Seio pré-auricular
Seio pré-auricular (ou coloboma auris) é o nome que se dá a um pequeno orifício no topo da hélice da orelha de algumas poucas pessoas, geralmente com 1 a 1,5 mm de profundidade e que termina cega. Foi descrita pela primeira vez por Heusingerl e Virchow, no ano de 1864.[1]
Assim como as covinhas, é considerada uma malformação congénita, e alguns cientistas acreditam que esse é um resíduo evolutivo, remanescente em evolução de brânquias de peixes.[2] Apenas 0,1% da população dos EUA tem esse orifício, no Reino Unido a estatística é de 0,9% na África e Ásia varia de 4 a 10% das pessoas e na Coreia do Sul, esse número ultrapassa 5%.[3] A ocorrência é maior em mulheres.Na Nigéria, a prevalência foi de 9,3% em Ilorin, centro-norte da Nigéria.[4]
Desenvolvimento
[editar | editar código-fonte]Se desenvolvem durante a sexta semana de gestação (quando o primeiro e o segundo arcos branquiais se formam) que ocorre espontaneamente ou como herança autossômica dominante. Pesquisadores chineses associaram a variante hereditária ao lócus gênico 8q11.1 - q13.3.[5] Na maioria das vezes, o seio pré-auricular aparece unilateralmente, estando presente bilateralmente em 25–50% dos casos. A orelha direita é afetada com mais frequência, quando ocorre unilateralmente.
Complicações
[editar | editar código-fonte]Ocasionalmente, um seio pré-auricular pode ser infectado.[6] A maioria dos seios pré-auriculares é assintomático, a menos que infeccione com muita frequência.[7] Os seios pré-auriculares podem ser excisados cirurgicamente, mas frequentemente apresentam alto risco de recorrência.[8]
Referências
- ↑ Meldau, Débora Carvalho (2019). «Coloboma Auris - fístula na orelha». InfoEscola. Consultado em 24 de março de 2021
- ↑ Veja, Redação (2016). «Por que algumas pessoas têm um 'furinho' na orelha?». Veja Saúde. Consultado em 24 de março de 2021
- ↑ Tan, T.; Constantinides, H.; Mitchell, T.E. (novembro de 2005). «The preauricular sinus: A review of its aetiology, clinical presentation and management». International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology (em inglês) (11): 1469–1474. doi:10.1016/j.ijporl.2005.07.008. Consultado em 24 de março de 2021
- ↑ Adegbiji, W. A.; Alabi, B. S.; Olajuyin, O. A.; Nwawolo, C. C. (dezembro de 2013). «Presentation of Preauricular Sinus and Preauricular Sinus Abscess in Southwest Nigeria». International Journal of Biomedical Science : IJBS (4): 260–263. ISSN 1550-9702. PMC 3884798. PMID 24711764. Consultado em 5 de agosto de 2021
- ↑ F. Zou, Y. Peng, X. Wang, A. Sun, W. Liu, S. Bai, H. Zhu, B. Gao, G. Feng, L. He: A locus for congenital preauricular fistula maps to chromosome 8q11.1-q13.3. In: Journal of human genetics. Band 48, Nummer 3, 2003, S. 155–158, doi:10.1007/s100380300024, PMID 12624728.
- ↑ James, William D.; Berger, Timothy G.; et al. (2006). Andrews' Diseases of the Skin: Clinical Dermatology. [S.l.]: Saunders Elsevier. ISBN 978-0-7216-2921-6
- ↑ Ludwig, Stephen; Strobel, Stephan; Marks, Stephen D.; Smith, Pete K.; El Habbal, Magdi H.; Spitz, Lewis (2008). Visual Handbook of Pediatrics and Child Health. [S.l.]: Lippincott Williams & Wilkins. p. 517. ISBN 978-0-7817-9505-0
- ↑ Leopardi G, Chiarella G, Conti S, Cassandro E (2008). «Surgical treatment of recurring preauricular sinus: supra-auricular approach». Acta Otorhinolaryngologica Italica. 28 (6): 302–5. PMC 2689545. PMID 19205595