Saltar para o conteúdo

Sandra Cinto

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Sandra Cinto
Nascimento 1968 (56 anos)
Santo André
Cidadania Brasil
Ocupação pintora, escultora, ilustradora, desenhista, artista de instalações, fotógrafa

Sandra Cinto (Santo André, 1968) é uma escultora, desenhista, pintora, gravadora e professora brasileira[1].

Sandra Regina Cinto é uma artista plástica brasileira, nascida em 1968 em Santo André, São Paulo. Reconhecida por suas obras que mesclam desenhos intrincados e instalações de grande escala, Cinto se destacou no cenário artístico nacional e internacional com sua abordagem poética e detalhada das paisagens naturais e elementos arquitetônicos.[2]

Sandra Cinto nasceu e cresceu em Santo André, uma cidade industrial no estado de São Paulo. Desde jovem, demonstrou interesse pelas artes, sendo incentivada por sua família a seguir seus sonhos artísticos. Em 1990 estudou Educação Artística na Faculdades Integradas Teresa d'Ávila (Fatea), onde desenvolveu suas habilidades em desenho e pintura, além de explorar outras formas de expressão artística, como a instalação. No ano seguinte a artista expõe no Laboratório de Estudos e Criação da Pinacoteca no Estado de São Paulo (Pina). Em 1992, realizou suas duas primeiras exposições individuais, no Centro Cultural São Paulo (CCSP), em São Paulo, e na Galeria Espaço Alternativo, no Rio de Janeiro.[3]

Carreira Artística

[editar | editar código-fonte]

Para os críticos Raphaela Platow e Adriano Pedrosa (1965), o desenho é a linguagem primordial de Sandra Cinto, que também explora a pintura, a escultura e a instalação. Inicialmente usado como esboço em suas primeiras criações, como em "Retábulo" (1995), onde ela pintava nuvens em superfícies de madeira, o desenho se torna, em obras subsequentes, uma forma definitiva. Como ilustradora, realizou seu primeiro trabalho em 1996, para a Folha de S.Paulo.[4]

Em 1997, recebe o Prêmio Aquisição no Salão de Arte Contemporânea Victor Meirelles e participa da Feira Internacional de Arte Contemporânea em Madri. A partir de 1998, leciona desenho de expressão na Faculdade de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e, junto com o artista Albano Afonso (1964), coordena o grupo de estudos do Ateliê Fidalga, em São Paulo.[5]

Como artista residente, passou seis meses no Cité des Arts, em Paris, no ano 2000. Cinco anos depois, é agraciada com o prêmio de residência da Civitella Foundation, em Umbertide, Itália. Desde 1990, participa de diversas exposições coletivas e individuais, como "Mam na Oca" (2006), "Construção" (2006) e "A Imitação da Água" (2010).  [6]

As dimensões das paisagens nas obras de Sandra variam. Nuvens pintadas em suportes de pequeno e médio porte são substituídas por vastos céus noturnos e mares turbulentos, feitos com caneta esferográfica nas paredes de museus e galerias, como na obra "Encontro das Águas" (2013). Seus desenhos são detalhados e demandam o uso de diferentes canetas, além de um longo período de produção.[7]

As obras também possuem uma função arquitetônica: os desenhos convidam o público a mergulhar na paisagem, evocando o sublime e imagens da natureza que causam sensações de vertigem e medo. Os murais contrastam com o ambiente, criando paisagens oníricas em meio ao espaço urbano. A crítica Angélica de Moraes (1949), que compara a obra de Sandra às criações do pintor Guignard (1896-1962), vê em seus trabalhos a evocação de um “universo do sonho e da utopia”. [8]

Além dos desenhos, Sandra expõe fotografias, cavalos de madeira, camas e outros itens. Esses objetos formam um ambiente imaginativo e servem como suportes para os desenhos, que atuam como um “tecido conectivo entre os elementos”. Seu traço, delicado e simples, revela a influência do desenho japonês. Em 2011, ela confirma essa influência nipônica em um projeto para o Sesc Santo André, chamado "Céu e mar para presente (Japonismo)", onde aplica azulejos serigrafados nas paredes ao redor de uma piscina. Para além das questões visuais, a filosofia se faz presente, por meio do zen, do vazio e da necessidade de valorizar o tempo.[9]

Livros são elementos constantes nas obras de Sandra Cinto, embora, na maioria das vezes, aparecem fechados e como parte das instalações. Um exemplo é a obra "En Silencio II" (2014), onde um escritório evoca o vazio do espaço criativo enfrentado pelo trabalhador. Empilhados sobre uma mesa, os livros sustentam um violoncelo, cercado por partituras inacabadas. No mesmo ano, a artista cria "Partitura", uma instalação que exibe pela primeira vez livros abertos.[10]

Assim como em "En Silencio II", a ausência da figura humana é uma característica marcante na produção da artista. Segundo ela, a presença humana é contemplada pela presença dos espectadores e sua interação com o espaço expositivo, em convergência com a obra.[11]

Em 2017, Sandra criou a instalação imersiva "Biblioteca do Amor" [Library of Love], no Contemporary Arts Center (CAC) em Cincinnati, Estados Unidos. O projeto coletivo apresenta cerca de 200 livros-objetos, frutos da reflexão de artistas, tanto consagrados quanto iniciantes, sobre o amor em suas diversas manifestações, incluindo sua ausência. O projeto é realizado em uma sala de leitura, onde biblioteca e instalação artística se fundem na chamada Sala de Contemplação.[12]

O espaço na área de convivência do CAC é criado com o objetivo de ampliar a reflexão, configurando-se como uma ação coletiva de observação das relações humanas propostas pelos livros dos artistas, em um ambiente de trânsito constante.[13]

Em 2002 criou o troféu para o Prêmio Multicultural Estadão, em São Paulo.[14]

Exposições Individuais

[editar | editar código-fonte]

2022

  • São Paulo, SP - Sandra Cinto: Noites de esperança na cidade maçarico, Casa Triângulo. [15]

2020

  • Tokyo, Japão - Sandra Cinto: Cosmic Garden, Ginza Maison Hermès [16]
  • São Paulo, Sp - Sandra Cinto: Das ideias na cabeça aos olhos do céu, Itaú Cultural. [17]

2019

  • São Paulo, SP - Sandra Cinto: Noturno, Casa Triângulo. [18]

2016

  • São Paulo, SP - Sandra Cinto: Pausa, Casa Triângulo. [19]

2013

  • São Paulo, SP - Sandra Cinto: Pausa, Casa Triângulo. [20]

2010

  • São Paulo, Sp - Sandra Cinto: Imitação da Água, no Instituto Tomie Ohtake. [21]

2005

  • São Paulo SP - O Retrato como Imagem do Mundo, no MAM/SP. [22]

2003

  • São Paulo SP - Individual, no MAM/SP. [23]
  • Belo Horizonte MG - Individual, no MAP. [24]

2001

  • São Paulo SP - Individual, no CCSP.[25]
  • São Paulo SP - Individual, na Casa Triângulo. [26]
  • Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Tanya Bonakdar Gallery.[27]

1999

  • Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Bonakdar Jancou Gallery.[28]

1998

  • São Paulo SP - Individual, na Casa Triângulo. [29]

1997

  • São Paulo SP - Individual, na Capela do Morumbi. [30]

1994

  • São Paulo SP - Individual, na Casa Triângulo.[31]

1993

  • São Paulo SP - Individual, na Casa Triângulo. [32]

1992

  • São Paulo SP - Individual, no CCSP. [33]
  • São Paulo SP - Individual, Programa Anual de Exposições do Centro Cultural São Paulo, na Fundação Bienal.[34]
  • Rio de Janeiro RJ - Individual, na Funarte. Galeria Macunaíma. [35]

Exposições Coletivas

[editar | editar código-fonte]

2022

  • Madrid, Espanha - Albano Afonso e Sandra Cinto, Galeria Afonso Padrilla. [36]

2020

  • São Paulo, SP - Ascânio MMM, Dário Escobar, Lucas Simões,Nino Cais,  Rodolpho Parigi, Sandra Cinto e Valdirlei Dias Nunes, Casa Triângulo.[37]

2004

  • Rio de Janeiro RJ - Novas Aquisições 2003: Coleção Gilberto Chateubriand , no MAM/RJ.[3]
  • São Paulo SP - A Foto Dissolvida, no Sesc Pompéia.[3]
  • São Paulo SP - Arte Contemporânea no Acervo Municipal, no CCSP.[3]
  • São Paulo SP - Novas Aquisições: 1995 - 2003, no MAB/Faap. [3]
  • São Paulo SP - Fotografia e Escultura no Acervo do MAM - 1995 a 2004, no MAM/SP.[3]

2003

  • Iowa City (Estados Unidos) - Layers of Brazilian Art, na Faulconer Gallery.[7]
  • São Paulo SP - A Subversão dos Meios, no Itaú Cultural.[3]
  • São Paulo SP - Casa Triângulo, na Casa Triângulo.  [3]
  • São Paulo SP - Metacorpos, no Paço das Artes.[3]-
  • São Paulo SP - Meus Amigos, no MAM/SP.[3]
  • São Paulo SP - Ordenação e Vertigem, no CCBB.[3]

1995

  • São Bernardo do Campo SP - Salão de Arte Contemporânea de São Bernardo do Campo, no Espaço Henfil, prêmio aquisição.[10] São Paulo SP - Amanhã, Hoje, no Salão Cultural da Faap.[7]

1994

  • Santo André SP - Salão de Arte Contemporânea de Santo André - prêmio aquisição. [3]
  • São Paulo SP - Acervo 94, na Galeria Casa Triângulo. [5]
  • São Paulo SP - Imagem Não Virtual, na Galeria Casa Triângulo.[6]

1993

  • Santo André SP - Razão e Mistério, no Paço Municipal de Santo André. [7]
  • São Paulo SP - 2 x 365 = 4, na Fundação Mokiti Okada. [5]
  • São Paulo SP - Coletiva de Pintura, no Espaço Namour.[3]
  • São Paulo SP - Cristina Agostinho & Sandra Cinto, na Galeria Casa Triângulo.

1992

  • Piracicaba SP - 24º Salão de Arte Contemporânea: Instalações, no Engenho Central.[1]
  • Rio de Janeiro RJ - Projeto Macunaíma, na Funarte. Centro de Artes.[1]
  • São Paulo SP - Programa Anual de Exposições de Artes Plásticas, no CCSP. [1]

1991

  • Belo Horizonte MG - 23º Salão Nacional de Arte Contemporânea, no MAP.[38]
  • Campinas SP - Coletiva, no MACC.[39]
  • São Paulo SP - 23º Salão Nacional de Arte com Papel, no MAM/SP.[40]

1989

  • São Paulo SP - Coletiva, no MAM/SP - 1º Prêmio Canson de Arte com Papel. [41]

1988

  • São Paulo SP - 4º Salão Universitário de Artes Plásticas, na Faculdade Santa Marcelina - menção honrosa. [42]

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d «Sandra Cinto - Enciclopédia ItauCultural». Enciclopédia ItauCultural. 2021. Consultado em 19 de janeiro de 2022 
  2. «Sandra Cinto». Prêmio PIPA. Consultado em 28 de junho de 2024 
  3. a b c d e f g h i j k l m Itaú Cultural, Itáu Cultural. «Sandra Cinto - Enciclopédia Itaú Cultural». Consultado em 28 de Junho de 2024 
  4. «Sandra Cinto». Prêmio PIPA. Consultado em 28 de junho de 2024 
  5. a b c Cultural, Instituto Itaú. «Sandra Cinto». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 28 de junho de 2024 
  6. a b Cultural, Instituto Itaú. «Sandra Cinto». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 28 de junho de 2024 
  7. a b c d Cultural, Instituto Itaú. «Sandra Cinto». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 28 de junho de 2024 
  8. Cultural, Instituto Itaú. «Sandra Cinto». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 28 de junho de 2024 
  9. Cultural, Instituto Itaú. «Sandra Cinto». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 28 de junho de 2024 
  10. a b Cultural, Instituto Itaú. «Sandra Cinto». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 28 de junho de 2024 
  11. Cultural, Instituto Itaú. «Sandra Cinto». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 28 de junho de 2024 
  12. Cultural, Instituto Itaú. «Sandra Cinto». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 28 de junho de 2024 
  13. Cultural, Instituto Itaú. «Sandra Cinto». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 28 de junho de 2024 
  14. «Multicultural Estadão entrega seus troféus». Estadão. Consultado em 28 de junho de 2024 
  15. «SANDRA CINTO . NOITES DE ESPERANÇA NA CIDADE MAÇARICO». Casa Triângulo. Consultado em 28 de junho de 2024 
  16. «SANDRA CINTO: COSMIC GARDEN». Casa Triângulo. Consultado em 28 de junho de 2024 
  17. «Sandra Cinto: das ideias na cabeça aos olhos no céu». Casa Triângulo. Consultado em 28 de junho de 2024 
  18. «Sandra Cinto: Noturno». Casa Triângulo. Consultado em 28 de junho de 2024 
  19. «Sandra Cinto: Pausa». Casa Triângulo. Consultado em 28 de junho de 2024 
  20. «Sandra Cinto: Pausa». Casa Triângulo. Consultado em 28 de junho de 2024 
  21. «Sandra Cinto: Imitação da água». Casa Triângulo. Consultado em 28 de junho de 2024 
  22. Cultural, Instituto Itaú. «Sandra Cinto». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 28 de junho de 2024 
  23. Cultural, Instituto Itaú. «Sandra Cinto». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 28 de junho de 2024 
  24. Cultural, Instituto Itaú. «Sandra Cinto». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 28 de junho de 2024 
  25. Cultural, Instituto Itaú. «Sandra Cinto». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 28 de junho de 2024 
  26. Cultural, Instituto Itaú. «Sandra Cinto». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 28 de junho de 2024 
  27. Cultural, Instituto Itaú. «Sandra Cinto». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 28 de junho de 2024 
  28. Cultural, Instituto Itaú. «Sandra Cinto». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 28 de junho de 2024 
  29. Itaú Cultural. «Sandra Cinto, Enciclopédia - Itaú Cultural» 
  30. Cultural, Instituto Itaú. «Sandra Cinto». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 28 de junho de 2024 
  31. Cultural, Instituto Itaú. «Sandra Cinto». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 28 de junho de 2024 
  32. Cultural, Instituto Itaú. «Sandra Cinto». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 28 de junho de 2024 
  33. Cultural, Instituto Itaú. «Sandra Cinto». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 28 de junho de 2024 
  34. Cultural, Instituto Itaú. «Sandra Cinto». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 28 de junho de 2024 
  35. Itaú Cultural, Sandra, Cinto - Itaú Cultural. «Sandra Cinto, Enciclopédia - Itaú Cultural» 
  36. «ALBANO AFONSO E SANDRA CINTO. ASA». Casa Triângulo. Consultado em 28 de junho de 2024 
  37. «Ascânio MMM, Darío Escobar, Lucas Simões, Nino Cais, Rodolpho Parigi, Sandra Cinto e Valdirlei Dias Nunes». Casa Triângulo. Consultado em 28 de junho de 2024 
  38. Cultural, Itaú. «Sandra Cinto, Enciclopédia» 
  39. Cultural, Itaú. «Sandra Cinto, Enciclopédia» 
  40. Cultural, Itaú (28 de Junho de 2024). «Sandra Cinto, Enciclopédia» 
  41. Cultural, Instituto Itaú. «Sandra Cinto». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 28 de junho de 2024 
  42. Cultural, Instituto Itaú. «Sandra Cinto». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 28 de junho de 2024