Senhorio de Quio
Senhorio de Quio Senhorio de Quio | ||||
Senhorio autônomo do Império Bizantino | ||||
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Continente | Europa | |||
Região | Bacia do Mediterrâneo | |||
Capital | Quio | |||
Língua oficial | Italiano e Grego | |||
Religião | Cristianismo | |||
Governo | Senhorio feudal | |||
Período histórico | Idade Média | |||
• 1304 | Conquista genovesa de Quio | |||
• 1329 | Reconquista bizantina |
O Senhorio de Quio (em grego: Ηγεμονία της Χίου) foi um senhorio autônomo de curta duração governado pela família Zaccaria de origem genovesa. Seu centro era a ilha egeia oriental de Quio, e em seu ápice compreendeu algumas outras ilhas da costa da Ásia Menor. Embora teoricamente vassalo do Império Bizantino os Zaccaria governaram a ilha como um domínio praticamente autônomo desde sua captura em 1304 até a reconquista bizantina, com apoio da população grega local, em 1329.
História
[editar | editar código-fonte]O senhorio de foi fundado em 1304, quando o nobre genovês Benedito I Zaccaria captura a ilha bizantina de Quio. Benedito, que já era senhor de Foceia na costa da Ásia Menor, justificou seu ato à corte bizantina como necessário para evitar a captura da ilha pelos piratas turcos. O imperador bizantino, Andrônico II Paleólogo, impotente para intervir militarmente, aceitou o fait accompli e concedeu-lhe a ilha como feudo, inicialmente por um período de 10 anos, mas que foi então renovado em intervalos de cinco.[1] Benedito morreu em 1307 e foi sucedido por seu filho, Paleólogo. Quando ele morreu sem descendência em 1314, a ilha passou para Martinho e seu irmão, Benedito II.[2]
Quio era um pequeno mas rico domínio, com uma receita anual de 120 000 hipérpiros de ouro. Pelos próximos anos, Martinho fez-a o cento dum pequeno reino compreendendo várias ilhas da costa da Ásia Menor, incluindo Samos e Cós.[3] Martinho, com sua pequena frota e exército, alcançou consideráveis sucessos contra os piratas turcos, e foi louvado por seus contemporâneos latinos, o papa, e Filipe II, imperador latino titular de Constantinopla, que em 1325 nomeou-se "rei e déspota da Ásia Menor".[4][5]
Apesar dos laços de Martinho com o imperador latino, enquanto Andrônico II governou suas relações com o Império Bizantino foram boas, e a concessão de Quio foi renovada em 1324. Ao mesmo tempo, contudo, o comportamento de Martinho tornou-se consideravelmente confiante, e em ca. 1325 ele depôs seu irmão como co-governante de Quio.[6] Em 1328, o jovem e energético Andrônico III Paleólogo sucedeu seu avô no trono bizantino. Um dos nobres de Quio, Leão Calóteto, foi encontrar-se com o imperador e seu ministro chefe, João Cantacuzeno, em nome da população local para propor a reconquista da ilha.[7] Martinho protegeu-se em seu castelo, mas após testemunhar a deserção da população grega nativa, e a rendição de seu irmão, ele também decidiu capitular. Inicialmente ofereceu-se para Benedito II o governo da ilha em nome do imperador, mas sua exigência para receber a mesma autonomia e direitos que seu irmão foram inaceitáveis para Andrônico III, e Calóteto foi nomeado.[3][8]
Quio retornou para o controle bizantino, sob o qual permaneceu até 1346, quando o genovês Simão Vignose capturou-a aproveitando-se da guerra civil bizantina de 1341–1347. A ilha tornou-se sede da companhia Maona de Quio e Foceia e caiu nas mãos da família Giustiniani, que manteve-a até 1566, quando finalmente capitulou para o Império Otomano.
Senhores de Quio
[editar | editar código-fonte]- Benedito I Zaccaria (1304–1307)
- Paleólogo Zaccaria (1307–1314)
- Benedito II Zaccaria (1314–1325)
- Martinho Zaccaria (1314–1329)
Referências
- ↑ Nicol 1993, p. 113.
- ↑ Miller 1921, p. 287–289.
- ↑ a b Nicol 1993, p. 171–172.
- ↑ Nicol 1993, p. 142–144, 171.
- ↑ Miller 1921, p. 289–290.
- ↑ Miller 1921, p. 290–291.
- ↑ Miller 1921, p. 291.
- ↑ Miller 1921, p. 292–294.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Miller, William (1921). Essays on the Latin Orient. Cambridge: Cambridge University Press
- Nicol, Donald MacGillivray (1993). The Last Centuries of Byzantium, 1261–1453. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 0-521-43991-4