Saltar para o conteúdo

Reconhecimento materno da gravidez

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ovário humano com corpo lúteo desenvolvido


O reconhecimento materno da gestação é um aspecto crucial para levar uma gravidez a termo. Sem o reconhecimento materno para manter a gestação, os mensageiros iniciais que param a luteólise e promovem a implantação do embrião, o crescimento e desenvolvimento uterino terminam com nada para substituí-los e a gestação é perdida.

A manutenção da gestação depende da contínua produção de progesterona que é inicialmente produzida pelo corpo lúteo (CL).[1] Uma estrutura de secretar de hormônios que se desenvolve no ovário após a ovulação. O reconhecimento mater da gestação difere entre as espécies, no entanto todos elas incluem um sinal para prevenir a luteólise, que então previne a retomada do ciclo menstrual ou estral.

A luteólise é a regressão do corpo lúteo. O processo é identificado pelo declínio da progesterona e significa a ausência da gravidez seguindo a ovulação. No útero não grávido, o declínio da progesterona permite o retorno da estrogênio, resultando na regulação positiva dos receptores de ocitocina e consequentemente liberação pulsátil de PFG2α. Em troca, a luteólise é induzida. Esta regressão permite a continuação do ciclo menstrual.

No entanto, se a gestação é estabelecida, a luteólise é evitada através do reconhecimento materno da gestação porque os altos níveis de progesterona são mantidos pelo corpo lúteo e o hormônio placentário hCG mais adiante mantém o corpo lúteo.[2]

Mecanismos de reconhecimento[editar | editar código-fonte]

Humano[editar | editar código-fonte]

A liberação de progesterona do corpo lúteo é promovida pela gonadotrofina coriônica humana (hCG) produzida pelas células do trofoblasto, a camada externa de células do embrião recente.[3]

Ovelha e vaca[editar | editar código-fonte]

Na maioria das espécies ruminantes, o interferon-tau foi identificado como o sinal para reconhecimento materno de gestação. O interferon-tau é portanto também referido como um fator anti-luteólise, essencial para a manutenção do corpo lúteo.

O interferon-tau é secretado pelo trofoectoderma do blastocisto a partir do 10º dia em espécies ovinas e a partir do 15º dia em espécies bovinas. O interfern-tau age nas células endometriais do útero materno para prevenir a produção do fator luteolítico, PGF2α. A inibição da produção de PGF2α é o resultado de uma mudança na expressão do gene. O interferon-tau inibe a transcrição do gene receptor de ocitocina em ovelhas e vacas, e também o gene receptor de estrogênio α em ovelhas. A ausência desses receptores nas células do endométrio previne a liberação pulsátil de PGF2α.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Norwitz ER, Schust DJ, Fisher SJ (Novembro de 2001). «Implantation and the survival of early pregnancy». The New England Journal of Medicine. 345 (19): 1400–8. PMID 11794174. doi:10.1056/NEJMra000763 
  2. Kumar P, Magon N (Outubro de 2012). «Hormones in pregnancy». Nigerian Medical Journal. 53 (4): 179–83. PMC 3640235Acessível livremente. PMID 23661874. doi:10.4103/0300-1652.107549 
  3. Schoenwolf, Gary C. (2015). Larsen's human embryology Fifth ed. Philadelphia, PA: [s.n.] p. 37. ISBN 9781455706846