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Quinto Minúcio Rufo

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Quinto Minúcio Rufo
Cônsul da República Romana
Consulado 197 a.C.

Quinto Minúcio Rufo (em latim: Quintus Minucius Rufus) foi um político da gente Minúcia da República Romana eleito cônsul em 197 a.C. com Caio Cornélio Cetego.[1]

Segunda Guerra Púnica

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Ver artigo principal: Segunda Guerra Púnica

Em 211 a.C., Minúcio era um oficial no exército de Quinto Fúlvio Flaco durante o Cerco de Cápua, quando os romanos conseguiram tomar a cidade depois de terem sido derrotados no ano anterior por Aníbal.[2] Foi também edil plebeu em 201.[3]

Pretor (200 a.C.)

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No final de 201 a.C., Lúcio Fúrio Purpúreo, Cneu Sérgio Planco, Quinto Fúlvio Gilão e Rufo sortearam qual província cada um governaria como propretores no ano seguinte. Planco foi escolhido como pretor urbano de Roma, Gilão recebeu a Sicília, Rufo ficou com Brúcio (a moderna Calábria) e Púrpureo, a Gália Cisalpina.[4]

Em sua nova província dedicou-se a investigar roubos que estavam acontecendo no Templo de Prosérpina em Locri.[5] Seu comando (imperium) foi prorrogado no ano seguinte, desta vez como propretor, para que ele continuasse sua investigação. O ano todo foi permeado por maus agouros, reportados por Minúcio: um potro nascido com cinco patas e três galinhas nascidas com três pés cada.[6]

Em seu estudo sobre o pretorado durante a República Romana, T. Corey Brennan especulou que a investigação deste sacrilégio em Brúcio pode ter sido utilizada como pretexto para expor e suprimir dissidentes que ainda estivessem atuando na região; o objetivo oficial da prorrogação de Minúcio era "completar seu inquérito sobre as 'coniurationes' entre os brútios".[7] A palavra "coniuratio" tinha, na época, diversas conotações diferentes; literalmente, significava "jurar junto" ou "juramento" e podia ser uma referência tanto ao juramento ritual quanto a uma conspiração política. A supressão da Bacanália treze anos antes, relatada por Lívio e por um tablete de bronze inscrito com o decreto do Senado, foi também descrita como uma série de "coniurationes", o que revela uma ligação entre a dissensão política e as práticas religiosas na época. Os que foram presos por Minúcio em Brúcio por sacrilégio foram enviados a Roma e devolvidos depois a Locri com instruções do Senado para que devolvessem o dinheiro roubado do temnplo.[8]

Consulado (197 a.C.)

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Mapa da Ligúria.

Minúcio foi eleito cônsul em 197 a.C. com Caio Cornélio Cetego e ambos receberam a Itália como província, coordenando suas ações estrategicamente. Minúcio atacou gauleses e lígures,[9][10] avançou até Genua (moderna Gênova) e invadiu a Ligúria. Depois, cruzou os Apeninos e arrasou o território dos gauleses boios, cujo pedido de ajuda aos ínsubres não obteve resposta.[11]

Cetego, enquanto isso, atacou os ínsubres e cenomanos, conseguindo uma vitória numa batalha campal que resultou na morte de 35 000 inimigos e na captura de de 5 200 prisioneiros.[12] Os relatos dos dois comandantes enviados a Roma foram comemorados com um decreto de um supplicatio ("ação de graças") de quatro dias e os dois se apresentaram no Templo de Belona para pedirem, juntos, um triunfo. Dois tribunos da plebe, porém, tentaram bloquear o pedido de Minúcio e, depois de dois dias de discussão, ele próprio desistiu do pedido. Cetego reapresentou seu pedido, que o Senado aprovou por unanimidade ("omnium consensu").[13][14] O Senado negou a mesma honra a Minúcio em parte por que, segundo Lívio, ele não apresentou prisioneiros que comprovassem a captura das cidades que ele alegou ter capturado.[15] Depois, alegou-se que ele teria perdido muitos homens numa série de batalhas de pouco resultado.[16][17]

Inconformado, Minúcio então realizou seu próprio triunfo não oficial nos montes Albanos[a] — como já havia feito antes Caio Papírio Masão em 231 a.C. — sobre boios e lígures.[19][20][21] Este triunfo está registrado nos Fastos Triunfais, mesmo tendo sido realizado sem a aprovação do Senado e de forma diferente da usual, às custas do triunfador, que geralmente utilizava o próprio butim capturado na campanha, o que fez com que Minúcio tenha sido depois processado por apropriação indébita de fundos que seriam do Erário público.[22][23]

Apesar da controvérsia em torno deste triunfo, Minúcio manteve sua influência política e deve ter demonstrado habilidade como administrador, pois foi depois envolvido em negociações internacionais durante toda a década de 180 a.C. e, provavelmente, em 174 a.C.. Às vésperas da Guerra Gálata, estava entre os dez legados enviados, em 189-8 a.C., com o procônsul Cneu Mânlio Vulsão para acertar os termos de um tratado com Antíoco III, do Império Selêucida.[24][25] Apesar de suas vitórias, novamente houve dúvidas sobre seu direito a um triunfo. Os dez legados concluíram que ele não tinha autorização para agir pois não havia ainda uma declaração de guerra pelo Senado, uma controvérsia que já revela uma preocupação de que o imperium, exercido por magistrado ou promagistrado no exterior, poderia distorcer as relações de poder no sistema republicano de governo.[26][27]

Em 183 a.C., Minúcio foi um dos três emissários enviados à Gália Transalpina para tentar evitar que os celtas invadissem o norte da Itália.[28] Em 174 a.C., é possível que ele tenha sido o "Quinto Minúcio" que foi enviado até Creta com dez navios para acalmar uma situação de revolta.[29]

Cônsul da República Romana
Precedido por:
Tito Quíncio Flaminino

com Sexto Élio Peto Cato

Caio Cornélio Cetego
197 a.C.

com Quinto Minúcio Rufo

Sucedido por:
Lúcio Fúrio Purpúreo

com Marco Cláudio Marcelo


  1. Que, por vezes, é citado como tendo sido uma ovação e não um triunfo, mas Brennan[18] afirma que um "triunfo albano" era uma honra mais elevada, pois o triunfador era levado numa carruagem enquanto que, na ovação, ele seguia a pé.

Referências

  1. Datas, cargos e citações de fontes primárias retiradas de T.R.S. Broughton, The Magistrates of the Roman Republic (New York: American Philological Association, 1951, 1986), vol. 1, pp. 275, 320, 323, 328, 363, 364–365 (note 6), 367, 379, 405; vol. 2 (1952), p. 592.
  2. Lívio, Ab Urbe Condita XXVI 33.5.
  3. Lívio, Ab Urbe Condita XXXI 4.7.
  4. Edmonds, Cyrus (1891). The History of Rome, Volume 3 (em inglês) 1 ed. London: George Bell & Sons. pp. 1344–1346 
  5. Lívio, Ab Urbe Condita XXXI 12.1–5 13.1.
  6. Lívio, Ab Urbe Condita XXXII 1.7–8, 11
  7. Brennan, p. 332, nota 135.
  8. Erich S. Gruen, "The Bacchanalia Affair," in Studies in Greek Culture and Roman Policy (Brill, 1990), p. 44 (em inglês)
  9. Políbio 18.11.2 e 12.1.
  10. Lívio, Ab Urbe Condita XXXII 28.8.
  11. W.V. Harris, "Roman Expansion in the West," in The Cambridge Ancient History (Cambridge University Press, 1989, 2nd ed.), vol. 8, p. 112 (em inglês)
  12. Lívio, Ab Urbe Condita XXXII 29–31.
  13. Lívio, Ab Urbe Condita XXXIII 22–23.
  14. Broughton, pp. 332–333.
  15. Joel Allen, Hostages and Hostage-Taking in the Roman Empire (Cambridge University Press, 2006), p. 99 (em inglês)
  16. Miriam R. Pelikan Pittenger, Contested Triumphs: Politics, Pageantry, and Performance in Lívio, Ab Urbe Condita's Republican Rome (University of California Press, 2009), pp. 77–78 (em inglês)
  17. T. Corey Brennan, "Triumphus in Monte Albano," in Transitions to Empire: Essays in Greco-Roman History, 360–146 B.C., in Honor of E. Badian (Norman, Okla., 1996), pp. 315–337. (em inglês)
  18. Brennan, , pp. 148–149
  19. Lívio, Ab Urbe Condita XXXII 28–31]] e 22–23
  20. Acta Triumphalia Degrassi 78f., 552
  21. Broughton, pp. 332–333.
  22. Eric M. Orlin, Temples, Religion, and Politics in the Roman Republic (Brill, 2002), pp. 66–67 (em inglês)
  23. Geoffrey S. Sumi, Ceremony and Power: Performing Politics in Rome between Republic and Empire (University of Michigan Press, 2005), p. 278, nota 74. (em inglês)
  24. Políbio 21.4–45 e 22.5
  25. Lívio, Ab Urbe Condita XXXVIII 38–40 e 45–46.
  26. Pittenger, Contested Triumphs, pp. 213ff (em inglês).
  27. Erich S. Gruen, "The 'Fall' of the Scipios," in Leaders and Masses in the Roman World: Studies in Honor of Zvi Yavetz (Brill, 1995), pp. 64–65 (em inglês).
  28. Lívio, Ab Urbe Condita XXXIX 54.11–55.4.
  29. Lívio, Ab Urbe Condita XLI 25.7.

Fontes primárias

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Fontes secundárias

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