Ponta Porã é um município brasileiro do estado do Mato Grosso do Sul, Região Centro-Oeste do país. Constitui uma área conurbada internacional com a cidade Pedro Juan Caballero, capital do departamento de Amambay, no Paraguai. O símbolo da cidade é uma cuia de chimarrão e outra de tereré, que representa duas culturas que se tornam apenas uma. Ponta Porã está distante 1 346 km de Brasília, a capital federal, e 324 km de Campo Grande, capital do estado, e ligada por meio de rodovias federais que dão acesso a outros estados e também ao Paraguai. A cidade que foi capital do extinto Território Federal do mesmo nome (1943-1946) está situada ao sudoeste do Estado e possui clima temperado com temperatura de 20°. A cidade possui uma boa rede hoteleira, tanto do lado brasileiro como do paraguaio. A economia do município está voltada para a agricultura e pecuária. A lavoura é uma das pujantes do território nacional produzindo, principalmente, soja, trigo e milho.
A origem de Ponta Porã começa com a formação de um povoado denominado inicialmente Punta Porá, que surgiu dentre os campos de Erva-mate. Antes da Guerra do Paraguai, Ponta Porá era apenas uma região deserta no interior do Paraguai habitada somente por algumas tribos de índios, como os Nhandevas e os Caiuás, descendentes do povo Guarani, que viviam em harmonia com a natureza, caçavam, coletavam frutos e pescavam, além do cultivo de pequenas roças. A região era também local de parada de carreteiros que faziam o transporte de erva-mate. Em 1777 uma expedição militar chegou a esta região, tendo como objetivo, explorar o solo. Em 1872, após o fim da Guerra do Paraguai, houve a fixação da região fronteiriça do Brasil com o Paraguai, no qual também constavam os respectivos limites com o Brasil, e que segundo Hélio Vianna, respeitava os convênios da época colonial e reivindicava ao Brasil somente as terras já ocupadas ou exploradas por portugueses e brasileiros. Em 1892 chegou ali a Guarnição da Colônia Militar de Dourados para proteger a região. Nesse mesmo ano Ponta Porã começa a tomar seus primeiros impulsos de progresso econômico, com a chegada até ali de muitos migrantes gaúchos, que vieram com a finalidade de praticar a agropecuária eles queriam cultivar a terra e criar gados . Em 1897 é criado o primeiro destacamento Policial em Ponta Porã e nomeado como Comandante o Senhor Nazareth. Em 1900 Ponta Porã torna-se Distrito de Bela Vista. Em 18 de julho de 1912 foi criado o Município de Ponta Porã, deixando de ser distrito de Bela Vista. No ano seguinte foi instalado o município e toma posse seu primeiro Prefeito, Ponciano de Matos Pereira.
A primeira escola de Ponta Porã é fundada em 1901, sendo uma escola mista, e teve como primeiro professor Júlio Alfredo Mangini.
Quando Ponta Porã virou município, em 1912, abrangia uma grande área que incluía os atuais municípios de Dourados, Naviraí, Amambai e Mundo Novo.
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O Museu da Erva-Mate é um museu localizado na cidade de Ponta Porã, no estado brasileiro do Mato Grosso do Sul. Fundado em 1997 pelo industrial José Benites Cardenas, o seu acervo possui réplicas de instrumentos do início da industrialização da erva-mate, fotografias, vídeos, utensílios domésticos, material impresso, documentos, mobiliário, armas, máquinas, entre outros. Os visitantes, além de conhecer o acervo do museu, podem consultar uma biblioteca que possui mais de 800 livros e obras específicas sobre o assunto tema do museu. Apesar de ter como tema a evolução da erva-mate na região fronteiriça, o museu não aborda apenas isso, ele também apresenta um acervo com registros históricos importantes, como a visita de Getúlio Vargas à Ponta Porã na década de 40. A instituição espelha e retrata a cultura Ponta Porã como o maior abrigo da saga da erva-mate na região de fronteira.
Marçal de Souza, ou Marçal Tupã-i, ou ainda Tupã-Y. (pequeno Deus) (Rincão Júlio (região de Ponta Porã), Mato Grosso do Sul, Brasil, no dia 24 de dezembro de 1920, foi assassinado em 25 de novembro de 1983), foi um líder da etnia guarani-nhandevá (que habita o oeste do Brasil, nas fronteiras com Argentina, Bolívia e Paraguai). Recentemente foi condecorado com a honra de Herói Nacional do Brasil pelo governo federal. Foi defensor incansável dos povos nativos da América do Sul e um dos líderes precursores das lutas dos guaranis pela recuperação e pelo reconhecimento de seus territórios ancestrais (onde estão hoje Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, principalmente). Foi também um dos criadores do movimento indígena brasileiro, tendo sido um dos fundadores e participado da primeira diretoria da União das Nações Indígenas (UNI), entidade que congrega indígenas brasileiros, fundada em 1980.