Sidney Chalhoub
Sidney Chalhoub | |
---|---|
Nascimento | 1957 (67 anos) Rio de Janeiro |
Cidadania | Brasil |
Alma mater |
|
Ocupação | historiador, professor universitário |
Prêmios | |
Empregador(a) | Universidade Estadual de Campinas, Universidade Harvard |
Sidney Chalhoub (Rio de Janeiro, 1957) é um historiador e professor universitário brasileiro.[1]
Biografia[editar | editar código-fonte]
Chalhoub nasceu em 1957, na cidade do Rio de Janeiro.[2] Chalhoub formou-se no curso de História no ano de 1979, na Lawrence University nos Estados Unidos.[3]
No retorno ao Brasil, realizou seu mestrado na Universidade Federal Fluminense (UFF) no ano de 1984, intitulado "Trabalho, Lar e Botequim: vida cotidiana e controle social da classe trabalhadora no Rio de Janeiro da Belle Époque", onde o pesquisador percorre todos os meandros da classe trabalhadora carioca, do trabalho até a vida social dos trabalhadores.[4][5]
Após a conclusão do mestrado, Chalhoub encaminhou seus estudos para a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), onde realizou seu doutorado.[6] No ano de 1989, recebeu o título de doutor após defender a tese "Visões da liberdade : uma historia das ultimas décadas da escravidão na corte", onde são analisado diversos processos criminais e de obtenção de alforria em que negros envolviam-se na luta pelo direito a liberdade em meio ao contexto escravagista brasileiro.[7][8] Tanto o mestrado, quanto o doutorado de Sidney foram orientados por Robert Wayne Andrew Slenes, importante historiador estadunidense que estuda a questão escravagista, o Brasil e o continente africano.[9]
Em 1992, realizou seu primeiro pós-doutorado na Universidade de Maryland.[10] Oito anos mais tarde, realizou mais um pós-doutoramento, desta vez na Universidade de Michigan.[11] Seu mais recente pós-doutoramento ocorreu em 2011, na Universidade Stanford, também nos Estados Unidos.[12]
No ano de 1995, foi aprovado na livre docência da UNICAMP e em 2003 foi efetivado professor titular do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp (IFCH).[13] Foi Diretor Associado do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp e do Arquivo Edgard Leuenroth (AEL).[14] Atuou como professor da universidade até 2015, quando tornou-se professor da Universidade Harvard.[12] Atualmente, seu vínculo com o instituto e a Unicamp é de pesquisador colaborador.[15]
Como professor visitante, lecionou na Universidade de Michigan e na Universidade de Chicago.[16] Também atua como pesquisador colaborador da Universidade Humboldt de Berlim.[10]
No ano de 2014, apoiou a candidatura de Dilma Rousseff (PT) nas eleições presidenciais.[17][18][19] Durante o processo de impeachment de Dilma, Chalhoub posicionou-se de maneira contrária ao afastamento da presidente Dilma.[20][21]
Desde 2015, é professor dos departamentos de História e African and African American Studies da Universidade Harvard, além de ser associado ao departamento de Romance Languages and Literature na mesma instituição.[12][22]
Seus estudos sobre escravidão, cotidiano e trabalho têm importância reconhecida, motivos pelos quais é considerado um dos principais historiadores brasileiros.[23][24] Além desses temas, Chalhoub é um grande estudioso da obra do escrito brasileiro, Machado de Assis fazendo importantes contribuições para o estudo do autor.[25][26]
No ano de 2020, Chalhoub em meio a pandemia de COVID-19 no Brasil e ao redor do globo, ganhou uma notoriedade em diversos meios de comunicação para comentar sobre a pandemia de uma perspectiva histórica, fazendo o diálogo do passado com o presente.[27][28][29] No âmbito da divulgação científica, participou de uma transmissão ao vivo com o biólogo e divulgador científico Atila Iamarino e com o professor universitário e político Jean Wyllys.[30][31][32]
Obra[editar | editar código-fonte]
Escreveu, entre outros, os seguintes:
- Machado de Assis, historiador. São Paulo: Companhia das Letras, 345p. (2003).[33]
- Trabalho, Lar e Botequim: o cotidiano de trabalhadores no Rio de Janeiro da Belle Époque. Campinas: Editora da Unicamp, 367 p. (1986)[34]
- Cidade febril: cortiços e epidemias na Corte Imperial. São Paulo: Companhia das Letras, 250 p. (1996)[35]
- Artes e ofícios de curar no Brasil: capítulos de história social: Editora da Unicamp, 408 p. (2003)[36]
- Visões da liberdade: uma história das últimas décadas da escravidão na Corte . São Paulo: Companhia das Letras, 287 p. (1990)[37]
- A Força da Escravidão: ilegalidade e costume no Brasil oitocentista. São Paulo: Companhia das Letras, 351 p. (2012)[38]
Homenagens[editar | editar código-fonte]
Em 1997, recebeu o prêmio Jabuti, um dos principais prêmios do gênero literário no Brasil, na categoria Ensaio pelo livro Cidade febril: cortiços e epidemias na Corte Imperial.[39]
Um de seus livros, Machado de Assis, historiador, lançado em 2003, foi bem recebido pela crítica e público.[40]
Em 1999, recebeu uma menção honrosa no Prêmio Casa Grande & Senzala, concedido pela Fundação Joaquim Nabuco.[41]
No ano de 2012, seu livro Força da Escravidão foi vencedor, do Prêmio Literário da Academia Brasileira de Letras na categoria História e Ciências Sociais. [42]
Referências
- ↑ Fávaro, Tatiana (18 de fevereiro de 2013). «Sidney Chalhoub estuda história da escravidão no Brasil». Globo. Consultado em 20 de abril de 2020
- ↑ «Sidney Chalhoub - Grupo Companhia das Letras». Companhia das Letras. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ Fávaro, Tatiana (18 de fevereiro de 2013). «Sidney Chalhoub estuda história da escravidão no Brasil». Globo Universidade. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ Ferraz, Mariana (30 de julho de 2018). «Desvendando o cotidiano da classe trabalhadora do Rio de Janeiro da "belle époque"». Blog da Editora da Unicamp. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ Junior, Atílio Bergamini (29 de novembro de 2013). «Entrevista com Sidney Chalhoub». Organon (55). ISSN 2238-8915. doi:10.22456/2238-8915.43867. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ Chalhoub, Sidney (1989). «Visões da liberdade : uma historia das ultimas decadas da escravidão na corte». UNICAMP. IFCH - Tese e Dissertação. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ Chalhoub, Sidney (1990). Visões da liberdade: uma história das últimas décadas da escravidão na corte. [S.l.]: Companhia das Letras
- ↑ Monteiro, Marília Pessoa (1993). «CHALHOUB, SIDNEY - VISÕES DA LIBERDADE, UMA HISTÓRIA DAS ÚLTIMAS DÉCADAS DA ESCRAVIDÃO NA CORTE. São Paulo, Cia. das Letras, 1990.». CLIO: Revista de Pesquisa Histórica (1). ISSN 2525-5649. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ «Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - Robert Wayne Andrew Slenes». Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ a b «CECULT - Sidney Chalhoub». Centro de Pesquisa em História Social da Cultura (CECULT). Universidade Estadual de Campinas. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ «Sidney Chalhoub - Biblioteca Virtual da FAPESP». Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ a b c «Sidney Chalhoub». Harvard (em inglês). Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ «Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - Sidney Chalhoub». Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ «Currículo do Sistema de Currículos Lattes (Sidney Chalhoub)». Lattes. Consultado em 10 de novembro de 2018
- ↑ Sombini, Eduardo (25 de abril de 2020). «Politização de epidemias sempre leva a tragédias, avalia historiador». Folha de S.Paulo. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ Fellet, João. «Pandemia desmascara 'arrogância da ignorância' de governantes, diz historiador». BBC News Brasil. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ Frô, Maria (26 de outubro de 2014). «Sidney Chalhoub: 'Enquanto Dilma tem história, Aécio só tem berço'». Revista Fórum. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ Sidney Chalhoub: "Enquanto Dilma tem história, Aécio só tem berço", consultado em 15 de março de 2021
- ↑ Chalhoub, Sidney (20 de outubro de 2014). «Sidney Chalhoub: A "velha corrupção" e os jovens». Vermelho. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ Benevuti, Patrícia (26 de agosto de 2016). «Em livro, historiadores repudiam impeachment de Dilma e alertam para riscos à democracia». Opera Mundi. UOL. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ Fellet, João (12 de maio de 2016). «Saída da presidente gera 'impressão de instabilidade', opina brasilianista». BBC News Brasil. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ «Sidney Chalhoub». Department of African and African American Studies (em inglês). Harvard. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ Engeli, Magali Gouvea. (1996). Cortiços, febre amarela e vacinophobia: uma história na encruzilhada de muitas histórias. Niterói: Revista O Tempo, UFF, v. 1, n. 2, 1996, p.188, acesso em 25 de maio de 2010
- ↑ «Revista "História Social" volta a sair - Cultura». Estadão. 25 de outubro de 2003. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ Lima, Marcos (9 de março de 2020). «As várias óticas sobre Machado de Assis e a pluralidade de sua obra». Gazeta do Povo. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ Lynder, Larissa (17 de junho de 2020). «"As pessoas precisam estar prontas para Machado", diz tradutora | DW | 17.06.2020». Deutsche Welle. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ «Um ano de coronavírus? O que se sabe sobre a data do 1º caso e como o 17 de novembro entrou na lista de marcos da pandemia». G1. Bem estar. 17 de novembro de 2020. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ Historiador de Harvard avalia as pandemias que assolaram o mundo - GloboNews - Vídeos - Catálogo de Vídeos, consultado em 15 de março de 2021
- ↑ Torres, Bolívar (17 de janeiro de 2021). «Livro de 1851 sobre combate à febre amarela traz lições para tempos de Covid-19». O Globo. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ Ferreira, Yuri (29 de abril de 2020). «Atila Iamarino diz que imunidade de mais pobres será explorada com flexibilização de quarentena». Hypeness (em inglês). Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ Live, Caros amigos #9 com participação de Sidney Chalhoub, consultado em 15 de março de 2021
- ↑ Wyllys, Jean (1 de outubro de 2020). «A cosa Bolsonaro». Jornal Expresso. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ Chalhoub, Sidney (2003). Machado de Assis, historiador. [S.l.]: Companhia das Letras
- ↑ Chalhoub, Sidney (2001). Trabalho, lar e botequim: o cotidiano dos trabalhadores no Rio de Janeiro da belle époque. [S.l.]: Editora da Unicamp
- ↑ Chalhoub, Sidney (2017). Cidade febril: cortiços e epidemias na corte imperial. [S.l.]: Companhia das Letras
- ↑ Chalhoub, Sidney (2003). Artes e ofícios de curar no Brasil: capítulos de história social. [S.l.]: Editora UNICAMP
- ↑ Chalhoub, Sidney (1990). Visões da liberdade: uma história das últimas décadas da escravidão na corte. [S.l.]: Companhia das Letras
- ↑ Chalhoub, Sidney (2012). «A força da escravidão: Ilegalidade e costume no Brasil oitocentista» (PDF). Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ Câmara Brasileira do Livro (1997). Edições Anteriores - Prêmio 1997, acesso em 25 de maio de 2010
- ↑ Revista de História da Biblioteca Nacional. (1 de setembro de 2008). Sidney Chalhoub - Um Bruxo na repartição, acesso em 25 de maio de 2010
- ↑ «Programa Nacional de Apoio à Pesquisa» (PDF). Biblioteca Nacional do Brasil. 2006. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ «ABL comemora 116 anos e entrega os Prêmios Literários para obras publicadas em 2012». Academia Brasileira de Letras. 2 de julho de 2013. Consultado em 18 de novembro de 2015
- Nascidos em 1957
- Naturais da cidade do Rio de Janeiro
- Alunos da Universidade Federal Fluminense
- Alunos da Universidade Estadual de Campinas
- Alunos da Universidade de Maryland
- Alunos da Universidade Stanford
- Alunos da Universidade de Michigan
- Historiadores do estado do Rio de Janeiro
- Professores do estado do Rio de Janeiro
- Estudiosos de Machado de Assis
- Professores da Universidade Estadual de Campinas
- Professores da Universidade Harvard
- Homens ganhadores do Prêmio Jabuti