Sandra Cinto
Sandra Cinto | |
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Nascimento | 1968 (56 anos) Santo André |
Cidadania | Brasil |
Ocupação | pintora, escultora, ilustradora, desenhista, artista de instalações, fotógrafa |
Sandra Cinto (Santo André, 1968) é uma escultora, desenhista, pintora, gravadora e professora brasileira[1].
Biografia
[editar | editar código-fonte]Sandra Regina Cinto é uma artista plástica brasileira, nascida em 1968 em Santo André, São Paulo. Reconhecida por suas obras que mesclam desenhos intrincados e instalações de grande escala, Cinto se destacou no cenário artístico nacional e internacional com sua abordagem poética e detalhada das paisagens naturais e elementos arquitetônicos.[2]
Sandra Cinto nasceu e cresceu em Santo André, uma cidade industrial no estado de São Paulo. Desde jovem, demonstrou interesse pelas artes, sendo incentivada por sua família a seguir seus sonhos artísticos. Em 1990 estudou Educação Artística na Faculdades Integradas Teresa d'Ávila (Fatea), onde desenvolveu suas habilidades em desenho e pintura, além de explorar outras formas de expressão artística, como a instalação. No ano seguinte a artista expõe no Laboratório de Estudos e Criação da Pinacoteca no Estado de São Paulo (Pina). Em 1992, realizou suas duas primeiras exposições individuais, no Centro Cultural São Paulo (CCSP), em São Paulo, e na Galeria Espaço Alternativo, no Rio de Janeiro.[3]
Carreira Artística
[editar | editar código-fonte]Para os críticos Raphaela Platow e Adriano Pedrosa (1965), o desenho é a linguagem primordial de Sandra Cinto, que também explora a pintura, a escultura e a instalação. Inicialmente usado como esboço em suas primeiras criações, como em "Retábulo" (1995), onde ela pintava nuvens em superfícies de madeira, o desenho se torna, em obras subsequentes, uma forma definitiva. Como ilustradora, realizou seu primeiro trabalho em 1996, para a Folha de S.Paulo.[4]
Em 1997, recebe o Prêmio Aquisição no Salão de Arte Contemporânea Victor Meirelles e participa da Feira Internacional de Arte Contemporânea em Madri. A partir de 1998, leciona desenho de expressão na Faculdade de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e, junto com o artista Albano Afonso (1964), coordena o grupo de estudos do Ateliê Fidalga, em São Paulo.[5]
Como artista residente, passou seis meses no Cité des Arts, em Paris, no ano 2000. Cinco anos depois, é agraciada com o prêmio de residência da Civitella Foundation, em Umbertide, Itália. Desde 1990, participa de diversas exposições coletivas e individuais, como "Mam na Oca" (2006), "Construção" (2006) e "A Imitação da Água" (2010). [6]
As dimensões das paisagens nas obras de Sandra variam. Nuvens pintadas em suportes de pequeno e médio porte são substituídas por vastos céus noturnos e mares turbulentos, feitos com caneta esferográfica nas paredes de museus e galerias, como na obra "Encontro das Águas" (2013). Seus desenhos são detalhados e demandam o uso de diferentes canetas, além de um longo período de produção.[7]
As obras também possuem uma função arquitetônica: os desenhos convidam o público a mergulhar na paisagem, evocando o sublime e imagens da natureza que causam sensações de vertigem e medo. Os murais contrastam com o ambiente, criando paisagens oníricas em meio ao espaço urbano. A crítica Angélica de Moraes (1949), que compara a obra de Sandra às criações do pintor Guignard (1896-1962), vê em seus trabalhos a evocação de um “universo do sonho e da utopia”. [8]
Além dos desenhos, Sandra expõe fotografias, cavalos de madeira, camas e outros itens. Esses objetos formam um ambiente imaginativo e servem como suportes para os desenhos, que atuam como um “tecido conectivo entre os elementos”. Seu traço, delicado e simples, revela a influência do desenho japonês. Em 2011, ela confirma essa influência nipônica em um projeto para o Sesc Santo André, chamado "Céu e mar para presente (Japonismo)", onde aplica azulejos serigrafados nas paredes ao redor de uma piscina. Para além das questões visuais, a filosofia se faz presente, por meio do zen, do vazio e da necessidade de valorizar o tempo.[9]
Livros são elementos constantes nas obras de Sandra Cinto, embora, na maioria das vezes, aparecem fechados e como parte das instalações. Um exemplo é a obra "En Silencio II" (2014), onde um escritório evoca o vazio do espaço criativo enfrentado pelo trabalhador. Empilhados sobre uma mesa, os livros sustentam um violoncelo, cercado por partituras inacabadas. No mesmo ano, a artista cria "Partitura", uma instalação que exibe pela primeira vez livros abertos.[10]
Assim como em "En Silencio II", a ausência da figura humana é uma característica marcante na produção da artista. Segundo ela, a presença humana é contemplada pela presença dos espectadores e sua interação com o espaço expositivo, em convergência com a obra.[11]
Em 2017, Sandra criou a instalação imersiva "Biblioteca do Amor" [Library of Love], no Contemporary Arts Center (CAC) em Cincinnati, Estados Unidos. O projeto coletivo apresenta cerca de 200 livros-objetos, frutos da reflexão de artistas, tanto consagrados quanto iniciantes, sobre o amor em suas diversas manifestações, incluindo sua ausência. O projeto é realizado em uma sala de leitura, onde biblioteca e instalação artística se fundem na chamada Sala de Contemplação.[12]
O espaço na área de convivência do CAC é criado com o objetivo de ampliar a reflexão, configurando-se como uma ação coletiva de observação das relações humanas propostas pelos livros dos artistas, em um ambiente de trânsito constante.[13]
Em 2002 criou o troféu para o Prêmio Multicultural Estadão, em São Paulo.[14]
Exposições Individuais
[editar | editar código-fonte]2022
- São Paulo, SP - Sandra Cinto: Noites de esperança na cidade maçarico, Casa Triângulo. [15]
2020
- Tokyo, Japão - Sandra Cinto: Cosmic Garden, Ginza Maison Hermès [16]
- São Paulo, Sp - Sandra Cinto: Das ideias na cabeça aos olhos do céu, Itaú Cultural. [17]
2019
- São Paulo, SP - Sandra Cinto: Noturno, Casa Triângulo. [18]
2016
- São Paulo, SP - Sandra Cinto: Pausa, Casa Triângulo. [19]
2013
- São Paulo, SP - Sandra Cinto: Pausa, Casa Triângulo. [20]
2010
- São Paulo, Sp - Sandra Cinto: Imitação da Água, no Instituto Tomie Ohtake. [21]
2005
- São Paulo SP - O Retrato como Imagem do Mundo, no MAM/SP. [22]
2003
2001
- São Paulo SP - Individual, no CCSP.[25]
- São Paulo SP - Individual, na Casa Triângulo. [26]
- Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Tanya Bonakdar Gallery.[27]
1999
- Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Bonakdar Jancou Gallery.[28]
1998
- São Paulo SP - Individual, na Casa Triângulo. [29]
1997
- São Paulo SP - Individual, na Capela do Morumbi. [30]
1994
- São Paulo SP - Individual, na Casa Triângulo.[31]
1993
- São Paulo SP - Individual, na Casa Triângulo. [32]
1992
- São Paulo SP - Individual, no CCSP. [33]
- São Paulo SP - Individual, Programa Anual de Exposições do Centro Cultural São Paulo, na Fundação Bienal.[34]
- Rio de Janeiro RJ - Individual, na Funarte. Galeria Macunaíma. [35]
Exposições Coletivas
[editar | editar código-fonte]2022
- Madrid, Espanha - Albano Afonso e Sandra Cinto, Galeria Afonso Padrilla. [36]
2020
- São Paulo, SP - Ascânio MMM, Dário Escobar, Lucas Simões,Nino Cais, Rodolpho Parigi, Sandra Cinto e Valdirlei Dias Nunes, Casa Triângulo.[37]
2004
- Rio de Janeiro RJ - Novas Aquisições 2003: Coleção Gilberto Chateubriand , no MAM/RJ.[3]
- São Paulo SP - A Foto Dissolvida, no Sesc Pompéia.[3]
- São Paulo SP - Arte Contemporânea no Acervo Municipal, no CCSP.[3]
- São Paulo SP - Novas Aquisições: 1995 - 2003, no MAB/Faap. [3]
- São Paulo SP - Fotografia e Escultura no Acervo do MAM - 1995 a 2004, no MAM/SP.[3]
2003
- Iowa City (Estados Unidos) - Layers of Brazilian Art, na Faulconer Gallery.[7]
- São Paulo SP - A Subversão dos Meios, no Itaú Cultural.[3]
- São Paulo SP - Casa Triângulo, na Casa Triângulo. [3]
- São Paulo SP - Metacorpos, no Paço das Artes.[3]-
- São Paulo SP - Meus Amigos, no MAM/SP.[3]
- São Paulo SP - Ordenação e Vertigem, no CCBB.[3]
1995
- São Bernardo do Campo SP - Salão de Arte Contemporânea de São Bernardo do Campo, no Espaço Henfil, prêmio aquisição.[10] São Paulo SP - Amanhã, Hoje, no Salão Cultural da Faap.[7]
1994
- Santo André SP - Salão de Arte Contemporânea de Santo André - prêmio aquisição. [3]
- São Paulo SP - Acervo 94, na Galeria Casa Triângulo. [5]
- São Paulo SP - Imagem Não Virtual, na Galeria Casa Triângulo.[6]
1993
- Santo André SP - Razão e Mistério, no Paço Municipal de Santo André. [7]
- São Paulo SP - 2 x 365 = 4, na Fundação Mokiti Okada. [5]
- São Paulo SP - Coletiva de Pintura, no Espaço Namour.[3]
- São Paulo SP - Cristina Agostinho & Sandra Cinto, na Galeria Casa Triângulo.
1992
- Piracicaba SP - 24º Salão de Arte Contemporânea: Instalações, no Engenho Central.[1]
- Rio de Janeiro RJ - Projeto Macunaíma, na Funarte. Centro de Artes.[1]
- São Paulo SP - Programa Anual de Exposições de Artes Plásticas, no CCSP. [1]
1991
- Belo Horizonte MG - 23º Salão Nacional de Arte Contemporânea, no MAP.[38]
- Campinas SP - Coletiva, no MACC.[39]
- São Paulo SP - 23º Salão Nacional de Arte com Papel, no MAM/SP.[40]
1989
- São Paulo SP - Coletiva, no MAM/SP - 1º Prêmio Canson de Arte com Papel. [41]
1988
- São Paulo SP - 4º Salão Universitário de Artes Plásticas, na Faculdade Santa Marcelina - menção honrosa. [42]
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Exposições de Sandra Cinto[ligação inativa]
- Obra de Sandra Cinto
- Sandra Cinto - Tanya Bonakdar Gallery
Referências
- ↑ a b c d «Sandra Cinto - Enciclopédia ItauCultural». Enciclopédia ItauCultural. 2021. Consultado em 19 de janeiro de 2022
- ↑ «Sandra Cinto». Prêmio PIPA. Consultado em 28 de junho de 2024
- ↑ a b c d e f g h i j k l m Itaú Cultural, Itáu Cultural. «Sandra Cinto - Enciclopédia Itaú Cultural». Consultado em 28 de Junho de 2024
- ↑ «Sandra Cinto». Prêmio PIPA. Consultado em 28 de junho de 2024
- ↑ a b c Cultural, Instituto Itaú. «Sandra Cinto». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 28 de junho de 2024
- ↑ a b Cultural, Instituto Itaú. «Sandra Cinto». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 28 de junho de 2024
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- ↑ «Multicultural Estadão entrega seus troféus». Estadão. Consultado em 28 de junho de 2024
- ↑ «SANDRA CINTO . NOITES DE ESPERANÇA NA CIDADE MAÇARICO». Casa Triângulo. Consultado em 28 de junho de 2024
- ↑ «SANDRA CINTO: COSMIC GARDEN». Casa Triângulo. Consultado em 28 de junho de 2024
- ↑ «Sandra Cinto: das ideias na cabeça aos olhos no céu». Casa Triângulo. Consultado em 28 de junho de 2024
- ↑ «Sandra Cinto: Noturno». Casa Triângulo. Consultado em 28 de junho de 2024
- ↑ «Sandra Cinto: Pausa». Casa Triângulo. Consultado em 28 de junho de 2024
- ↑ «Sandra Cinto: Pausa». Casa Triângulo. Consultado em 28 de junho de 2024
- ↑ «Sandra Cinto: Imitação da água». Casa Triângulo. Consultado em 28 de junho de 2024
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- ↑ Itaú Cultural. «Sandra Cinto, Enciclopédia - Itaú Cultural»
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- ↑ Itaú Cultural, Sandra, Cinto - Itaú Cultural. «Sandra Cinto, Enciclopédia - Itaú Cultural»
- ↑ «ALBANO AFONSO E SANDRA CINTO. ASA». Casa Triângulo. Consultado em 28 de junho de 2024
- ↑ «Ascânio MMM, Darío Escobar, Lucas Simões, Nino Cais, Rodolpho Parigi, Sandra Cinto e Valdirlei Dias Nunes». Casa Triângulo. Consultado em 28 de junho de 2024
- ↑ Cultural, Itaú. «Sandra Cinto, Enciclopédia»
- ↑ Cultural, Itaú. «Sandra Cinto, Enciclopédia»
- ↑ Cultural, Itaú (28 de Junho de 2024). «Sandra Cinto, Enciclopédia»
- ↑ Cultural, Instituto Itaú. «Sandra Cinto». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 28 de junho de 2024
- ↑ Cultural, Instituto Itaú. «Sandra Cinto». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 28 de junho de 2024