Rui Mário Gonçalves
Rui Mário Gonçalves | |
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Rui Mário Gonçalves, 2013 | |
Nascimento | 12 de outubro de 1934 Abragão, Penafiel |
Morte | 2 de maio de 2014 (79 anos) Lisboa |
Nacionalidade | ![]() |
Ocupação | Crítico de arte; historiador de arte |
Rui Mário Gonçalves (Abragão, Penafiel, 12 de outubro de 1934 — Lisboa, 2 de maio de 2014) foi um professor, crítico e historiador de arte português.[1]
Biografia / Obra[editar | editar código-fonte]
Irmão de Eurico Gonçalves. Licenciado em Ciências Físico-Químicas pela Universidade de Lisboa, Rui Mário Gonçalves interessou-se desde muito cedo pelas artes plásticas, tendo promovido, no âmbito das associações académicas, diversas exposições didáticas e exposições coletivas de artistas portugueses, entre as quais a Primeira Retrospetiva da Pintura Não-Figurativa Portuguesa (1958).[1]
Iniciou atividade como crítico de arte em 1961. Em 1963 a Fundação Calouste Gulbenkian atribuiu-lhe o Prémio Gulbenkian de Crítica de Arte; nesse mesmo ano partiu para Paris como bolseiro dessa fundação, tendo estudado com Pierre Francastel e outros mestres de renome internacional, regressando a Portugal três anos mais tarde. Desde então desenvolveu diversas atividades de promoção e divulgação de artes plásticas, entre as quais: participação na organização de numerosas exposições de arte moderna, elaboração de catálogos, redação de prefácios e ensaios, colaboração em vários órgãos de comunicação social. Colaborou em jornais como A Capital; Expresso; Diário de Notícias; Jornal de Letras, Artes e Ideias; e em revistas da especialidade, nomeadamente: Arquitetura; Colóquio; Colóquio/Artes e na revista Arte Opinião [2] (1978-1982). Manteve dois programas quinzenais na RDP (Antena 2): As Cores e as Formas (l980-89); A Dádiva das Formas (l995-2000).[3]
Lecionou no Curso de Formação Artística da Sociedade Nacional de Belas Artes entre 1967 e 1986. Foi docente nas Escolas de Teatro e de Cinema do Conservatório Nacional de Lisboa entre 1972 e 1977. Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde iniciou atividade docente em 1974, no Departamento de Literaturas Românicas.
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/8f/Rui_M%C3%A1rio_Gon%C3%A7alves_Pintura_e_escultura_em_Portugal_1940-1980.jpg/150px-Rui_M%C3%A1rio_Gon%C3%A7alves_Pintura_e_escultura_em_Portugal_1940-1980.jpg)
Foi membro do Conselho Técnico da Cooperativa Gravura, vice-presidente da Sociedade Nacional de Belas Artes e presidente da secção portuguesa da AICA (Associação Internacional de Críticos de Arte). No final da década de 1960 dirigiu a galeria de arte da Livraria Buchholz, Lisboa. Proferiu inúmeras palestras e conferências, dentro e fora do país; assinou trabalhos em dicionários e enciclopédias; traduziu obras de diversos historiadores de arte; foi autor de vários livros de História da Arte e de monografias sobre artistas.
Entre as suas obras podem destacar-se: Pintura e Escultura em Portugal, l940-1980 (1980); O Imaginário da Cidade de Lisboa (1985); Dez Anos de Artes Plásticas e Arquitetura – 1974-84 (em colaboração com Francisco da Silva Dias, 1985); O Fantástico na Arte Portuguesa Contemporânea (1986); Pioneiros da Modernidade (1986); De 1945 à Atualidade (1986); Cem Pintores Portugueses do Século XX (1986); Arte Portuguesa em 1992 (1992); Arte Portuguesa nos Anos 50 (1996); O Que Há de Português na Arte Moderna Portuguesa (1998); A Arte Portuguesa do Século XX (1998); Vontade de Mudança (2004). Entre as suas monografias sobre artistas plásticos portugueses destacam-se: António Dacosta (1983), Almada Negreiros (2005), Amadeo de Souza-Cardoso (2006), Cruzeiro Seixas (2007).[4]
Rui Mário Gonçalves tinha não apenas um vasto conhecimento mas também uma invulgar capacidade de comunicação, "uma qualidade de presença rara e entusiástica. Em público ou em privado [...] tinha um raro condão, entusiasmava-se e entusiasmava, na rua ou no café, em intermináveis conversas ao falar de pintura e de artistas, as figuras do passado [...] estavam ali connosco, [...] porque elas faziam parte do seu viver e passavam imediatamente a fazer parte do nosso".[5]
Morreu a 2 de Maio de 2014 aos 79 anos de idade.[6]
Referências
- ↑ a b Biografia de Rui Mário Gonçalves. In: Gonçalves, Rui Mário. Almada Negreiros: O menino de olhos de gigante. Lisboa: Caminho, 2005. ISBN 972-21-1689-4
- ↑ Rita Correia (16 de maio de 2019). «Ficha histórica:Arte Opinião (1978-1982)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 22 de Maio de 2019
- ↑ «Rui Mário Gonçalves». Direção Geral do Livro e das Bibliotecas. Consultado em 2 de maio de 2014
- ↑ «Rui Mário Gonçalves». Centro Mário Dionísio. Consultado em 2 de maio de 2014
- ↑ Porfírio, José Luís – "Rui Mário 1934-2014", Expresso, 10-05-2014
- ↑ «Morreu Rui Mário Gonçalves, decano dos críticos de arte contemporânea». Jornal Público. Consultado em 2 de maio de 2014