Rede Paulista de Educação Patrimonial
Rede Paulista de Educação Patrimonial | |
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Fundação | 2011 (13 anos) em São Paulo, São Paulo |
Fundador(es) | Simone Scifoni |
Sede | São Paulo, São Paulo, Brasil |
Área(s) servida(s) | Estado de São Paulo |
Produtos | educação patrimonial |
Website oficial | [1] |
A Rede Paulista de Educação Patrimonial (REPEP) é um coletivo cultural formado por profissionais de diferentes formações, com o objetivo de educar nas áreas de memória, cultura e patrimônio cultural. A REPEP é apoiada pela Universidade de São Paulo e foi reconhecida pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) como Ponto de Memória, em julho de 2023.[1][2] É parte da rede de colaboradores do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios do Brasil (ICOMOS/Brasil), braço da UNESCO para as questões do patrimônio edificado, atuando principalmente em conjunto com o Comitê Científico Nacional de Interpretações, Educação e Narrativas Patrimoniais - CCBrInt.[3][4]
Histórico
[editar | editar código-fonte]A REPEP é derivada de um projeto de cultura e extensão iniciado em 2011, organizado pelo Laboratório de Geografia Urbana (Labur), do Departamento de Geografia, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o Movimento Baixo Centro, e com o Centro de Preservação Cultural (CPC/USP), sediado na Casa de Dona Yayá, no bairro Bexiga. O projeto buscava pesquisar e documentar a área em torno do Elevado Presidente João Goulart, mais conhecido como Minhocão. Trabalho que resultou na produção do "Dossiê do Inventário Participativo Minhocão contra gentrificação" e na constiuição da REPEP com os profissionais e estudantes que participaram do inventário, sendo coordenados pela geógrafa Simone Scifoni.[1][5][6]
Desde então, Rede desenvolve ações educativas com os grupos sociais, buscando ser um espaço de articulação entre as áreas de cultura e de educação em prol da proteção e da valorização da memória coletiva e do patrimônio cultural. Tem foco em propiciar a reflexão sobre os significados do patrimônio presente no cotidiano das comunidades locais e o debate sobre os princípios da Educação Patrimonial.[1]
Em 2018, contribuiu com a redação da Política de Patrimônio Cultural Material (PPCM).[7] Entre setembro de 2021 e dezembro de 2022, desenvolveu o projeto intitulado "Patrimônio Histórico e Cultural LGBTHQIAPD+: Inventário Participativo da Região do Largo do Arouche", que produziu o Inventário Participativo do Largo do Arouche e um Mapa Ilustrado das Referências Culturais. O projeto foi realizado com recursos do Edital 02/2021- Inclusão Social e Diversidade na USP em Municípios de seus Campi.[8]
Educação patrimonial
[editar | editar código-fonte]A linha de Educação Patrimonial que orienta as atividades da REPEP está embasada em seis princípios:[9]
- transversalidade: educar é uma atividade dialógica entre educador e comunidade local;
- dimensão política: o campo do patrimônio é marcado por disputa e conflito por conta da multiplicidade de visões e interpretações possíveis;
- respeito à diversidade: imprescindível por conta dessa diversidade;
- interlocução: pois a salvaguarda do patrimônio nacional é responsabilidade compartilhada entre a União e a sociedade brasileira (segundo a Constituição Federal);
- autonomia e centralidade dos sujeitos: "Os valores relacionados às manifestações culturais dotadas de sentido patrimonial são sempre atribuídos pelos sujeitos e grupos sociais, não sendo nunca naturais ou imanentes aos objetos e manifestações em si".[9]
- transformações sociais: "a cultura é inerentemente mutante, fluída e transformável."[9]
As ações educativas não servem à capacitação para a preservação dos valores impostos por outrem, mas para a afirmação e contínua transformação dos valores produzidos diretamente pelos sujeitos.[9]
Prêmio e reconhecimento
[editar | editar código-fonte]- 2023 - primeiro colocado no "Prêmio Inventários Participativos", do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), com nota máxima[10]
- 2023 - reconhecido como Ponto de Memória pelo IBRAM[2][11]
Inventários
[editar | editar código-fonte]Ao longo de sua atuação, a REPEP realizou e publicou os seguintes inventários participativos de referências culturais:[12]
- Inventário Participativo - Minhocão contra gentrificação[13][14]
- Inventário Participativo do Largo do Arouche[8][15]
Oficinas
[editar | editar código-fonte]- 2023 - Seminário Internacional sobre Desindustrialização e Refuncionalização do Patrimônio Industrial (São Paulo/SP)[16]
- 2023 - Seminário Lugares de Memória LGBTQIAPN+ (São Paulo/SP)[17]
- 2018 - Inventariado participativo de referências culturais (São Paulo/SP)[18]
- 2016 - II Encontro de Trabalho da Rede Paulista de Educação PatrimoniaL (São Paulo/SP)[19]
- 2015 - Capacitação para Professores do Ensino Fundamental II (São Luiz do Paraitinga/SP)[20]
- 2014 - I Encontro de Trabalho da Repep (São Paulo/SP)[21]
Links
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c «Quem somos | Rede Paulista de Educação Patrimonial». repep.fflch.usp.br. Consultado em 8 de dezembro de 2023
- ↑ a b IBRAM. CERTIFICADO DE PONTO DE MEMÓRIA. 29 de julho de 2021.
- ↑ «REDES». icomosbrasil.org.br. Consultado em 8 de dezembro de 2023
- ↑ «REDES». icomosbrasil.org.br. Consultado em 9 de dezembro de 2023
- ↑ «Dossiê do Inventário Participativo Minhocão contra gentrificação». Google Docs. Consultado em 8 de dezembro de 2023
- ↑ «REPEP». Meusite. Consultado em 9 de dezembro de 2023
- ↑ «Página - IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional». portal.iphan.gov.br. Consultado em 9 de dezembro de 2023
- ↑ a b Coletivo Arouchianos, REPEP e USP. Inventário participativo Arouche LGBTQIA+ [recurso eletrônico] / organizadora: Mariana Kimie Nito. -- São Paulo: FFLCH/USP, 2023.
- ↑ a b c d REPEP. Princípios da Educação Patrimonial.
- ↑ Nacional, Imprensa. «EDITAL Nº 193, DE 7 DE DEZEMBRO DE 2023 - DOU - Imprensa Nacional». www.in.gov.br. Consultado em 8 de dezembro de 2023
- ↑ IBRAM. EDITAL PONTOS DE MEMÓRIA 2023: RESULTADO DAANÁLISE DE HABILITAÇÃO – PROPOSTAS HABILITADAS.
- ↑ «Textos da Repep | Rede Paulista de Educação Patrimonial». repep.fflch.usp.br. Consultado em 8 de dezembro de 2023
- ↑ Diário Oficial da União (DOU) Nº 157, segunda-feira, 17 de agosto de 2020. INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. EXTRATO DE TERMO DE COLABORAÇÃO.
- ↑ Scifoni, Simone (10 de junho de 2022). «PATRIMÔNIO E EDUCAÇÃO NO BRASIL: O QUE HÁ DE NOVO?». Educação & Sociedade: e255310. ISSN 1678-4626. doi:10.1590/ES.255310. Consultado em 9 de dezembro de 2023
- ↑ «O cuidado de pessoas LGBTQIAP+ com câncer: implicações para uma assistência inclusiva». dx.doi.org. Consultado em 9 de dezembro de 2023
- ↑ REPEP. Seminário Internacional sobre Desindustrialização e Refuncionalização do Patrimônio Industrial. 2023.
- ↑ REPEP. seminário Lugares de Memória LGBTQIAPN+ 19 a 20 setembro 2023
- ↑ «Inventariado participativo de referências culturais -». centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br. Consultado em 9 de dezembro de 2023
- ↑ «Notícia: Inventários participativos são tema de debate em São Paulo - IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional». portal.iphan.gov.br. Consultado em 9 de dezembro de 2023
- ↑ «Capacitação para Professores do Ensino Fundamental II - São Luiz do Paraitinga». www.saoluizdoparaitinga.sp.gov.br. Consultado em 9 de dezembro de 2023
- ↑ «Eventos | Rede Paulista de Educação Patrimonial». repep.fflch.usp.br. Consultado em 9 de dezembro de 2023