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Rubia

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaRubia
ruiva, garança
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Clado: angiospérmicas
Clado: eudicotiledóneas
Clado: asterídeas
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Gentianales
Família: Rubiaceae
Subfamília: Rubioideae
Tribo: Rubieae
Género: Rubia
L.
Espécie-tipo
Rubia tinctorum
L.
Espécies
Cerca de 80 spp.
Ver texto.
Rubia tinctorum.
Rubia peregrina.
Frutos de Rubia cordifolia.

Rubia L. é um género plantas com flor pertencente à família das Rubiaceae, com distribuição natural nas regiões temperadas do Paleártico, que agrupa cerca de 80 espécies de herbáceas e de subarbustos, sempre perenifólias e geralmente trepadoras.[1] As espécies mais conhecidas são Rubia tinctorum, Rubia peregrina e Rubia cordifolia, todas com uso em tinturaria tradicional como fontes de tons de vermelho.[2]

Os membros do género Rubia são espécies de plantas herbáceas ou subarbustos trepadores que alcançam até 1,5 m de altura, com folhas perenes de 5–10 cm de comprimento e 2–3 cm de largura. As flores, que ocorrem em conjuntos de 4-7, em torno de um caule central, são pequenas, de 3–5 mm de diâmetro, de coloração amarelada pálida, agrupadas em densos rácimos. Florescem em junho-agosto.

O fruto é uma pequena drupa, negra brilhante quando madura. A dispersão é zoocórica, essencialmente feita pelas aves.

As espécies tintureiras do género Rubia foram uma fonte economicamente importante de pigmento vermelho utilizado no tingimento de têxteis em múltiplas regiões da Ásia, Europa e Norte de África. Em consequência, a etimologia do nome genérico Rubia deriva do latim ruber, significando "rubro" ou "vermelho".

A capacidade colorante das espécie do género Rubia resultam da presença nas raízes de um composto do grupo dos antracenos conhecido por alizarina, o qual dá origem ao pigmento tintureiro conhecido pelo nome comercial de rosa de garança ou alizarina. Era também um corante, especialmente para tintas, referido por laca de garança, cuja produção cessou quase por completo após a introdução no mercado de alizarina sintética.[3]

Várias espécies de Rubia, entre as quais Rubia tinctorum na Europa, Rubia cordifolia na Índia e Rubia argyi no leste da Ásia, foram extensivamente cultivadas desde a antiguidade até meados do século XIX para produção de alizarina. Tecidos tingidos com este pigmento foram encontrados em múmias do Antigo Egipto e o corante era conhecido por ereuthedanon (ἐρευθέδανον) e usado para dar cor às vestes das mulheres da Antiga Líbia nos tempos de Heródoto.[4] Era o erythrodanon (ἐρυθρόδανον) mencionado por Dioscórides, que escreveu sobre o seu cultivo na Cária,[5] e por Hipócrates.[6] O pigmento é designado por Rubia por Plínio, o Velho.[7]

A espécie R. tinctorum foi muito cultivada no sul da Europa, especialmente na França, onde era conhecida por garance, e nos Países Baixos. Embora com menor uso, esta espécie foi também cultivada nos Estados Unidos. Na fase inicial da Revolução Industrial grandes quantidades do pigmento eram importadas para Inglaterra a partir dos portos de Smyrna, Trieste, Livorno e de outras cidades do Mediterrâneo. O cultivo decresceu após ter sido descoberta a síntese da alizarina artificial.[8]

As espécies de Rubia eram também utilizados como planta medicinal em diversas antigas civilizações, subsistindo esse uso na Europa até ao final da Idade Média. John Gerard, em 1597, escreveu que essas plantas eram cultivadas em muitos jardins daquele tempo, e descreveu as suas muitas supostas virtudes terapêuticas.[9] Contudo, à luz da moderna medicina, não são reconhecidas quaisquer efeitos farmacológicos ou terapêuticos a qualquer das espécies do género.

O efeito fisiológico mais notável que se conhece da alizarina é o de colorir de vermelho os ossos dos animais cujos alimentos a contenham, o que abrange as garras, unhas e bicos das aves. Este efeito resulta da afinidade química do fosfato de cálcio pelo corante.[10] Esta propriedade foi usada por fisiologistas para estudar o desenvolvimento dos ossos e as funções dos vários tipos de células envolvidos no crescimento das estruturas ósseas.[8]

O género foi descrito por Carolus Linnaeus e publicado em Species Plantarum 1: 109. 1753.[11] A espécie tipo é Rubia tinctorum L.

O género Rubia inclui as seguintes espécies:

Notas

  1. «Rubia in the World Checklist of Rubiaceae». Consultado em 1 de abril de 2014 
  2. Cannon J, Cannon M (2002). Dye Plants and Dyeing 2 ed. [S.l.]: A & C Black. pp. 76–80. ISBN 978-0-7136-6374-7 
  3. «Material Name: madder». material record. Museum of Fine Arts, Boston. Novembro de 2007. Consultado em 1 de janeiro de 2009. Arquivado do original em 27 de julho de 2011 
  4. Herod. iv. 189
  5. Dioscorides iii. 160
  6. Hippocrates, De morb. mul. i.
  7. Pliny xix. 17
  8. a b Este artigo incorpora texto (em inglês) da Encyclopædia Britannica (11.ª edição), publicação em domínio público.
  9. Herball, p. 960
  10. Pereira, Mat. Med., vol. ii. pt. 2, p. 52
  11. «Rubia». Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. Consultado em 29 de janeiro de 2013 

Classificação lineana do género

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Sistema Classificação Referência
Linné Classe Tetrandria, ordem Monogynia Species plantarum (1753)
  • Flora of China Editorial Committee. 2011. Fl. China 19: 1–884. Science Press & Missouri Botanical Garden Press, Beijing & St. Louis.
  • Lorence, D. H. 1999. A nomenclator of Mexican and Central American Rubiaceae. Monogr. Syst. Bot. Missouri Bot. Gard. 73: 1–177.
  • Nasir, E. & S. I. Ali (eds). 1980-2005. Fl. Pakistan Univ. of Karachi, Karachi.

Ligações externas

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