Rua Coronel Silva Gomes
Rua Coronel Silva Gomes | |
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São Paulo, Brasil | |
Rua Coronel Silva Gomes (CEP 03029-020) (Bairro do Canindé, Pari, São Paulo), que homenageia o compositor luso-brasileiro André da Silva Gomes | |
Extensão | 100 m |
Início | Rua Coronel Morais |
Estado | SP |
Cidade | São Paulo |
Distrito(s) | Pari |
Bairro(s) | Canindé |
Fim | Rua Rio Bonito |
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A Rua Coronel Silva Gomes é um logradouro do bairro do Canindé, distrito do Pari, na Região Central da cidade de São Paulo, distrito administrado pela Subprefeitura da Mooca, tendo como CEP 03029-020. Apesar de sua posição geográfica, o distrito integra a Região Administrativa do Sudeste.[1] A região apresenta perfil residencial, caracterizado por uma população de Classe média e Classe média alta. Por ser o bairro onde está sediada a Associação Portuguesa de Desportos,[1] é uma antiga região de imigrantes portugueses.[2]
Homenageado
[editar | editar código-fonte]Embora pequena (cerca de 100 m), essa rua é importante por seu nome ter representado uma homenagem ao mais conhecido músico da cidade de São Paulo em seu tempo, o organista e compositor luso-brasileiro André da Silva Gomes (Lisboa, 30 de novembro de 1752 — São Paulo, 16 de junho de 1844), radicado desde 1774 na cidade de São Paulo.
André da Silva Gomes atuou em São Paulo como organista e mestre de capela da catedral, compositor, mestre régio de latim, primeiro professor de latim da Faculdade de Direito de São Paulo e político (representante da instrução pública), com participação decisiva na movimentação de apoio da Província de São Paulo ao processo de independência e tendo sido a única testemunha ocular a deixar um relato descritivo da revolta paulistana (contrária ao liberalismo) conhecida como Bernarda de Francisco Inácio.[3]
"André da Silva", como também era conhecido, foi o músico mais influente em São Paulo durante o período de sua atividade como mestre de capela na catedral (1774-1823)[4] e o mais antigo compositor ativo nessa cidade cujas obras foram preservadas (ainda que parcialmente), especialmente no Arquivo da Cúria Metropolitana de São Paulo. O título militar expresso no nome da Rua Coronel Silva Gomes deve-se ao fato de que André da Silva Gomes também teve a patente de tenente-coronel e por algum tempo exerceu o cargo de músico do Quartel de São Paulo. Embora André da Silva Gomes tenha vivido sempre na região central de São Paulo (hoje conhecida como Centro Velho), a provável razão de seu nome ter sido atribuído a essa rua, considerando-se que esse mestre de capela era natural de Lisboa, foi a associação entre o Bairro do Canindé e a imigração portuguesa.[3]
Histórico
[editar | editar código-fonte]A rua foi aberta em 1922, como pequena via de comunicação entre as ruas Rio Bonito e Coronel Morais. Não é conhecido o decreto que deu nome a essa rua. A mais antigo decreto sobre esse logradouro é o Decreto Municipal nº 1108, de 10 de dezembro de 1949, que aprovou o plano de nivelamento da Rua Coronel Silva Gomes.[5] O nome do homenageado foi usado de maneira truncada e, por algum tempo, houve dúvida sobre a a identidade desse "Coronel Silva Gomes".[3]
Quem esclareceu esse assunto foi Clóvis de Oliveira, que inicialmente reparou a existência de algumas ruas com nome próximo a André da Silva Gomes. Em um trabalho de 1944 perguntava: "No Belenzinho há uma rua denominada André Gomes. De quem se trata? Será de André da Silva Gomes, natural de Portugal, que foi o primeiro [sic] mestre de capela da Sé de S. Paulo, o primeiro a orquestrar, a pedido de D. Pedro I, o Hino da Independência, da autoria do Imperador, em 1822?"[6]
A confirmação entre a identidade do "Coronel Silva Gomes" e do mestre de capela André da Silva Gomes acabou sendo conferida pela Lei Municipal nº 3873, de 15 de abril de 1950, que dispõe sobre denominação de via pública, a qual determinou, no Art. 2º, que “As placas de nomenclatura da Rua Coronel Silva Gomes conterão, em caracteres menores, os seguintes dizeres: 1º Mestre da Capela da Sé.”[7] Essa informação, entretanto, não mais existe nas placas atuais (sendo necessário corrigir o fato de que André da Silva Gomes não foi o primeiro mestre de capela da Catedral de São Paulo, porém é o mais antigo do qual são conhecidas suas composições).[8][6][3]
A identidade entre o "Coronel Silva Gomes" e o mestre de capela André da Silva Gomes foi confirmada pela pesquisa de Clóvis de Oliveira, em dois trabalhos significativos sobre o assunto,[8][6] e segue sendo confirmada pelo Dicionário de Ruas, do Arquivo Histórico Municipal de São Paulo, faltando apenas a correspondente informação na placa do logradouro.[9][3]
Outras homenagens a André da Silva Gomes
[editar | editar código-fonte]Ver também
[editar | editar código-fonte]- História da Música Brasileira
- Alma Latina: música das América sob domínio europeu
- Acervo da Música Brasileira
- Patrimônio Arquivístico-Musical Mineiro
- Museu da Música de Mariana
Referências
- ↑ a b Ademilar.com.br (10 de julho de 2017). «Conheça o bairro Canindé, em São Paulo». Consultado em 29 de outubro de 2017
- ↑ G1. «Bairro do Canindé se torna um reduto da comunidade portuguesa». Consultado em 29 de outubro de 2017
- ↑ a b c d e Paulo Castagna (fevereiro de 2018). André da Silva Gomes (1752-1844): memória, esquecimento e restauração. [S.l.: s.n.]
- ↑ OLIVEIRA, Clóvis de. André da Silva Gomes (1752-1844) “O mestre de Capela da Sé de São Paulo”: Obra premiada no Concurso de História promovido pelo Departamento Municipal de Cultura, de São Paulo: em 1946. São Paulo: [ed. do autor], 1954. 58p.
- ↑ «Leis Municipais». leismunicipais.com.br. Consultado em 10 de abril de 2019
- ↑ a b c OLIVEIRA, Clóvis de (1944). Nomenclatura das ruas de São Paulo. Resenha Musical, São Paulo, Ano 7, n.73- 74, p.21-25, set.-out. 1944.: [s.n.]
- ↑ «Leis Municipais». leismunicipais.com.br. Consultado em 10 de abril de 2019
- ↑ a b OLIVEIRA, Clóvis de. André da Silva Gomes (1752-1844) “O mestre de Capela da Sé de São Paulo”: obra premiada no Concurso de História promovido pelo Departamento Municipal de Cultura, de São Paulo em 1946. São Paulo: [ed. do autor], 1954. p. 27.
- ↑ «DICIONÁRIO DE RUAS». dicionarioderuas.prefeitura.sp.gov.br. Consultado em 10 de abril de 2019