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Pseudopaludicola coracoralinae

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Estado de conservação
Espécie não avaliada
Espécie não avaliada
Não avaliada
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Anura
Família: Leptodactylidae
Gênero: Pseudopaludicola
Espécie: Pseudopaludicola coracoralinae
Nome binomial
Pseudopaludicola coracoralinae
Andrade et al. 2020
Distribuição geográfica

Sinónimos
Pseudopaludicola facureae de Palmeiras de Goiás, GO

Pseudopaludicola coracoralinae É um anfíbio da família Leptodactylidae descrita em 2020 por um grupo de pesquisadores brasileiros e publicada no Journal of Taxonomy, sendo endêmica do Cerrado. Foi descrita em 03 de julho de 2020 e homenageia a poetisa Goiana Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas conhecida pelo pseudônimo de Cora Coralina.

Taxonomia[editar | editar código-fonte]

P. coracoralinae é caracterizada por ter pálpebras superiores lisas, sem tubérculos palpebrais aumentados; calcanhar liso, sem tubérculo cônico; saco vocal subgular único, de cor creme com verrugas brancas ou esbranquiçadas; falanges terminais salientes, sem falanges terminais em forma de T ou pontas dos dedos expandidas; membros posteriores relativamente curtos (articulação tíbio-tarsal alcançando apenas o canto da boca). O Padrão de coloração é com dorso marrom com mancha marrom-escuras e cinza-pretas; dorso mais escuro que as superfícies dorsais dos membros; barriga esbranquiçada (não pigmentada); região entre lábio superior e o olho com várias manchas brancas arredondadas com listras verticais alternadas de cinza e bege claro; face ventral dos braços e pernas não pigmentada; palma da mão marrom, pigmentada; planta do pé marrom, pigmentada mais escura do que a mão (Andrade et al., 2020). P. coracoralinae difere das espécies do grupo P. pusilla (sensu Lynch, 1989), que inclui P. boliviana, P. ceratophyes Rivero & Serna, 1985, P. llanera, P. pusilla e P. motorzinho, pela ausência de terminais em forma de T ou pontas dos dedos expandidas (discos ou almofadas). P. coracoralinae tem falanges terminais salientes, semelhantes em forma às de P. falcipes (Cardozo & Suárez, 2012). Também se diferencia de P. ceratophyes por ter as pálpebras superiores lisas; P. ceratophyes tem pálpebras superiores com um tubérculo palpebral alargado (Lynch, 1989). É diferente de P. boliviana, P. ceratophyes, P. llanera e P. motorzinho por ter um calcanhar liso, sem tubérculo cônico alargado (Lynch 1989; Pansonato et al. 2016). Difere das espécies do grupo de P. saltica que inclui P. saltica, P. murundu e P. jaredi, por ter membros posteriores curtos (articulação tibiotarsal chegando perto do canto da boca), enquanto todas as três espécies acima mencionadas têm membros posteriores com a articulação tibiotarsal estendendo-se além da ponta do focinho (Andrade et al., 2016). A série tipo está tombada no Museu de Zoologia da Universidade de Campinas – ZUEC, São Paulo e na Coleção de Anuros do Museu de Biodiversidade do Cerrado, Universidade Federal de Uberlândia – AAG-UFU, Minas Gerais.

Vocalização[editar | editar código-fonte]

Padrão de canto de anúncio, composto de 2–6 séries bem definidas de notas tonais, tendo cada série de 7–116 notas, emitidas a taxas de 1485–2077 notas por minuto (Andrade et al., 2020).

Distribuição Geográfica e Status de Conservação[editar | editar código-fonte]

P. coracoralinae é conhecida apenas para sua localidade-tipo, Palmeiras de Goiás, Estado de Goiás (Andrade et al. 2020). Porém existem populações conhecidas que têm o canto de anúncio semelhantes a P. coracoralinae e P. facureae nas cidades de Limeira do Oeste, MG (Andrade & Carvalho, 2013); Goianésia, Piracanjuba e Parque Estadual Itamiro de Moura Pacheco, todas no Estado de Goiás (Guimarães et al., 2001; Carvalho et al. 2015; Ramalho et al., 2018). Goianésia está cerca de 180km a nordeste, Piracanjuba a cerca de 100km a sudeste e o Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco fica a cerca de 80km a nordeste todas em relação a localidade-tipo de P. coracoralinae. Limeira do Oeste está mais próxima da localidade-tipo de P. facureae, cerca de 250km a leste. Contudo, as identificações precisas destas populações, para serem confirmadas ainda carecem de estudos que evolvam caracteres genéticos, pois ambas as espécies são morfológica e acusticamente crípticas. Por ser uma espécie recentemente descrita, ainda não se tem informações precisas sobre sua história natural e seu status de conservação quanto ao ICMBio e IUCN. Porém, como todos os anfíbios, a transformação brusca da paisagem, perda de hábitat, crescimento demográfico e desmatamento são ameaças para as populações da espécie.

Referências Bibliográficas[editar | editar código-fonte]

Andrade F.S. & Carvalho T.R. 2013. A new species of Pseudopaludicola Miranda-Ribeiro (Leiuperinae: Leptodactylidae: Anura) from the Cerrado of southeastern Brazil. Zootaxa 3608 (5): 389–397. https://doi.org/10.11646/zootaxa.3608.5.7

Andrade F.S., Haga I.A., Lyra M.L., Carvalho T.R., Haddad C.F.B, Giaretta A.A. & Toledo L.F. 2020. Reassessment of the taxonomic status of Pseudopaludicola parnaiba (Anura, Leptodactylidae, Leiuperinae), with the description of a new cryptic species from the Brazilian Cerrado. European Journal of Taxonomy 679: 1–36. https://doi.org/10.5852/ejt.2020.679

Andrade F.S., Magalhães F.M., Nunes-de-Almeida C.H.L., Veiga-Menoncello A.C.P., Santana D.J., Garda A.A., Loebmann D., Recco-Pimentel S.M., Giaretta A.A. & Toledo L.F. 2016. A new species of long-legged Pseudopaludicola from northeastern Brazil (Anura, Leptodactylidae, Leiuperinae). Salamandra 52: 107–124.

Cardozo D. & Suárez P. 2012. Osteological description of Pseudopaludicola canga with implications for the taxonomic position of this taxon. Zootaxa 3515: 75–82. https://doi.org/10.11646/zootaxa.3515.1.6

Carvalho T.R., Teixeira B.F.V., Martins L.B. & Giaretta A.A. 2015. Intraspecific variation and new distributional records for Pseudopaludicola species (Anura, Leptodactylidae, Leiuperinae) with trilled advertisement call pattern: diagnostic characters revisited and taxonomic implications. North-Western Journal of Zoology 11: 262–273.

Guimarães L.D., Lima L.P., Juliano R.F. & Bastos R.P. 2001. Vocalizações de espécies de anuros (Amphibia) no Brasil Central. Boletim do Museu Nacional, Zoologia (Nova Série) 474: 1–15. https://doi.org/10.1590/S0073-47212003000200005

Lynch J.D. 1989. A review of leptodactylid frogs of the genus Pseudopaludicola in northern South America. Copeia 3: 577–588. https://doi.org/10.2307/1445483

Pansonato A., Veiga-Menoncello A.C.P., Mudrek J.R., Jasen M., Recco-Pimentel S.M., Martins I.A. & Strüssmann C. 2016. Two new species of Pseudopaludicola (Anura: Leptodactylidae: Leiuperinae) from eastern Bolivia and western Brazil. Herpetologica 72: 235–255. https://doi.org/10.1655/Herpetologica-D-14-00047.1

Ramalho W.P., França D.P.F., Guerra V., Marciano R., Vale N.C. & Silva H.L.R. 2018. Herpetofauna of Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco: one of the last remnants of seasonal forest in the core region of the Brazilian Cerrado. Papéis Avulsos de Zoologia 58: e20185851. http://doi.org/10.11606/1807-0205/2018.58.51

Rivero J.A. & Serna M.A. 1985. Una nueva Pseudopaludicola (Amphibia: Leptodactylidae) cornuda del sureste de Colombia. Caribbean Journal of Science 20:169–171.

Referências