Relações entre Estados Unidos e Santa Sé
Relações entre Estados Unidos e Santa Sé | |||
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Missão diplomática
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Representação
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Informações
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Início das relações | 10 de janeiro de 1984 (40 anos)[3][4] |
As relações entre Estados Unidos e Santa Sé são as relações bilaterais formalmente estabelecidas entre os Estados Unidos da América e a Santa Sé. O chefe da missão diplomática estadunidense é o Embaixador dos Estados Unidos junto à Santa Sé, cargo atualmente ocupado por Laura Hochla desde 2023.[1] Por outro lado, a Santa Sé é representada em território estadunidense por seu Núncio Apostólico, Cardeal Christophe Pierre, que assumiu o cargo após ser nomeado pelo Papa Francisco em 12 de abril de 2016.[2] A Embaixada dos Estados Unidos junto à Santa Sé está localizada em Roma, na Villa Domiziana. A Nunciatura para os Estados Unidos está localizada em Washington, DC, na Avenida Massachusetts.
História
[editar | editar código-fonte]1797-1867
[editar | editar código-fonte]Os Estados Unidos mantiveram relações consulares com os Estados Papais de 1797 (sob o Presidente George Washington e o Papa Pio VI) até 1867 durante o governo de Andrew Johnson e o pontificado de Pio IX. De 1848 a 1867, os Estados Unidos reconheceram o Papa como chefe de Estado dos Estados Pontifícios e mantiveram relações diplomáticas em segundo nível com o Papado, mantendo um encarregado de negócios ao invés de um embaixador.
Esse contato diplomático foi encerrado quando, em 28 de fevereiro de 1867, o Congresso dos Estados Unidos aprovou uma legislação que proibia qualquer financiamento futuro de missões diplomáticas dos Estados Unidos à Santa Sé. Esta decisão foi baseada no aumento do discurso anticatólico nos Estados Unidos,[5] alimentado pela condenação e enforcamento de Mary Surratt, uma católica, por participar da conspiração para assassinar o Presidente Abraham Lincoln. Seu filho, John Surratt, também católico, foi acusado de conspirar com John Wilkes Booth no assassinato. Ele recebeu refúgio da Igreja Católica Romana e fugiu para a Itália, onde serviu como zuavo papal. Houve também uma alegação de que o Papa havia proibido a celebração de serviços religiosos protestantes, antes realizados semanalmente na residência do encarregado de negócios estadunidense em Roma, dentro dos limites da cidade.[6]
1867–1984
[editar | editar código-fonte]De 1867 a 1984, os Estados Unidos não mantiveram relações diplomáticas com a Santa Sé. Vários presidentes designaram enviados pessoais para visitar a Santa Sé periodicamente para discutir questões humanitárias e políticas internacionais. O Diretor-geral dos Correios dos Estados Unidos James Farley foi o primeiro desses representantes. Farley foi o primeiro oficial de alto escalão do Governo Federal estadunidense a normalizar as relações com a Santa Sé em 1933, quando ele partiu para a Europa, junto com o Comissário de Relações Exteriores da União Soviética Maxim Litvinov no transatlântico italiano SS Conte di Savoia. Na Itália, Farley teve uma audiência com o Papa Pio XI e um jantar com o então Cardeal Pacelli, que sucederia ao Papado em 1939.[7] Myron Charles Taylor serviu aos presidentes Franklin D. Roosevelt e Harry S. Truman de 1939 a 1950.[8]
Os presidentes Nixon, Ford, Carter e Reagan também nomearam enviados pessoais ao Papa. Além disso, todos esses presidentes, além de Truman, [9] Eisenhower,[10] Kennedy,[11] Johnson,[12] e todos os presidentes posteriores, acompanhados de suas respectivas Primeiras-damas habitualmente vestidas de negro, buscaram simbolicamente a benção papal, normalmente durante os primeiros meses de sua administração, e geralmente viajando ao Vaticano para fazê-lo.[13][14][15][16][17][18][19][20][21][22]
Em 20 de outubro de 1951, o presidente Truman nomeou o General Mark W. Clark para ser o Emissário dos Estados Unidos junto à Santa Sé. Clark posteriormente retirou sua indicação em 13 de janeiro de 1952, após protestos do Senador Tom Connally (D-TX) e de grupos protestantes. A proibição oficial durou até 22 de setembro de 1983, quando foi revogada pelo "Ato Richard Lugar".[23]
O Vaticano têm sido historicamente acusado de uma postura de antiamericanismo, pelo menos até a presidência de John F. Kennedy (ver Americanismo (heresia), nativismo e anticatolicismo nos Estados Unidos). O grosso da acusação é encontrado no livro de Paul Blanshard, American Freedom and Catholic Power, que atacou a Santa Sé sob o argumento de que era "uma instituição perigosa, poderosa, estrangeira e antidemocrática".
1984-presente
[editar | editar código-fonte]Os Estados Unidos e a Santa Sé anunciaram o estabelecimento de relações diplomáticas em 10 de janeiro de 1984.[24][25] Em nítido contraste com o longo histórico de forte oposição interna, desta vez houve muito pouca oposição do Congresso, dos tribunais e de grupos protestantes.[26] Em 7 de março de 1984, o Senado confirmou William A. Wilson como o primeiro embaixador dos Estados Unidos à Santa Sé. O embaixador Wilson era o enviado pessoal do presidente Reagan ao Papa desde 1981. A Santa Sé nomeou o Arcebispo de Mauriana Pio Laghi como o primeiro núncio apostólico da Santa Sé nos Estados Unidos. Laghi era o legado apostólico de João Paulo II na Igreja Católica nos Estados Unidos desde 1980. As relações entre a Presidência Reagan e o Papa João Paulo II eram estreitas, especialmente por causa de seu anticomunismo compartilhado e grande interesse em forçar os soviéticos a deixar a Polônia.[27] Além disso, eles dois criaram um vínculo comum por terem sobrevivido a tentativas de assassinato com apenas seis semanas de intervalo na primavera de 1981.
Após os Ataques de 11 de setembro de 2001 e o início da subsequente guerra contra o terrorismo promovida pelos Estados Unidos, o Vaticano adotou uma postura crítica sobre o uso da força bélica para fins políticos, o terrorismo e a própria invasão ao Iraque de 2003.[30] Em 10 de julho de 2009, o presidente Barack Obama e o papa Bento XVI se encontraram em Roma.[31] A mudança planejada da embaixada dos Estados Unidos na Santa Sé para o mesmo local que a embaixada dos Estados Unidos na Itália atraiu críticas de vários ex-embaixadores dos Estados Unidos.[32]
Em 27 de março de 2014, Barack Obama e o Papa Francisco se reuniram no Vaticano; seguiu-se a visita do Papa Francisco à América do Norte em 2015. Na ocasião, após sua visita histórica a Cuba, Papa Francisco participou do Encontro Mundial das Famílias na Filadélfia e também visitou Washington, D.C. e Nova Iorque.[33]
Referências
- ↑ a b «Chargé d'Affaires Laura Hochla». Embaixada dos Estados Unidos junto à Santa Sé. Consultado em 6 de dezembro de 2024
- ↑ a b «Day before Trump's speech, pope's representative tells Scouts world needs their values». Crux Now. 28 de julho de 2017. Consultado em 6 de dezembro de 2024
- ↑ «A Guide to the United States' History of Recognition, Diplomatic, and Consular Relations, by Country, since 1776: Holy See». Departamento de Estado dos Estados Unidos. Consultado em 6 de dezembro de 2024
- ↑ «Celebratin 40 years of diplomatic relations between the Holy See and the United States of America». Embaixada dos Estados Unidos junto à Santa Sé. 16 de setembro de 2024. Consultado em 6 de dezembro de 2024
- ↑ Melady, Thomas P.; Stebbins, Timothy R. (2009). «US-Vatican Relations: 25th Anniversary and a New President». The Institute of World Politics. Cópia arquivada em 2014
- ↑ Nicholson, Jim (2004). «The United States and the Holy See: The Long Road». Legionnaires Praying for the Clergy Apostolate. Cópia arquivada em 2007.
The critics finally won out in 1867 when Congress withdrew all funding for the legation in Rome. The apparent reason was a rumor relating to the religious freedom of Protestants in the Papal States. From the beginning of the legation in Rome, Papal authorities had allowed the celebration of Protestant religious services in the home of the American Minister. When the services grew, they were moved to a rented apartment under the seal of the American Legation to accommodate the participants. The news floating around Washington and being reported in the New York Times was that the Pope had forced the protestant group outside the walls of Rome. This, according to Rufus King, the American Minister himself, was untrue in its entirety.
- ↑ Farley, James (1948). Jim Farley's Story: The Roosevelt Years. McGraw Hill. New York City: [s.n.] ISBN 978-1430450610
- ↑ John S. Conway, "Myron C. Taylor's Mission to the Vatican 1940–1950." Church History 44.1 (1975): 85-99.
- ↑ «The Trumans Meet the Pope During Vatican Visit; Truman in Cutaway Coat». New York Times
- ↑ «Travels of President Dwight D. Eisenhower». U.S. Department of State Office of the Historian. Cópia arquivada em 2011
- ↑ «Travels of President John F. Kennedy». U.S. Department of State Office of the Historian. Cópia arquivada em 2011
- ↑ «Pope Paul VI Visit to the United Nations, 1964». Vatican.va. Cópia arquivada em 2013
- ↑ «Travels of President Richard M. Nixon». U.S. Department of State Office of the Historian. Cópia arquivada em 4 de dezembro de 2011
- ↑ «Travels of President Gerald R. Ford». U.S. Department of State Office of the Historian. Cópia arquivada em 4 de novembro de 2011
- ↑ «Holy See Press Office - His Holiness Pope John Paul II Biography». Vatican.va. Cópia arquivada em 7 de novembro de 2011
- ↑ «Travels of President Ronald Reagan». U.S. Department of State Office of the Historian. Cópia arquivada em 4 de novembro de 2011
- ↑ «Travels of President George H.W. Bush». U.S. Department of State Office of the Historian. Cópia arquivada em 4 de novembro de 2011
- ↑ «Travels of President William J. Clinton». U.S. Department of State Office of the Historian. Cópia arquivada em 4 de novembro de 2011
- ↑ «Travels of President George W. Bush». U.S. Department of State Office of the Historian. Cópia arquivada em 4 de dezembro de 2011
- ↑ «Obama holds first talks with Pope». BBC News. Cópia arquivada em 17 de março de 2013
- ↑ Wooden, Cindy. «Presidents and popes: Obama is 12th US president to visit Vatican». Catholic News Service. Cópia arquivada em 17 de março de 2013
- ↑ «Trump 'determined to pursue peace' after Pope meeting». BBC News
- ↑ «Religion: Recognition for the Holy See». Time
- ↑ «Bilateral Relations of the Holy See». Vatican.va. 2014. Cópia arquivada em 9 de julho de 2014
- ↑ «U.S. Relations With the Holy See». United States Department of State
- ↑ Andrew M. Essig, and Jennifer L. Moore. "US-Holy See Diplomacy: The Establishment of Formal Relations, 1984." Catholic Historical Review (2009) 95#4, pp. 741-764741-764. online
- ↑ Marie Gayte, "The Vatican and the Reagan Administration: A Cold War Alliance?." Catholic Historical Review (2011) 97#4 pp. 713-736 online
- ↑ Bennett, Kate (25 de maio de 2017). «Melania Trump is the first Catholic first lady since Jackie Kennedy». CNN. Consultado em 6 de dezembro de 2024
- ↑ «Melania Trump in black at the Vatican. Why?». BBC News. 26 de maio de 2017. Consultado em 6 de dezembro de 2024
- ↑ Teslik, Lee Hudson; Johnson, Toni (14 de julho de 2009). «U.S.-Vatican Relations». Council on Foreign Relations. Cópia arquivada em 3 de setembro de 2013
- ↑ Saul, Michael (10 de julho de 2009). «President Obama, Pope Benedict XVI meet for first time in Rome». New York Daily News. Cópia arquivada em 23 de dezembro de 2013
- ↑ Jones, Kevin (27 de novembro de 2013). «Decision to move US embassy to Vatican sparks controversy». Catholic News Agency. Consultado em 15 de dezembro de 2013. Cópia arquivada em 9 de dezembro de 2013
- ↑ Abdullah, Halimah (27 de março de 2014). «Obama, Pope Francis meet for first time». CNN. Cópia arquivada em 28 de março de 2014
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Catolicismo e política nos Estados Unidos
- Lista de presidentes dos Estados Unidos por afiliação religiosa
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- History of Holy See - U.S. relations
- The Pope and the Presidents: the Italian Unification and the American Civil War, 2015 Ph.D. dissertation
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