Povos indígenas no Ceará
De acordo com o Censo de 2022 do IBGE, o Ceará tinha 56.353 indígenas de diversas etnias, sendo esta a nona maior população do país.[1][2]
Etnias[editar | editar código-fonte]
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas registra contato com vinte etnias no estado: Anacés, Cariris, Gavião, Jenipapos-Kanindés, Kalabaça-Jandaíras, Kariris, Kanindés, Kariri-Quixelôs, Karão-Jaguaribaras, Payacus, Pitaguarys, Potyguaras, Quixará-Tapuias, Tapebas, Tabajaras, Tapuya-Kariris, Tremembés, Tubiba-Tapuia, Tupinambás e os Waraos, de origem venezuelana.[3] Além destes, também existem o povo Isú-Kariri, que também luta por reconhecimento e demarcação de terras no estado.[4]
Etnias indígenas presentes no Ceará, com maior população:
- 7.038 - Tapebas, no município de Caucaia.[5]
- 3.837 - Tremembés, nos municípios de Itarema, Acaraú e Itapipoca. Também estão presentes no Maranhão, após migrações de terras cearenses .[6]
- 3.623 - Pitaguarys, nos municípios de Maracanaú e Pacatuba.[7]
- 2.018 - Anacés, nos municípios de Caucaia e São Gonçalo do Amarante.[8]
- 787 - Kariris e Cariris (Duas etnias diferentes que foram unidos no censo), presentes nos município de Crateús, Juazeiro do Norte, Lavras da Mangabeira, Aurora, Missão Velha, Caririaçu, Barro, Milagres e Crato. Também possuem uma população no Piauí.[9]
- 385 - Kanindé, nos municípios de Aratuba e Canindé.[10]
- 150 - Kalabaças-Jandaíras, nos municípios de Poranga, Ipaporanga, Ararendá e Crateús.[10][11]
População[editar | editar código-fonte]
Os municípios com maior população indígena no Censo de 2022 foramː[2]
Município | População indígena (2022) | Proporção na população total (%) | Terra Indígena |
---|---|---|---|
Caucaia | 17.628 | 4,96 | Taba dos Anacé |
Itarema | 5.115 | 11,97 | Córrego João Pereira, Almofala |
Maracanaú | 5.111 | 2,18 | Pitaguary |
Fortaleza | 4.948 | 0,20 | |
Monsenhor Tabosa | 4.861 | 28,35 | Serra das Matas |
Crateús | 3.733 | 4,89 | Periferia da Crateús |
Poranga | 1.542 | 12,78 | Cajueiro |
Pacatuba | 1.486 | 1,83 | Pitaguary |
Carnaubal | 866 | 5,03 | Gameleira |
Aratuba | 814 | 7,25 | Sítio Fernandes |
Itapipoca | 745 | 1,56 | Barra do Mundaú |
Quiterianapólis | 683 | 3,38 | Croatá-Fidélis |
Acaraú | 657 | 1,01 | Córrego João Pereira, Queimadas |
Novo Oriente | 602 | 2,19 | Lagoinha |
Tamboril | 584 | 2,35 | Serra das Matas |
Línguas Indígenas[editar | editar código-fonte]
No Ceará, os idiomas nativos foram perdidos devido a violência da colonização, levando muitas comunidades abandonarem sua língua materna para se proteger dos avanços portugueses. Na atualidade, o povo Potiguara foi o pioneiro do estado, em um projeto social para aprendizado e ensino do Tupi Moderno, recuperando a herança perdida entre os povos de origem tupi do estado.[12] Em alguns povos, existem inúmeras expressões e palavras dos idiomas ancestrais que ainda hoje são usadas, como vestígios linguísticos.
O povo Potiguara, Tupinambá e Tapeba, foram registrados no Censo de 2010, como povos que possuem algum idioma indígena (provavelmente o Tupi Moderno), sendo registrados:[10]
Língua | Tronco linguístico | Total de falantes (2010) |
---|---|---|
Tupinambá | – | 63 |
Potiguara | – | 41 |
Tapeba | – | 9 |
Terras Indígenas[editar | editar código-fonte]
No Ceará, há somente dois territórios indígenas homologados pelo governo federal: [13]
- a Terra Indígena Córrego João Pereira, do povo Tremembé, em Itarema e Acaraú, desde 2003.[13]
- a Terra Indígena Barra do Mundaú, do povo Tremembé, em Itapipoca, desde 2023.[13]
A Terra Indígena Taba dos Anacé, em Caucaia, não foi homologada pela União, mas o território foi comprado pelo Governo do Ceará e entregue aos Anacés em 2018.[13]
Referências[editar | editar código-fonte]
- ↑ «Panorama do Censo 2022». Panorama do Censo 2022 (em inglês). Consultado em 7 de agosto de 2023
- ↑ a b «Tabela 9718: População residente, total e indígena, por localização do domicílio e quesito de declaração indígena nos Censos Demográficos - Primeiros Resultados do Universo». sidra.ibge.gov.br. Consultado em 3 de outubro de 2023
- ↑ «Projeto no Ceará permite alterar nome no registro e incluir etnia dos povos indígenas». Brasil de Fato. 19 de abril de 2023. Consultado em 19 de dezembro de 2023
- ↑ Oliveira, Marina (18 de julho de 2023). «Memórias e vivências: povo Isú-Kariri realiza II Assembleia, no Ceará | Cimi». Consultado em 19 de dezembro de 2023
- ↑ «Tapeba - Povos Indígenas no Brasil». pib.socioambiental.org. Consultado em 19 de dezembro de 2023
- ↑ «Tremembé - Povos Indígenas no Brasil». pib.socioambiental.org. Consultado em 19 de dezembro de 2023
- ↑ «Terra Indígena Pitaguary | Terras Indígenas no Brasil». terrasindigenas.org.br. Consultado em 19 de dezembro de 2023
- ↑ «Anacé - Povos Indígenas no Brasil». pib.socioambiental.org. Consultado em 19 de dezembro de 2023
- ↑ «Kariri – Adelco». Consultado em 19 de dezembro de 2023
- ↑ a b c «O Brasil Indígena - IBGE 2010» (PDF)
- ↑ cimi (6 de janeiro de 2005). «Kalabaça | Cimi». Consultado em 19 de dezembro de 2023
- ↑ «Potiguara - Povos Indígenas no Brasil». pib.socioambiental.org. Consultado em 19 de dezembro de 2023
- ↑ a b c d «Indígenas do Ceará criticam aprovação do marco temporal: 'Perdemos uma batalha, não perdemos a guerra'». G1. 31 de maio de 2023. Consultado em 3 de outubro de 2023