Salame
Salame italiano (Friuli). | |
Categoria | enchido |
País | Itália |
Receitas: Salame Multimédia: Salame |
O salame (em italiano: salame, plural: salami) é um enchido de origem italiana. O nome é derivado do verbo italiano salare, que significa salgar.[1]
Historicamente, o salame está associado aos camponeses italianos, como um produto de carne que podia ser armazenado a temperatura ambiente, por períodos de até um ano, constituindo um suplemento ao fornecimento escasso ou inconstante de carne fresca, em épocas mais remotas.
Ingredientes
[editar | editar código-fonte]Um salame tradicional, embora existam diversas variedades, é feito de uma mistura de ingredientes que pode incluir os seguintes:
- Carne de bovino ou de suíno cortada em pedaços; as versões industriais podem incluir carne de frango ou corações de bovino
- Vinho
- Sal
- Ervas aromáticas e especiarias diversas.
A mistura crua fermenta durante um dia, para depois ser introduzida numa tripa comestível ou artificial, e pendurada para ser curada.
No Brasil
[editar | editar código-fonte]O salame é comum em diversas regiões do Brasil, podendo ser encontrado uma grande variedade. No Paraná o salame cracóvia é um embutido defumado feito com carne suína selecionada, geralmente o lombo ou pernil do porco, muito bem temperada com alho, pimenta e sal.[2][3][4][5][6] O embutido surgiu na década de 1960, em Prudentópolis, região centro-sul do Paraná, colonizada por eslavos, em sua maioria por descendentes de ucranianos.[2][3][4] Uma família ucraniana buscava produzir um embutido artesanal que fosse diferente das salsichas, mortadelas, salames e linguiças da época.[3] O salame cracóvia é defumado em alta temperatura, o que o deixa cozido. Diferenciando-o do salame tradicional, que é cru, defumado e maturado a frio, e da tradicional linguiça, que é embutida e defumada também a frio, mas não maturada.[3] A iguaria agradou muito os imigrantes poloneses que batizaram com o nome de cracóvia, em referência à cidade polonesa Kraków.[3] O seu uso é diversificado, mas é comum sendo usado fatiado em sanduíches,[5] em entradas e na preparação de molhos, e até no recheio de pizzas e em risotos.[3][7][8]
Em Portugal
[editar | editar código-fonte]Devido ao grande crescimento que os restaurantes italianos têm experimentado nas principais cidades de Portugal nos últimos anos,[9] o consumo deste produto tem se espalhado, mas continua a ser um enchido pouco popular no país, embora seja facilmente acessível nos supermercados. Em Portugal existem outros enchidos semelhantes, tal como o salsichão ibérico e o paio de porco preto do Alentejo. Aliás, também existe um doce chamado «salame», que tem a mesma forma mas é feito de chocolate com bolachas Maria trituradas.[10]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «Il nome del salame» (em italiano). Villani Salumi. Consultado em 8 de dezembro de 2019
- ↑ a b Secretaria da Comunicação Social do Paraná (2019). «Prudentópolis - Capital da Oração: terra das cachoeiras gigantes». Viaje Paraná. Consultado em 3 de janeiro de 2020
- ↑ a b c d e f Daniel Batistella (12 de agosto de 2015). «Como usar a cracóvia em muitos preparos». Gazeta do Povo - Bom Gourmet. Consultado em 3 de janeiro de 2020
- ↑ a b Orlando Baumel (16 de setembro de 2009). «Cracóvia – o Salame de Prudentópolis». Oba Gastronomia. Consultado em 3 de janeiro de 2020
- ↑ a b «Cracóvia: O salame paranaense de "origem" ucraniana». Green Dog. 1º de junho de 2015. Consultado em 3 de janeiro de 2020
- ↑ «Cracóvia, o embutido fabricado em Prudentópolis». Tribuna SC - Distinção. 2019. Consultado em 3 de janeiro de 2020
- ↑ «Aprenda um risoto bem paranaense, feito com cracóvia, de Prudentópolis». G1. 10 de abril de 2016. Consultado em 3 de janeiro de 2020
- ↑ Andrea Torrente (16 de agosto de 2014). «Empresas apresentam embutidos produzidos no Paraná». Gazeta do Povo - Bom Gourmet. Consultado em 3 de janeiro de 2020
- ↑ Sónia Calheiros (8 de março de 2017). «'Veramente italiano': há vida para lá do 'spaghetti'». Visão SAPO
- ↑ Inês Garcia (9 de março de 2021). «Para lambuzar e chorar por mais: cinco sítios para comer salame de chocolate». Time Out Portugal