Seival
Seival foi um lanchão utilizado por Giuseppe Garibaldi na Tomada de Laguna, que culminou com a proclamação da República Juliana, durante a Guerra dos Farrapos. O nome é alusão à vitória na Batalha do Seival, em data anterior à fabricação do barco.[1]
A embarcação foi conduzida por terra, sobre rodas e puxada por juntas de bois, e por água, aproveitando o sistema lacustre costeiro dos estados do Rio Grande do Sul e sul de Santa Catarina.
Havia ainda um outro lanchão menor, o Farroupilha, que o seguia, mas afundou. Ambos os lanchões foram construídos para a tomada da cidade de Laguna, que constituía um porto marítimo necessário aos farrapos, pela impossibilidade técnica da conquista do porto de Rio Grande, fortemente defendido pelos imperiais.
Migração dos lanchões Seival e Farroupilha
[editar | editar código-fonte]Os lanchões Seival e Farroupilha cortaram as águas da Lagoa dos Patos, fustigados pela retaguarda pelo temível John Grenfell, comandante da Marinha Imperial na província do Rio Grande do Sul. Fugindo e despistando, conseguem enveredar pelo estreito do rio Capivari, iniciando o caminho por terra. Ainda aí passariam por duras provações, pois era inverno, mau tempo com chuvas e ventos, tornando o chão um grande lodaçal.
A 14 de julho de 1839 os lanchões rumaram para Laguna, sob o comando geral de David Canabarro. O Seival era comandado pelo americano John Griggs, conhecido como "João Grandão", e o Farroupilha II por Giuseppe Garibaldi. Na costa de Santa Catarina, próximo ao rio Araranguá, uma tempestade pôs a pique o Farroupilha, salvando-se uns poucos farrapos, entre eles o próprio Garibaldi.[2]
Finalmente atacam por terra, com as forças de David Canabarro, e por água. O Seival entra em Laguna através da Lagoa de Garopaba do Sul, atravessou a Barra do Camacho, na atual cidade de Jaguaruna, passando pelo rio Tubarão e atacando Laguna por trás, surpreendendo os imperiais, que esperavam um ataque de Garibaldi pela barra de Laguna e não pela lagoa. Garibaldi, com o Seival, toma Laguna no dia 22 de julho de 1839. A 29 deste mês proclamou-se a República Juliana, já que não havia contiguidade territorial com a República Rio-Grandense, para a preservação do porto em mãos republicanas.
Referências
- ↑ SANT’ANA, Elma; STOLARUCK, André Sant’Ana. (2002). A odisséia de Garibaldi no Capivari 1 ed. Porto Alegre: AGE. 95 páginas. ISBN 85-7497-130-8
- ↑ DUMAS, Alexandre (2000). Memórias de Garibaldi 1 ed. Porto Alegre: L&PM. 354 páginas. ISBN 85-254-1071-3