entre brinquedos giratórios, teleférico, splash e a Super Jet, a primeira montanha-russa de aço do país.[13] O empreendimento pioneiro logo se tornou cartão postal da cidade. Além dos brinquedos, fizeram sucesso também apresentações como o Orca Show, uma apresentação de acrobacias de golfinhos e baleias em um tanque (1985 a 1986). As Nandu (macho) e Samoa (fêmea) ficaram conhecidas por serem as primeiras orcas utilizadas em shows no Brasil. Elas foram capturadas na Islândia e possivelmente eram irmãs. No parque também havia o Show dos Ursos, em que "ursos" animatrônicos cantavam e dançavam. Em 1988, foi realizada a primeira edição das Noites do Terror, que se transformaria no evento mais rentável do parque a partir da década de 1990.[14]

O parque foi criado por Marcelo Gutglas, inspirado nos grandes parques de diversões da Europa e dos Estados Unidos da década de 70. Com o passar dos anos, foram incorporadas à lista de atrações montanhas russas mais modernas.[8]

Em 1997, a GP Investments, que detinha 50% das ações do empreendimento, assumiu o controle da empresa. Apesar da aposta, o setor de parques de diversões como um todo decepcionou investidores nos anos seguintes, principalmente por conta da forte desvalorização do Real em 1999, e o Playcenter estava no meio da crise. Em dezembro de 2001, o parque tinha uma dívida de 145,3 milhões de reais.[8]

Em 1999, o Playcenter planejou a construção de uma área com computadores baseada em uma atração do Magic Kingdom. A área daria acesso a um "parque online" construido pela UOL.[15]

A controladora decidiu, em 2002, vender o empreendimento, e Gutglas, que estava afastado desde 1997, retomou a direção com o objetivo de revitalizar o parque, que não recebia investimentos desde 1998. Sua estratégia envolveu contenção de gastos, ampliação de eventos e mudança de foco do público dos adolescentes para a família, além da compra de novos brinquedos.[8] Entre os cortes de custos, estava uma parte do terreno que em 2004 foi devolvido ao antigo dono para saldar dívidas com aluguéis. Com isso, o Playcenter, que em seu auge chegou a ter uma área de 120.000 m², passou a ter 85.000 m².[14][16]

A primeira expansão do grupo veio em 1981 com a criação da Playland. Inaugurada inicialmente no Barra Shopping, no Rio de Janeiro, este modelo de parque como uma área de lazer dentro de shoppings rapidamente se popularizou e espalhou pelo Brasil, com grande atrativo de público pelo mix de atrações disponíveis (videogames, simuladores, pequenas atrações mecânicas, etc).[17]

Inaugurado em 1994, o Playcenter Pernambuco marcou a expansão da marca pelo território nacional, sendo a primeira unidade fixa fora do estado de São Paulo. Construído em um terreno de 60 mil metros quadrados entre Recife e Olinda, no estado do Pernambuco, o parque contou com mais de 20 atrações de grande porte e recebia cerca de 450 mil pessoas por ano. O parque foi vendido em 2002 a um grupo italiano para quitação de uma dívida, foi renomeado como Mirabilandia e se mantém como o único parque de diversões fixo no nordeste brasileiro.[18]

Em 1996, o grupo anunciou a construção de um novo parque com área total de 760 mil metros quadrados na região de Serra Azul entre as cidades de Vinhedo e Itupeva. O empreendimento, chamado inicialmente de Playcenter Great Adventure, traria um novo conceito ao país, com áreas temáticas e um misto de atrações radicais e familiares.[19] A expectativa de abertura do novo parque era para 1998, mas por conta de embargos na construção, o atraso contribuiu para a dívida que o Grupo Playcenter contraiu e posteriormente a crise financeira que o país enfrentou com a desvalorização do Real, o projeto foi finalizado em 1999 pela GP Investments com o retrabalho da temática do parque que resultou na criação do Hopi Hari.[19]

Encerramento da operação

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Playcenter
Localização São Paulo, SP
Brasil
Slogan Sempre Jovem, Sempre Playcenter
Proprietário Marcelo Gutglas
Inauguração 27 de julho de 1973
Fechado em 29 de julho de 2012
Funcionamento Desativado
Área 85.000 m² (120.000 m² originalmente)
Atrações 44
Website www.playcenter.com.br

O Grupo Playcenter anunciou em março de 2012 que o parque encerraria suas atividades no dia 29 de julho do mesmo ano.[20][21][22] Em julho de 2013, após uma reforma e adoção de modelo inédito no Brasil, baseado em parques como a Legoland e o Nickelodeon Universe, o grupo inauguraria um novo empreendimento, afirmando que o novo parque seria voltado ao público infantil, com atrações temáticas, educacionais e interatividade. A quantidade de frequentadores seria limitada de 12 mil para 4,5 mil pessoas por dia. Segundo o grupo, uma pesquisa[8] feita em São Paulo apontou uma carência de espaços onde os pais possam brincar com seus filhos, que originou o novo conceito para o parque.[23][24] Porém, a reforma prometida não aconteceu.[25] Hoje, boa parte do terreno na Marginal Tietê onde abrigou o Playcenter está ocupado por empresas, estacionamentos, prédios comerciais e um prédio residencial.[10][26][27] Segundo Marcelo Gutglas, o grupo chegou a negociar com a prefeitura de Olímpia (interior de São Paulo) em 2015 para a construção do novo parque, mas não houve avanços.[28]

Venda do parque

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Em 20 de fevereiro de 2024, a Cacau Show anunciou a aquisição do grupo, sem divulgar o valor da operação, que ainda depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).[29][3][1][9]Recentemente, a Cacau Show operou um parque de diversões temático em Barueri (SP),[30] inaugurou uma montanha-russa dentro da fábrica de Itapevi (SP)[29][31][9]e já havia demonstrado interesse em entrar no mercado de parques de diversão, inclusive tentando adquirir a rede Beto Carrero World e Hopi Hari,[1][9]além da suposta construção de um parque na Rodovia Castello Branco em Itu, no interior de São Paulo,[32] por cerca de 2 bilhões de reais[29] e a especulação da construção de um parque no terreno da antiga fábrica da Chocolates Pan.[29]

De acordo com o fundador da Cacau Show, Alê Costa, o empreendimento deve ficar a uma distância de até uma hora da capital paulista.[2] Os parques Playland e Playcenter Family também devem ganhar elementos que remetam à marca de chocolates, além da parte gastronômica, com comidas e bebidas da empresa.[1][2][9]

Playcenter Family

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Playcenter Family
Localização São Paulo, SP
 Brasil
Endereço Shopping Leste Aricanduva - Avenida Aricanduva, 5.555, Vila Matilde, São Paulo, SP
Slogan Um parque onde a família se diverte junto!
Proprietário Grupo Playcenter
Inauguração 04 de janeiro de 2018
Funcionamento Operacional
Área 5.000 m²
Atrações 10 no total
1 montanhas-russas
Website www.playcenterfamily.com/

O novo parque voltado ao público infantil foi criado em um espaço bem menor (5000 m²) que o terreno do antigo Playcenter, transformando a Playland, localizada no Shopping Aricanduva em São Paulo, no parque Playcenter Family, inaugurado em 04 de janeiro de 2018.[33][34][35] O empreendimento conta com dez atrações mecânicas, mais de 100 videogames e simuladores além de quatro salões e um teatro com capacidade para 150 pessoas.[36] Com o grande sucesso do novo formato, há forte expectativa da expansão do modelo.[37]

Em 24 de abril de 2024, o Grupo Playcenter anunciou a construção da segunda unidade do Playcenter Family, no Grand Plaza Shopping em Santo André.[38]

Atrações do novo parque

  • Arcades
  • Auto Pista (Bate-bate)
  • Carrossel
  • Clip'n Cilmb (Parede de escalada)
  • Barca Pirata
  • Disk'o (Mega Disk'O de fabricação da Zamperla)
  • Dragon (Mini montanha russa)
  • Kid Play (playground com tobogãs e piscina de bolinhas)
  • Lolly (Atração no estilo chapéu mexicano)
  • Samba Ballon
  • Sky Tower (Mini torre de queda acelerada)

Referências

  1. a b c d e «Cacau Show anuncia compra do Playcenter para abrir parque temático em SP». PEGN. 20 de fevereiro de 2024. Consultado em 21 de fevereiro de 2024 
  2. a b c d «Com compra do Playcenter, Cacau Show renova sonho de construir grande parque temático em SP». InfoMoney. 20 de fevereiro de 2024. Consultado em 21 de fevereiro de 2024 
  3. a b c «Cacau Show compra Playcenter, em mais um passo da estratégia de associar experiências à marca de chocolates». O Globo. 20 de fevereiro de 2024. Consultado em 21 de fevereiro de 2024 
  4. «Nostalgia e adrenalina marcam ultimo dia do playcenter». UOL. 29 de julho de 2012 
  5. «Ultimo dia do Playcenter tem filas e movimento acima da media». G1. 29 de julho de 2012 
  6. «Playcenter fecha neste domingo após 39 anos e 60 milhões de visitas». Estadão. 28 de julho de 2012 
  7. «Choro e filas marcam ultimo dia de funcionamento do Playcenter». Folha de S. Paulo 
  8. a b c d e f Maradei, Anelisa (2013). O Caso Playcenter (PDF). São Bernardo do Campo, SP: Universidade Metodista de São Paulo. pp. 23, 25, 26, 27, 28, 34, 205 
  9. a b c d e «Cacau Show compra Grupo Playcenter e tem planos de abrir novo parque temático em SP». g1. 21 de fevereiro de 2024 
  10. a b «Playcenter marcou gerações por 39 anos, deu lugar a conjunto de prédios e pode reabrir no interior». G1. 25 de junho de 2017 
  11. Negrão, Priscilla (2021). «O parque de diversões que fez história». Blog do Grupo Playcenter 
  12. AMARAL, Ricardo (2010). Ricardo Amaral apresenta: Vaudeville - Memórias. São Paulo: Leya. p. 193. ISBN 9788580440232 
  13. «Um parque de diversões inéditas, na Marginal do Tietê». Jornal da Tarde (São Paulo). 29 de julho de 1973 
  14. a b «História do Playcenter» 
  15. Thiago Stivaletti (3 de maio de 1999). «Diversão via Internet: Playcenter aposta em "parque virtual"». Folha de S.Paulo. Consultado em 9 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 9 de setembro de 2024 
  16. «Crise faz Playcenter atrasar aluguel e devolver terreno para evitar despejo». Folha de S. Paulo. 3 de março de 2004 
  17. Defacio, Filipe (4 de julho de 2021). «Playland: saiba como essa onda de parques de diversão começou». Blog do Grupo Playcenter. Consultado em 2 de janeiro de 2023 
  18. «Folha Online - Dinheiro - Grupo italiano batiza Playcenter do Nordeste de "Mirabilândia" - 21/03/2002». folha.uol.com.br. Consultado em 2 de janeiro de 2023 
  19. a b «Folha de S.Paulo - Diversão via Internet: Playcenter aposta em "parque virtual" - 03/05/99». folha.uol.com.br. Consultado em 2 de janeiro de 2023 
  20. «Playcenter anuncia fim, e mercado já disputa terreno». O Estado de S. Paulo. Consultado em 23 de agosto de 2019 
  21. «Último domingo no Parque». Folha de S. Paulo. 30 de julho de 2012. Consultado em 23 de agosto de 2019 
  22. «O fim da montanha russa do Playcenter». IstoÉ Dinheiro 
  23. «Playcenter irá encerrar atividades em julho em SP». G1. 19 de março de 2012 
  24. «SP: parque Playcenter fechará as portas em julho». Terra Networks. 19 de março de 2012  [ligação inativa]
  25. «História do Playcenter». School and College Listings. 11 de abril de 2013 
  26. «Playcenter irá reabrir em terreno do Shopping Aricanduva». Diário do Comércio 
  27. «Parte do terreno do antigo Playcenter abrigará o "Brasília Square Offices"». InfraFM 
  28. Pagotto, Fabio (9 de setembro de 2017). «Playcenter "renasce" menor em shopping da zona leste de São Paulo». Folha de S. Paulo: B1 
  29. a b c d «A Disney do Brasil? Cacau Show compra Playcenter e mira em parques de diversões». Exame. 20 de fevereiro de 2024. Consultado em 20 de fevereiro de 2024 
  30. «O Parque Mágico da Cacau Show chega a São Paulo; saiba tudo». Catraca Livre. 2 de novembro de 2023. Consultado em 21 de fevereiro de 2024 
  31. «Cacau Show investe R$ 3 milhões para instalar espaço com montanha-russa em fábrica». PEGN. 25 de outubro de 2023. Consultado em 21 de fevereiro de 2024 
  32. «Cacau Show compra Playcenter, mas não confirma parque em Itu». Jornal de Itu. 20 de fevereiro de 2024. Consultado em 21 de fevereiro de 2024 
  33. Pagotto, Fabio (9 de setembro de 2017). «Playcenter renasce menor em shopping da zona leste». Agora São Paulo 
  34. «Só sobrou o nome». Diário do Grande ABC. 8 de fevereiro de 2018 
  35. «Playcenter inaugura seu parque de diversões indoor em São Paulo». Diário do Turismo. 20 de janeiro de 2018 
  36. «Novo Playcenter é inaugurado na zona leste de São Paulo». Exame. 5 de janeiro de 2018. Consultado em 2 de janeiro de 2023 
  37. «Playcenter Family é novo parque de diversão indoor para pais e filhos em São Paulo». Adibra. Consultado em 2 de janeiro de 2023 
  38. «Playcenter anuncia novo parque em Santo André». www.diariodolitoral.com.br. 24 de abril de 2024. Consultado em 24 de abril de 2024 

Ligações externas

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