São Tomé e Príncipe
República Democrática de São Tomé e Príncipe São Tomé e Príncipe | |
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Bandeira | Brasão de armas |
Lema: Unidade, Disciplina, Trabalho | |
Hino nacional: Independência total | |
Gentílico: santomense, são-tomense | |
Capital | São Tomé |
Cidade mais populosa | São Tomé |
Língua oficial | Português |
Outras línguas | Forro, cabo verdiano, francês |
Governo | República semipresidencialista |
• Presidente | Carlos Vila Nova |
• Primeiro-ministro | Patrice Trovoada |
Independência de Portugal | |
• Data | 12 de Julho de 1975 |
Área | |
• Total | 1001 km² (183.º) |
População | |
• Estimativa para 2023 | 220 372[1] hab. (183.º) |
• Censo 2012 | 187 356[2] hab. |
• Urbana | 76,4 hab. (188.º) |
• Densidade | 156,84 hab./km² (65.º) |
PIB (base PPC) | Estimativa de 2021 |
• Total | US$ 904,057 milhões*[1](207.º) |
• Per capita | US$ 4 100[1] (182.º) |
PIB (nominal) | Estimativa de 2014 |
• Total | US$ 362 milhões*[3] |
• Per capita | US$ 1 854[3] |
IDH (2021) | 0,618 (138.º) – médio[4] |
Moeda | Dobra (STN) |
Fuso horário | UTC+0 |
Em 1 de Janeiro de 2018, o país adoptou hora legal UTC+1 durante todo o ano, retornando ao UTC no ano seguinte.[5] | |
Cód. ISO | ST, STP |
Cód. Internet | .st |
Cód. telef. | +239 |
Website governamental | www.stp.gov.st |
São Tomé e Príncipe, oficialmente República Democrática de São Tomé e Príncipe,[6] é um país insular localizado no Golfo da Guiné, na costa equatorial ocidental da África Central. Consiste em duas ilhas principais, as ilhas de São Tomé e Príncipe, que distam cerca de 140 km uma da outra e cerca de 250 e 225 km da costa noroeste do Gabão, respectivamente.[1] Outros países próximos são a Guiné Equatorial e os Camarões.[6][7]
As ilhas de São Tomé e Príncipe estiveram desabitadas até à sua descoberta pelos exploradores portugueses João de Santarém e Pedro Escobar em 1470.[8] Gradualmente colonizadas pelos portugueses ao longo do século XVI, serviram de entreposto para o comércio de escravos no Atlântico.[6] O rico solo vulcânico e a proximidade ao equador[9] tornaram São Tomé e Príncipe ideal para o cultivo de açúcar, seguido mais tarde por outras culturas de rendimento como o café e o cacau, atividades fortemente dependente do trabalho de escravos africanos.[6] Ciclos de agitação social e instabilidade económica ao longo dos séculos XIX e XX culminaram na independência pacífica em 1975. São Tomé e Príncipe, desde então, permaneceu como um dos países mais estáveis e democráticos de África.[6]
Com uma população de 204 454 habitantes (estimativa de 2018),[1] distribuídos em uma área total de 1 001 km²,[8] São Tomé e Príncipe é o segundo menos populoso Estado soberano africano, depois das Seicheles, bem como o menor país de língua portuguesa.[6] Seu povo é predominantemente de ascendência africana e mestiça, com a maioria praticando o catolicismo romano.[1] O legado do domínio português também é visível na cultura, nos costumes e na música do país, que fundem influências europeias e africanas.
Considerado um país subdesenvolvido, é esperado que São Tomé e Príncipe deixe esta classificação e se torne um país de renda média pela ONU em 2024.[10]
História
[editar | editar código-fonte]Descobrimento
[editar | editar código-fonte]Não se tem registo de ocupação humana nas ilhas de São Tomé e Príncipe anterior a 1470, sendo que as marcações históricas dão aos portugueses João de Santarém e Pêro Escobar o título de descobridores das Ilhas. Os navegadores portugueses exploraram as ilhas e decidiram que seriam boas localizações para as bases de comercialização com o continente.[11]
A ilha de São Tomé foi descoberta em 21 de dezembro de 1470, por João de Santarém, no dia de São Tomé; 27 dias depois, em 17 de janeiro de 1471, no dia de Santo Antão, Pêro Escobar chega à ilha do Príncipe.[11] Príncipe foi inicialmente chamado de Santo Antão ("Santo António"), mudando o seu nome em 1502 para a Ilha do Príncipe, em referência ao Príncipe de Portugal para quem foram pagos impostos sobre a produção de açúcar da ilha.
O primeiro assentamento bem-sucedido de São Tomé foi estabelecido em 1493 por Álvaro de Caminha, que recebeu a terra como uma concessão da coroa. Príncipe foi liquidado em 1500 sob um arranjo semelhante. A atração de colonos mostrou-se difícil, sendo assim, a maioria dos primeiros habitantes foram "indesejáveis" enviados de Portugal, a maioria judeus.[12] Com o tempo, esses colonos encontraram no solo vulcânico da região o local adequado para a agricultura, especialmente o cultivo de açúcar.[6]
Colonização portuguesa
[editar | editar código-fonte]A cana-de-açúcar e o cacau[13] foram introduzidos nas ilhas e escravos africanos foram importados[14] mas a concorrência da colónia portuguesa do Brasil e as constantes rebeliões locais levaram a cultura agrícola ao declínio no século XVI. Assim sendo, a decadência açucareira tornou as ilhas entrepostos de escravos.[15]
No final do século XVI alguns conflitos severos ocorreram nas ilhas[16] onde, na maior das revoltas internas, um escravo chamado Amador Vieira, considerado herói nacional, fundou o Reino dos Angolares, que controlou quase toda ilha de São Tomé.[17]
As revoltas e conflitos criaram o ambiente propício para que uma esquadra neerlandesa ocupasse o arquipélago (além de São Tomé e do Príncipe, ainda agrupava administrativamente as ilhas de Bioco e Ano-Bom) em agosto de 1598, sendo derrotados e expulsos somente em outubro do mesmo ano, após contra-ataque liderado por João Barbosa da Cunha, que se tornou governador interino da ilha de São Tomé. No ano seguinte, os neerlandeses, liderados por Laurens Bicker, cercaram novamente a baía de Ana Chaves, contudo sem conseguir tomar a ilha de São Tomé por completo, sendo expulsos rapidamente.[16] A maior empreitada neerlandesa porém ocorreu sob a alçada da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, que estabeleceu domínio na ilha de São Tomé entre 1641 e 1648, sendo expulsa após cerco naval lusitano durante a Reconquista de Angola e São Tomé. Em 1663 os neerlandeses ainda voltaram uma última vez, comandados pelo almirante Michiel de Ruyter, quando capturaram uma parte da ilha de São Tomé e ergueram um pequeno forte, sendo rapidamente expulsos pelos portugueses.
A agricultura só foi estimulada no arquipélago no século XIX, com o cultivo de cacau e café. Durante estes dois séculos, chamados de O ciclo do Cacau, criaram-se estruturas administrativas complexas. Elas compunham-se de vários serviços públicos, tendo a sua frente um chefe de serviço. As decisões tomadas por este tinham de ser sancionadas pelo Governador da Colónia, que para legislar, auxiliava-se de um Conselho de Governo e de uma Assembleia Legislativa.
Durante muito tempo o governador foi o comandante-chefe das forças armadas, até que, com a luta armada nos outros territórios sob o seu domínio, se criou um Comando Independente. Fora da sua alçada encontrava-se a Direção-Geral de Segurança (DGS). O Governador deslocava-se periodicamente a Lisboa, para informar o governo colonial e dele trazer instruções.
Na ilha do Príncipe, em representação do Governo havia o administrador do Concelho com largas atribuições. A colónia estava dividida em dois concelhos, o de São Tomé, o do Príncipe, e em várias freguesias.
No final da década de 1950, quando outras nações emergentes do continente africano exigiram sua independência, um pequeno grupo de são-tomenses formou o Movimento para a Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP) — de cunho nacionalista, com viés marxista e oposicionista ao domínio português — que acabou estabelecendo a sua base no Gabão. Ganhando impulso na década de 1960, os acontecimentos ocorreram rapidamente após a queda da ditadura de Marcello Caetano em Portugal em abril de 1974. Assim, em 1975, após cerca de 500 anos de notável controle de Portugal, o arquipélago é descolonizado.[14][18]
Independência e pós-1975
[editar | editar código-fonte]Após a independência, foi implantado um regime socialista de partido único e as plantações são nacionalizadas[14] sob a alçada do MLSTP. Dez anos após a independência (1985), inicia-se a abertura económica do país. Em 1990, adota-se uma nova constituição, que institui o pluripartidarismo.[14]
Em 1991, durante suas primeiras eleições legislativas livres, o Partido de Convergência Democrática — Grupo de Reflexão (PCD-GR) sagrou-se vencedor do processo eletivo, conquistando a maioria das cadeiras do parlamento são-tomense. A eleição para presidente contou com a participação de Miguel Trovoada, ex-primeiro-ministro do país que estava exilado desde 1978. Sem adversários, Trovoada foi eleito para o cargo. Em 1995 foi instituído um governo local na ilha do Príncipe, com a participação de cinco membros. Nas eleições parlamentares de 1998, o MLSTP incorpora no seu nome PSD (Partido Social Democrata) e conquista a maioria no Parlamento, o que tornou possível ao partido indicar o primeiro-ministro.[19] Ao longo da democratização do país, quatro tentativas de golpe não violentas foram registadas em 1995, 1998, 2003 e 2009. Todas fracassaram.[20]
Em 2001, Fradique de Menezes tornou-se presidente e prometeu mais colaboração com o parlamento. Em 2003 resistiu a uma tentativa de golpe.[14]
Geografia
[editar | editar código-fonte]As ilhas que formam São Tomé e Príncipe estão situadas no Golfo da Guiné à altura da linha do equador, a cerca de 250 km da costa noroeste do Gabão. São Tomé e Príncipe é uma continuação da linha vulcânica dos Camarões na África continental. Uma cadeia de ilhas estende-se desde o Monte Camarões, no continente, até ao mar, no sentido sudoeste, até Bioko, passando por Príncipe, São Tomé e Ano-Bom. Príncipe e São Tomé são ilhas oceânicas, isto é, vulcões que se erguem abruptamente do fundo do mar e rodeados por mares profundos.[21] As ilhas foram formadas de meados ao final do período terciário. Príncipe tem 31 milhões de anos, enquanto São Tomé tem 15,7 milhões de anos.[21]
A zona económica exclusiva do país faz fronteira com a Guiné Equatorial e o Gabão. No noroeste, ela se sobrepõe à da Nigéria. Em 2001, os dois países firmaram um acordo sobre uma zona de manejo comum para a exploração de recursos na área.[22][23]
As ilhas são íngremes, com uma pequena zona de planícies.[21] No sul e no oeste há altas montanhas de origem vulcânica, enquanto a paisagem no extremo norte é caracterizada por baixo relevo.[24] As montanhas estão fortemente erodidas. O solo, com basalto e fonólito, é relativamente fértil.[21] O Pico Cão Grande é um grande pico vulcânico, a sul de São Tomé. Tem uma elevação de mais de 300 m acima da planície circundante e 663 m acima do nível do mar.[25]
São Tomé tem 50 km de comprimento e 30 km de largura, sendo a mais montanhosa das duas ilhas principais do arquipélago. Seus picos atingem 2 024 m — Pico de São Tomé. Príncipe tem cerca de 30 km de comprimento e 6 km de largura. Seus picos atingem 948 m — Pico de Príncipe. O Equador fica imediatamente a sul da ilha de São Tomé, passando sobre o ilhéu das Rolas.[21]
Clima
[editar | editar código-fonte]São Tomé e Príncipe tem um clima do tipo equatorial, quente e húmido, com temperaturas médias anuais que variam entre os 22 °C e os 30 °C. É um país com uma multiplicidade de microclimas, definidos, principalmente, em função da pluviosidade, da temperatura e da localização. A temperatura varia em função da altitude e do relevo.
Devido às montanhas e ao vento sudoeste, a maioria das precipitações cai ao sul e sudoeste das ilhas.[26] Ao norte de São Tomé, o clima é mais seco, com paisagem de savana. Em São Tomé, 1 000 mm de precipitação cai no nordeste e 4 000 mm no sudoeste.[21]
As estações são controladas pela variação na zona de convergência intertropical.[24] Há duas estações chuvosas que coincidem com o equinócio em março e setembro.[24] Entre eles estão os meses de vento de maio a agosto e os meses de maior calor de dezembro a fevereiro. A estação seca é mais perceptível no norte e leste e no sudoeste pode estar ausente por alguns anos.[26]
O padrão de ocupação afetou o clima e a vegetação.[24] Isso aconteceu apenas quando as plantações de açúcar foram plantadas e a floresta ao norte da ilha foi limpa. Aqui, as áreas foram secas para que apenas grama e baobá cresçam.[24]
Ilhéus do arquipélago
[editar | editar código-fonte]Meio ambiente e biodiversidade
[editar | editar código-fonte]O território do país faz parte da ecorregião de florestas húmidas de várzea de São Tomé, Príncipe e Annobón.[27] São Tomé e Príncipe possui uma pontuação média no Índice de Integridade da Paisagem Florestal de 6,64, em um total de dez pontos, classificando-o em 68º lugar globalmente entre 172 países.[28]
São Tomé e Príncipe não tem um grande número de mamíferos nativos (embora o musaranho-de-São Tomé e várias espécies de morcegos sejam endêmicas). As ilhas abrigam um grande número de pássaros e plantas endémicas, incluindo o menor íbis do mundo (o íbis de São Tomé), o maior pássaro solar do mundo (o pássaro gigante), o raro fiscal de Newton (ou fiscal de São Tomé) e várias espécies gigantes de Begônia. São Tomé e Príncipe é um importante local de nidificação de tartarugas marinhas, incluindo as tartarugas-de-pente.
Demografia
[editar | editar código-fonte]Do total da população de São Tomé e Príncipe, cerca de 180 mil vivem na ilha de São Tomé e sete mil e quinhentos na ilha do Príncipe.[2] Todos eles descendem de vários grupos étnicos que emigraram para as ilhas.
As ilhas são uma antiga colónia portuguesa. Na década de 1970 houve dois fluxos populacionais significativos — o êxodo da maior parte dos 4 000 residentes portugueses e o influxo de várias centenas de refugiados são-tomenses vindos de Angola. Os ilhéus foram na sua maior parte absorvidos por uma cultura comum luso-africana. Quase todos pertencem às igrejas Católica Romana, Evangélica, Nazarena, Congregação Cristã ou Adventista do Sétimo Dia, que, por sua vez, mantém laços estreitos com as igrejas em Portugal.[carece de fontes]
- População urbana — 65,1%[29]
- População rural — 34,9%
Línguas
[editar | editar código-fonte]O português é a língua oficial e de facto nacional de São Tomé e Príncipe, sendo falada por cerca de 98,4%[1] da população do país, uma parte significativa dela como sua língua materna. Variantes reestruturadas de português ou crioulos portugueses[30] também são falados como o forro, o crioulo cabo-verdiano (8,5%), o angolar (6,6%) e o lunguié (1%). O francês (6,8%) e inglês (4,9%) são as línguas estrangeiras ensinadas nas escolas.
Religião
[editar | editar código-fonte]As manifestações religiosas são imensamente complexas. Elas têm origem nos mais variados credos, pois se atendermos à gama de indivíduos de várias origens, facilmente se encontra a explicação deste facto.
De acordo com o CIA - The World Factbook a população de São Tomé e Príncipe dividia-se, aquando dos censos de 2001,[31] de acordo com as suas filiações religiosas da seguinte forma: 77,5% de Cristãos, (na sua maioria católicos — 70,3%), 3,1% seguem outras religiões e 19,4% são não religiosos.
Política
[editar | editar código-fonte]São Tomé e Príncipe é uma república semipresidencialista democracia representativa, o presidente é o chefe de Estado e o primeiro-ministro é o chefe de governo.
A Constituição de 2003 é a principal lei do país, tendo sido adotada pela Lei n.º 1/03, de 29 de janeiro de 2003. Outras normas jurídicas importantes do país são a Lei nº 8/1991 (Lei Base do Sistema Judiciário), a Lei nº 10/1991 (Estatuto dos Magistrados Judiciais), a Lei nº. 5/1997 (Estatuto da Função Pública).
Partidos Políticos
- MLSTP–PSD: Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe — Partido Social Democrata
- ADI: Acção Democrática Independente
- PCD–GR: Partido de Convergência Democrática — Grupo de Reflexão
- MDFM: Movimento Democrático Força de Mudança (Partido criado por Fradique de Menezes)
- Outros partidos sem representação parlamentar
Poder Legislativo
- Unicameral — Assembleia Nacional, com 55 membros
- Constituição: 2003
Subdivisões
[editar | editar código-fonte]São Tomé e Príncipe é um país constituído por duas ilhas principais e alguns ilhéus menores, e está administrativamente dividida em sete distritos. Em 2004, São Tomé e Príncipe contava com 139 000 habitantes e em 2012 com 178 739 habitantes.[32]
A Ilha de São Tomé, cuja capital é a cidade de São Tomé, tem uma população estimada em 133 600 habitantes (2004), numa área de 859 km².
A Ilha do Príncipe, cuja capital é Santo António, é a ilha menor, com uma área de 142 km² e uma população estimada em 5 400 habitantes (2004). Desde 29 de Abril de 1995 que a ilha do Príncipe constitui uma região autónoma.
O Ilhéu das Rolas fica a poucos metros a sul da ilha de São Tomé e tem a particularidade de ser atravessado pela linha do Equador.
Apesar de estar consagrado na Constituição que os distritos devam ser governados por órgãos autárquicos eleitos, até ao momento realizaram-se poucas destas eleições em São Tomé e Príncipe, com regularidades de intervalo críticas.
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Ilha de São Tomé : |
Ilha do Príncipe |
Economia
[editar | editar código-fonte]São Tomé e Príncipe tem apostado no turismo para o seu desenvolvimento,[33] mas a recente descoberta de jazidas de petróleo nas suas águas abriu novas oportunidades. A atividade pesqueira continua a ser uma das principais atividades económicas do país. O país continua também a manter estreitas relações bilaterais com Portugal. Em 2017, as exportações de São Tomé e Príncipe equivaleram a 16 milhões de dólares e as importações a 140 milhões de dólares.
As principais exportações de São Tomé e Príncipe são sementes de cacau (60% das exportações), petróleo (10% das exportações) e exportações de mobília, algodão e papel também são importantes (abaixo de 5%, cada). As principais importações são de carros e motores elétricos. Os maiores parceiros em termos de exportação, são a Polónia, Espanha, Holanda e Guiana.[34]
O maior parceiro em termos de importações de São Tomé e Príncipe é Portugal, 56% das importações provêm de Portugal. Outros parceiros em termos económicos, são a China, Nigéria, França e Estados Unidos.[34]
Infraestrutura
[editar | editar código-fonte]Educação
[editar | editar código-fonte]A nível superior existem neste momento as seguintes instituições:
- Universidade de São Tomé e Príncipe;[35]
- Instituto Universitário de Contabilidade, Administração e Informática (IUCAI);
- Universidade Lusíada.
A última é dependência da universidade privada portuguesa do mesmo nome.
Saúde
[editar | editar código-fonte]São Tomé e Príncipe sofre uma taxa de mortalidade infantil bastante elevada (27% segundo a OMS, em 2015[36])e possui uma incidência muito significativa de doenças infecciosas e carências nutricionais nas causas de morte.
A rede sanitária do país possui uma boa cobertura. Esta é constituída por postos comunitários geridos pelos agentes de saúde comunitária, postos de saúde a cargo de enfermeiro e centros de saúde dirigidos por médicos, com alguns serviços diferenciados inclusive com hospitalização. O único hospital de referência denomina-se Hospital Dr. Ayres de Menezes, na capital, apresentando algumas deficiências nos cuidados de saúde prestados.[37] Os serviços de saúde possuem unidades de internamento distritais em Caué (construída com o apoio da ONG portuguesa AMI), Lembá e na ilha do Príncipe e, ainda, centros de saúde nos restantes distritos. Os tratamentos mais diferenciados são encaminhados para o Gabão ou para Portugal.
Graças a fortes investimentos, em cooperação com a Organização Mundial de Saúde, entre 2000 e 2015 o paludismo, a doença mais mortal do mundo, não vitimou qualquer cidadão em São Tomé e Príncipe. Em consequência deste progresso o país recebeu três Prémios de Excelência entregues pela Aliança dos Líderes Africanos contra a Malária, pelo cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento do Milénio referentes à reversão da incidência da malária e de outras doenças até 2015.[37]
Cultura
[editar | editar código-fonte]No folclore santomense são de destacar a sobrevivência de dois autos renascentistas (século XVI): "A Tragédia do marquês de Mântua e do Príncipe D. Carlos Magno", denominado localmente de "Tchiloli" e o "São Lourenço" (por ser representado no dia deste santo) e que é idêntico aos "Autos de Floripes"[38] que ainda hoje é representado na aldeia das Neves, perto de Viana do Castelo.
A Cena Lusófona editou um livro, Floripes Negra, em que Augusto Baptista, ensaísta e fotógrafo, faz um levantamento sobre as origens do "Auto da Floripes" e as suas ligações com Portugal.
Património
[editar | editar código-fonte]Arquitetura religiosa
- Igreja de Nossa Senhora do Rosário (ilha do Príncipe)
- Sé Catedral (ilha de São Tomé)
- Igreja de Madre Deus (ilha de São Tomé)
Arquitetura militar
- Forte de Santo António (Ponta da Mina) (edificado depois de 1695 e reconstruído em 1809)
- Fortaleza de São Sebastião (que hoje alberga o Museu Nacional de São Tomé e Príncipe) (1566) (cidade de São Tomé)
- Forte de São Jerónimo (1613)
- Forte de São José (1756)
Edificações do século XX
- Cineteatro Marcelo da Veiga (cidade de São Tomé)
- Liceu Nacional (cidade de São Tomé)
- Arquivo Histórico (cidade de São Tomé)
- Mercado Municipal (cidade de São Tomé)
- Edifício da Companhia Santomense de Telecomunicações (cidade de São Tomé)
- Antigo Bairro Salazar, hoje 3 de fevereiro (cidade de São Tomé)
Património de origem portuguesa
- Esculturas de Pêro Escobar, João de Santarém e João de Paiva reunidas em frente à Fortaleza de São Sebastião
- Monumentos a Vasco da Gama e o das Comemorações Henriquinas de 1960 situados na marginal da cidade de São Tomé
- Edificações do séc XIX e XX, designadas por "Roça" implantadas um pouco por todo o território. De cariz agrícola dispunham além das áreas habitacionais, de valências industriais, saúde, educação, produção e transformação agrícola e industrial.
Património científico
- Padrão do Equador no Ilhéu das Rolas (1936)
Ver também
[editar | editar código-fonte]- África
- Lista de Ilhéus de São Tomé e Príncipe
- Lista de países
- Império Português
- Missões diplomáticas de São Tomé e Príncipe
- Português de São Tomé e Príncipe
Referências
- ↑ a b c d e f g «São Tomé e Príncipe no CIA World Factbook». Central Intelligence Agency (CIA). Consultado em 26 de agosto de 2023
- ↑ a b «São Tomé e Príncipe tem 187.356 habitantes – Téla Nón». telanon.info
- ↑ a b Erro de citação: Etiqueta
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- ↑ «Relatório de Desenvolvimento Humano 2021/2022» 🔗 (PDF). Programa de Desenvolvimento das Nações Unida. Consultado em 8 de setembro de 2022
- ↑ «São Tomé and Príncipe Returns to GMT». Time and Date (em inglês). Consultado em 7 de março de 2019
- ↑ a b c d e f g «São Tomé e Príncipe». Info Escola. Consultado em 7 de março de 2019
- ↑ «São Tomé e Príncipe». Brasil Escola. Consultado em 7 de março de 2019
- ↑ a b «República Democrática de São Tomé e Príncipe». Ministério dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades da República Democrática de São Tomé e Príncipe. Consultado em 7 de março de 2019
- ↑ «Boas Vindas!». Arquivo Histórico de São Tomé e Príncipe. Consultado em 7 de março de 2019
- ↑ «São Tomé e Príncipe anuncia graduação a país de renda média para 2024». ONU News. Consultado em 1 de outubro de 2020
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- ↑ a b «OEC - Sao Tome and Principe (STP) Exports, Imports, and Trade Partners». oec.world (em inglês). Consultado em 19 de maio de 2020
- ↑ São Tomé e Príncipe: Primeira universidade pública é criada no país - Portal UNILAB
- ↑ «apps.who.int». apps.who.int. Consultado em 29 de maio de 2023
- ↑ a b Oliveira, Gisela (2018). Marketing social e combate ao paludismo: estudo das campanhas de comunicação em São Tomé e Príncipe, Universidade de Évora.
- ↑ «Cena Aberta - Ano 1 - número 0». www.cenalusofona.pt
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Ministério de Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades
- Embaixada de São Tomé e Príncipe em Lisboa
- Imagens de São Tomé e Príncipe
- Divisão do Ministério das Relações Exteriores do Brasil responsável pelas relações bilaterais com São Tomé e Príncipe
- Informações diversas sobre São Tomé e Príncipe em Inglês
- Portal Sobre São Tomé e Príncipe
- Jornais de São Tomé e Príncipe
- Associação Caué — Amigos de São Tomé e Príncipe, em Barcelona
- Atlas de São Tomé e Príncipe Catálogo de cartografia disponível na rede
- Patrimônio Cultural Material e Imaterial de São Tomé e Príncipe